CP 500, um sucesso de venda dos anos 80
Por Eder Andrade
(eder.rodrigues@ccc.ufcg.edu.br)
Os computadores começaram a ser usados no Brasil em 1957, porém levaram quase 30 anos para se “popularizar”. Nesta edição relembraremos o funcionamento do CP 500 um, dos primeiros microcomputadores nacionais que alcançou um grande número de vendas.

Tudo começa em 1957, para calcular o consumo de água da cidade de São Paulo o Brasil adquire seu primeiro computador, o Univac-120. Ele ocupava um andar inteiro, equipado com 4.500 válvulas, fazia 12 mil somas ou subtrações por minuto e 2.400 multiplicações ou divisões, no mesmo tempo. Depois disso, a empresa Anderson Clayton adquiriu um Ramac 305 (1959) e universidades como ITA e USP projetaram suas próprias maquinas em 1961 e 1972 respectivamente. Mas os microcomputadores só chegaram às vitrines em 1980 com o D-8000, da Dismac, e dois anos depois o CP 500, da Prológica.



O CP 500 tinha arquitetura semelhante ao TRS-80, um micro vendido nos EUA para pequenos comerciantes no final da década de 70. Seu gabinete era feito de poliuretano, todos os seus periféricos e componentes (teclado, monitor, unidade de disquete) são interligados e os controladores de entrada e saída são onboard, os únicos sistemas que são separados da placa mãe é o de ventilação e alimentação, mas mesmo assim, funcionam dentro do computador.


O CP 500 era baseado no microprocessador Zilog 80, de 8 bits, e com frequência que variav a de 2 Mhz até os incríveis 3.58 Mhz. Possuía também 16 Kbytes de memória ROM, onde vinham gravados o interpretador do Basic e um software do monitor. No sistema com disquetes, o usuário passava a contar com o BASIC estendido, muito mais poderoso, que incluía comandos de acesso às unidades de disquetes. A Prológica oferecia a seus usuários 17 Kbytes de memória RAM sendo que uma das duas memórias era dedicada a bufferizar o vídeo do monitor e possuía 1 Kbyte. Essa memória podia ser expandida para a amplitude de 48kbytes. Usava disquetes de 5,25 como disco de memória removível, mas nas versões mais básicas que não possuíam drive de disquete, um gravador de fita cassete era conectado através dos conectores de fone de ouvido (EAR).


O monitor do CP 500 tinha 12 polegadas, em tela de fósforo verde. Possuía resolução padrão de 128x48 pixels, mas ao adicionar uma placa de controle gráfico fabricada pela Prológica, a resolução chegava a 502x192 pixels.




A Prológica oferecia uma variedade de periféricos, som estéreo, joystick, plotter, modem e impressora; inclusive, era comumente anunciado em propagandas juntamente com uma impressora.



O CP 500 era capaz de produzir sons, quando se utilizava um software que transformava o teclado do computador em teclado musical. Mas a grande vantagem do CP 500 sobre os outros computadores da época era, sem dúvidas, sua total compatibilidade com os modelos da família TRS-80. Como o modelo era muito popular nos EUA, o CP 500 podia utilizar uma imensa variedade de programas do TRS-80.


Em 1985 foi lançado o CP 500/M80, que teve a cor do gabinete mudada de bege para grafite, além disso, o CP 500/M80 podia acessar até 64 Kbytes de RAM, e, em 1986, a Prológica lançou o CP 500/M80C, uma versão mais compacta que a anterior. Por fim, a sua última versão foi lançada em 1987, seu principal destaque era o clock, de 4 Mhz, chamava-se CP 500 Turbo. Versões como essas ainda são facilmente encontradas à venda para colecionadores e em pleno funcionamento.





Jornal PETNews - Edição: Rafael Rêgo e Julie Pessoa- Revisão: Lívia Sampaio e Gleyser Guimarães
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