Grupo PET - Olá Wilkerson Andrade. Inicialmente, conte-nos um pouco a seu respeito.
Wilkerson Andrade – Iniciei minha graduação em Ciência da Computação no ano de 2002 no Campus II da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). No mesmo ano o Campus II da UFPB foi transformado em Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus I. Conclui a graduação no final de 2005 e no início de 2006 iniciei o mestrado em Ciência da Computação também na UFCG. Após concluir o mestrado, em 2007, iniciei imediatamente o doutorado na mesma área e instituição, cuja conclusão ocorreu em 2011. Minhas linhas de pesquisa na graduação e pós-graduação se concentraram na área de Engenharia de Software. Durante o mestrado e parte do doutorado fui professor na Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande, e também na UFPB Campus IV, em Rio Tinto. Antes de concluir o doutorado, em 2010, fui aprovado num concurso para professor da UFCG, onde estou até hoje.
Grupo PET - Como e com que intuito o DSC decidiu implantar um laboratório de projetos FAPESQ em Pensamento Computacional?
Wilkerson Andrade – A ideia surgiu a partir de uma oportunidade disponibilizada pelo Governo do Estado da Paraíba através da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ), em parceria com a Secretaria de Estado dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia (SERHMACT) e com a Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações (SID/MC). Em 2013, a FAPESQ lançou o edital, chamado Programa Rede Digital PB (Edital 003/2013), com o objetivo de incentivar e consolidar parcerias locais qualificadas para o fomento a processos formativos no uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para públicos específicos e o melhor acesso à internet de acesso livre. Nesse contexto, várias propostas foram submetidas pelo DSC. Particularmente, três projetos voltados para o contexto de Pensamento Computacional foram aprovados, sob a coordenação dos professores Adalberto Cajueiro, Lívia Sampaio e eu.
Grupo PET – Quais os projetos que estão sendo executados no laboratório no momento? Quais são suas expectativas sobre esses projetos FAPESQ?
Wilkerson Andrade – Dentre os vários projetos aprovados no DSC, os três que estão voltados para a pesquisa em Pensamento Computacional são:
• Uso de TICs para gestão e comercialização da produção na agricultura familiar;
• Inclusão produtiva de jovens no mercado de desenvolvimento de software;
• Capacitação de micro e pequenas empresas na criação de soluções baseadas em TIC.
Ao final dos projetos, esperamos disponibilizar meios (cursos, tutoriais, ferramentas, etc.) para permitir a qualificação das pessoas no uso de TICs, seja no contexto da agricultura, inclusão de jovens no mercado de trabalho ou pequenas empresas sem equipes de desenvolvimento de software. Para isso, os resultados produzidos pelos projetos deverão facilitar o aprendizado no uso de TICs e abstrair conceitos mais aprofundados de programação.
Grupo PET – Fale um pouco sobre a temática do laboratório: Pensamento Computacional.
Wilkerson Andrade – Ainda não existe na literatura uma definição precisa do que é Pensamento Computacional. Podemos dizer que Pensamento Computacional é uma maneira de resolver problemas do mundo real baseando-se em conceitos fundamentais da Ciência da Computação, como por exemplo: raciocínio em vários níveis de abstração, definição de algoritmos, compreensão das dimensões de escala e paralelismo. Observe que não é necessário um computador para aplicar técnicas de Pensamento Computacional na resolução de um problema. Acredita-se que as habilidades desenvolvidas ao estudar Pensamento Computacional podem contribuir para o desenvolvimento cognitivo de estudantes estimulando o raciocínio lógico, a capacidade de abstração e resolução de problemas, consideradas hoje como fundamentais para formação básica de estudantes. Por isso, vários autores têm defendido a adoção de Pensamento Computacional nas várias disciplinas das séries iniciais do ensino básico.
Grupo PET – Quando se iniciaram as atividades do laboratório? Todos os alunos do curso de computação podem frequentá-lo?
Wilkerson Andrade – As atividades no laboratório foram iniciadas em maio do corrente ano (2014), mas é importante ressaltar que a pesquisa em Pensamento Computacional já existia no DSC através de outros trabalhos realizados pelos Professores Dalton Serey e Jorge Figueiredo. Como não trabalhamos com dados sigilosos nos projetos, qualquer aluno pode visitar o laboratório.
Grupo PET – Quais os requisitos para que um aluno possa ingressar em algum projeto do laboratório?
Wilkerson Andrade – O aluno deve estar regulamente matriculado em algum curso de nível superior e não estar vinculado ao mercado de trabalho. O contexto de Pensamento Computacional é multidisciplinar e, por isso, envolve pessoas de outras áreas como Pedagogia, Letras, etc. No nosso caso, temos uma aluna do curso de Letras na equipe. Além dos requisitos já mencionados, sempre observamos o bom desempenho acadêmico, comprometimento e vontade de aprender.
Grupo PET - Que motivação você daria para alguém que está pretendendo participar das atividades desenvolvidas pelo laboratório de Pensamento Computacional?
Wilkerson Andrade – Primeiramente ressalto que é importante conhecer áreas diferentes dentro da computação para escolher a carreira que será seguida. Além disso, participar de projetos de P&D pode abrir diversas portas. Particularmente, Pensamento Computacional é uma área que permite associar a Ciência da Computação às diversas disciplinas já existentes (matemática, ciências, etc.) na busca por novas maneiras de melhorar a relação ensino/aprendizagem tanto no ensino básico quanto no ensino superior.
Grupo PET – Wilkerson Andrade, obrigado pela entrevista e informações a respeito do laboratório dos projetos FAPESQ. O grupo PET deseja um ótimo trabalho.
Wilkerson Andrade – Eu que agradeço a oportunidade de poder mostrar os projetos que estamos desenvolvendo no DSC. Por fim, eu gostaria de agradecer pelo convite e parabenizá-los pelo excelente trabalho.
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