O ebola e um temor mundial
Por Isabelly Cavalcante
(isabelly.cavalcante@ccc.ufcg.edu.br)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a epidemia de ebola no oeste da África uma emergência pública sanitária internacional, mas segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde a probabilidade do ebola chegar ao Brasil é muito baixa.




A febre hemorrágica ébola (FHE) ou ebola é considerada grave por ser do tipo hemorrágico, sendo transmitida por um vírus do gênero Filovirus que desenvolve seu ciclo em animais. A doença recebeu essa denominação porque foi identificado pela primeira vez em 1976 na República Democrática do Kongo (antigo Zaire), perto do Rio Ebola. Há cinco espécies diferentes desse vírus, que recebem o nome dos locais onde foram identificados: Zaire, Bundibugyo, Costa do Marfim, Sudão e Reston. Dentre as cinco apenas a ultima espécie não parece contagiar os seres humanos com a doença.


O ebola é o vírus mais letal que se conhece atualmente, chegando a matar de 50 a 90% das pessoas que o contraem. Isso acontece porque o vírus se multiplica nas células do fígado, baço, pulmão e tecido linfático, ao mesmo tempo em que destrói as células endoteliais dos vasos sanguíneos, causando hemorragias.




A transmissão ocorre quando uma pessoa entra em contato com o sangue ou fluidos corporais de um animal infetado, como os macacos ou morcegos-da-fruta. Acredita-se que os morcegos-da-fruta sejam capazes de transmitir a doença sem ser afetados. Após a infeção, a doença é transmissível de pessoa para pessoa, inclusive através do contato com pessoas mortas infectadas, pode ainda ocorrer transmissão pelo contato com equipamento médico contaminado, especialmente com agulhas e seringas.



Ciclo de transmissão do vírus FHE



O potencial de infecções em grande escala por FHE é considerado baixo, uma vez que a doença só é transmitida por contato direto com as secreções de indivíduos que mostrem sinais de infecção. Porém a rápida manifestação dos sintomas faz com que seja relativamente fácil identificar indivíduos doentes e dessa forma isolá-los afim de evitar o contagio da população. Com relação aos profissionais de saúde necessita-se de um cuidado maior, estes devem sempre usar um vestuário de proteção apropriado para que não haja a contaminação pelo contato com os doentes. Mesmo a doença não sendo transmitida por via aérea de forma natural o ser humano pode ser infectada através de gotículas inaláveis de 0,8–1,2 micrómetros produzidas em laboratório. Devido a esta potencial via de transmissão, estes vírus são classificados como armas biológicas de categoria A.



No início é dificil indentificar a doença devido aos seus sintomas serem comuns a várias doenças. A doença é frequentemente caracterizada pelo início repentino de febre, fraqueza, dor muscular, dores de cabeça, conjuntivite (inflamação nos olhos), que neste caso resulta em cegueira e inflamação na garganta. Isso é seguido por vômitos, diarreia, coceiras, deficiência nas funções hepáticas e renais e, em alguns casos, sangramento interno e externo.


Não existe tratamento específico para a FHE e apesar das dificuldades para diagnosticar o Ebola nos estágios iniciais da doença, aqueles que apresentam os sintomas devem ser isolados e os profissionais de saúde pública notificados. Os cuidados padrões consistem geralmente no controle dos líquidos corporais para prevenir a desidratação, a administração de anticoagulantes na fase inicial da infecção para prevenir ou controlar a coagulação intravascular disseminada, a administração de anticoagulantes nas fases posteriores para controlar as hemorragias, a manutenção dos níveis de oxigênio, a gestão da dor, e administração de antibióticos para o tratamento de infecções secundárias.


Desde sua descoberta o vírus tem provocado, ocasionalmente, surtos em um ou mais países africanos, sempre muito graves pela alta letalidade, mas autolimitados. A seriedade do atual surto é a sua extensão (quatro países atingidos) e a demora em controlá-lo. Foi relatado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que, até 9 de agosto de 2014, um total de 1.848 suspeitas de casos, com 1.013 mortes, dos quais, 1.176 casos e 660 mortes foram confirmados por testes laboratoriais como sendo ebola. Todos esses casos concentram-se na África devido à precariedade dos serviços de saúde nas áreas em que ocorre a transmissão, que não dispõem de equipamentos básicos de proteção aos profissionais de saúde e aos demais pacientes. Além disso, há práticas e tradições culturais de manter doentes em casa, inclusive escondendo sua condição das autoridades sanitárias, e a realização de rituais de velórios em que os parentes e amigos têm bastante contato com o corpo dos mortos. Os Médicos Sem Fronteiras têm um grande trabalho de treinar equipes de saúde para tentar reduzir o risco de contaminação dos médicos e enfermeiras durante o tratamento, além de evitar a exposição ao vírus por meio de material contaminado ou lixo médico.



Mapa com os países africanos com casos da doença


A OMS decretou emergência internacional por causa da epidemia. As autoridades de saúde estão preocupadas porque esta é a primeira vez que o ebola chega a cidades populosas. Porém o risco de o ebola chegar ao Brasil "é muito baixo", mas um sistema de vigilância é mantido em portos e aeroportos para evitar que o vírus passe a circular no país. Mesmo sendo muito difícil que esse vírus chegue aqui através de uma viagem de avião, dado que a pessoa infectada não teria condições de viajar, as orientações dentro dos voos é que se a pessoa vier a apresentar sintomas, os comissários de bordo já acionam o aeroporto na chegada, que a recebe e isola. Segundo o secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, não há notificação de casos da doença no Brasil até agora. Mas o governo recomenda aos brasileiros que vivem nesses países ou que precisam visitá-los a sempre lavar as mãos e manter a casa limpa e higienizada. De qualquer forma recomenda-se evitar os países com casos confirmados se não houver necessidade de viajar para esses destinos.



Referências


link(https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/ebola, https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/ebola)


link(http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/7-fatos-que-voce-precisa-saber-sobre-o-ebola/?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=plus&utm_campaign=redesabril_super, http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/7-fatos-que-voce-precisa-saber-sobre-o-ebola/?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=plus&utm_campaign=redesabril_super)


link(http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/08/virus-ebola-e-transmitido-por-mucosas-ou-feridas-na-pele.html, http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/08/virus-ebola-e-transmitido-por-mucosas-ou-feridas-na-pele.html)


link(http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/07/31/risco-de-ebola-no-brasil-e-baixo-mas-governo-fiscaliza-portos-e-aeroportos.htm, http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/07/31/risco-de-ebola-no-brasil-e-baixo-mas-governo-fiscaliza-portos-e-aeroportos.htm)


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