Se você é minimamente atento ao que acontece no mundo, é provável que, de uns tempos pra cá, a palavra grafeno lhe tenha soado ao ouvido algumas vezes. O novo “queridinho” dos cientistas não leva esse nome por acaso: com apenas um átomo de espessura, é o material mais fino e resistente do mundo, forte candidato a revolucionar os smartphones e as telas e lentes em geral. Além disso, é um excelente condutor de eletricidade e calor.
Mas não pára por aí: pesquisadores da Universidade de Maryland, EUA, desenvolveram um sensor que detecta os raios-T (radiação terahertz) em temperatura ambiente, e já pensam na construção de óculos especiais utilizando esta tecnologia.
Os raios-T, assim como os raios-X, são uma radiação invisível a nossos olhos, e que atravessam praticamente tudo. Seu comprimento de onda é bem pequeno, entre o da radiação infravermelho e o da micro-ondas. Detectá-los era uma tarefa bastante difícil e, até então, os sensores capazes de fazê-lo só funcionavam a temperaturas baixíssimas (-268 °C, algo próximo do zero absoluto e impraticável no cotidiano).
Assim, ao explorar o comportamento do grafeno ante o efeito fototermelétrico de um elétron aquecido (que libera raios-T), foi construído um sensor quase dez vezes mais rápido que os atuais, e que funciona a temperatura ambiente. Isso possibilita a construção de uma lente especial onde esses detectores corresponderiam a pixels, o que permitiria ver através de paredes, objetos e roupas, assim como os scanners dos aeroportos.
Tal experimento abre um leque de possibilidades de aplicação: desde a militar até a área médica. Um grande passo para um futuro não tão distante onde os raios-X serão substituídos pelos raios-T (menos nocivos à saúde e muito mais precisos).
Fonte: Discovery