Coluna do Egresso | PETNews -
Por Angelo Giuseppe Guido de Araújo Rodrigues
(leticia.teixerira@ccc.ufcg.edu.br)
"Quando entrei no curso eu nem sabia o que era computação, essa ciência estava muito no início. Peguei inicialmente tecnologias com cartão perfurado que demandava um trabalho enorme"



Quando entrei no curso eu nem sabia o que era computação, essa ciência estava muito no início. Peguei inicialmente tecnologias com cartão perfurado que demandava um trabalho enorme, onde toda a programação era feita através de cartões perfurados. Cursei a disciplina de Cobol que era considerada um “bicho-papão” com o famoso professor Evilson e utilizando cartão, era uma loucura, pois a linguagem Cobol requer muitas linhas de código para executar um simples “print”. Eram noites e mais noites programando no cartão e esperando uma fila de alunos para serem atendidos, pois haviam poucas máquinas, sem falar do barulho que era enorme na hora da perfuração.


Peguei ainda os terminais IBM, na substituição dos cartões, o que foi um avanço fantástico para a época, os conhecidos “cabeções”. No início do curso, tivemos uma política de governo que considero ter sido um atraso. Foi a primeira lei sobre informática no Brasil que estabeleceu a reserva de mercado para este ramo de atividade que consistia na transferência e absorção de tecnologia em montagem microeletrônica, arquiteturas de hardware, desenvolvimento de software básico e de suporte, entre outros. Essa política acabou por engessar o desenvolvimento econômico do país e chegou a favorecer a pirataria de hardware e software.


Um feito marcante da minha vida de estudante, nessa época, foi a minha participação, juntamente com os colegas Marzina, Francilene, Dênio, Rostand, Ricardo Closzer entre outros, da criação do nosso Centro Acadêmico - CAESI que realizou uma importante pesquisa de avaliação do desempenho dos professores e do curso, com muita repercussão no Departamento de Informática, entre alunos e professores. E também organizamos um simpósio de informática que foi muito prestigiado, contando com participações de outras universidades e centros de tecnologia de vários estados do país, caracterizando uma fusão dos dois cursos da época. Inclusive, pagamos muitas cadeiras comuns. Dessa experiência, eu fiz muitas amizades que mantenho até hoje, citando os colegas acima, destacando ainda Fubica que é muito conhecido do curso nos dias de hoje.


Um fato que foi muito engraçado que vivenciei foi que numa noite de estudo, para uma prova de Assembler, do professor Tota, demos uma parada para relaxar e aproveitamos para eleger a garota perfeita do curso, “mulher nota 10”. E fomos pegando partes que eram destaques nas colegas e compondo a nossa mulher perfeita. O mais curioso nesse fato, divulgado na manhã do outro dia, fruto do nosso estudo, é ,que as meninas não gostaram de aparecer apenas com uma parte eleita, como o cabelo, por exemplo e quiseram se vingar elegendo o “homem nota 10”, porém sem muita repercussão.


Já no final do curso, nos dois últimos períodos, o Departamento de Ciências da Computação recebeu um laboratório de microinformática, PC modelo SP 16, um micro modular de 16 bits compatível com o IBM PC da Prológica, que foi algo de outro mundo. Tivemos o primeiro contato com o sistema operacional DOS, utilizando disquetes de ¾.


Vale ressaltar que enfrentei muitas greves na UFPb que atrasaram muito a conclusão do curso. Lembro que durante todo curso só tivemos um período sem greve. Achava até bom, às vezes, pelo fato de morar fora e poder ir para casa, mas a qualidade do ensino era muito prejudicada.


Dessas experiências narradas acima, dentre outras, ficaram marcantes as amizades, como já disse anteriormente, o valor do curso que é muito bem cotado a nível nacional, grandes nomes que conheci, entre os quais destaco professor Hatori, Jaques, Antão Moura, longos tempos de estudo que nunca param, nossa área tem uma dinâmica muito grande.


No curso, nós nos preocupamos muito com o aprendizado da tecnologia, na interação homem-máquina, mas é fundamental ressaltar a importância das relações humanas que vivenciaremos na nossa vida profissional e também nas experiências de gestão que são muito solicitadas dos profissionais atualmente.


Concluo citando o evento da comemoração dos 40 anos da computação do DSC, onde a minha geração de estudantes se fez presente, trazendo à memória nossa história e reencontrando colegas e professores , alguns verdadeiros mestres, que temos o prazer de sempre lembrar.

É um pouco da minha história no DSC.


Deixo anexo o registro desse encontro.


40 anos da computaçãp DSC



Angelo Giuseppe Guido de Araújo Rodrigues – Guido Vovô


Jornal PETNews - Edição: Rafael Rêgo e Abner Araújo - Revisão: Lívia Sampaio e Gleyser Guimarães
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