Como Funcionavam os Disquetes
Por Eder Andrade
(eder.rodrigues@ccc.ufcg.edu.br)
Há um pouco mais de 20 anos, dispositivo de mídia removível mais popular não era um DVD, muito menos um pen drive, mas sim o disquete. Nesse dispositivo, os dados eram armazenados em um disco magnético, de funcionamento parecido com as fitas cassete. Nesta edição, relembraremos a origem e algumas curiosidades sobre seu funcionamento.

O drive de disquete foi inventado em 1967 por Alan Shugart, o Fundador da Seagate Technology, que na época trabalhava como engenheiro na IBM. Os primeiros disquetes desenvolvidos no final da década de 60 eram de 8 polegadas, e sua capacidade de armazenamento era de 80 kB, que evoluiu até se tornar um disco de 5,25 polegadas. O disquete usado no primeiro IBM-PC era de 5,25 polegadas e possuía 360 kB de armazenamento, todavia só se tornaram comercialmente disponíveis a partir do surgimento do disquete de 3,5 polegadas, com capacidade de armazenar 1,44 MB.


Durante a metade dos anos 80, com os avanços em projetos de aprimoramento de leitura, gravação e aprimoramento da mídia magnética, surgiram os disquetes de 3,5 polegadas, que foram usados paralelamente aos disquetes de 5,25 polegadas até metade dos anos 90, onde os disquetes de 5,25 polegadas perderam popularidade.



disquetes de 8; 5,25 e 3,5 polegadas.



A fita do disquete é feita de um pedaço fino de plástico revestido de um material magnético muito similar a uma fita cassete, com uma pequena diferença: como uma fita cassete tem reprodução sequencial, é necessário rebobinar, adiantar, etc. Já o disquete tem formato circular e funcionamento semelhante ao de um HD, onde sua fita é dividida em trilhas e setores, proporcionando um armazenamento por acesso direto, onde a cabeça de leitura/gravação pode avançar para qualquer ponto do disco.



trilhas e setores de um disquete.



Os principais componentes do drive leitor de disquetes são: A placa de circuito, estrutura mecânica, cabeças de leitura e gravação, motores do drive e de passo. Todos esses componentes são acionados a partir do momento que o disquete é inserido no drive.


O primeiro dispositivo acionado é a estrutura mecânica, um sistema de alavancas que abre a janela metálica do disquete (para os disquetes de 3,5 polegadas, veja a imagem abaixo) para que as cabeças de leitura/gravação toquem na mídia do disquete em ambos os lados. Depois disso, o computador passa uma instrução (de leitura, remoção ou gravação de dados) para a placa de circuito ler ou modificar dados no disquete; em seguida, o motor do drive engata o centro do círculo e faz com que ele gire a 360 RPM; já o motor de passo fica responsável por mover as cabeças com precisão sobre as trilhas. As Cabeças de leitura/gravação, que são opostas, não chegam a ser linearmente opostas, pois não tocam os setores ao mesmo tempo, antes mesmo dos dados serem gravados, uma das cabeças, a mais larga, é responsável por apagar o setor antes da gravação dos dados para garantir um espaço limpo, enquanto a outra é responsável por gravar ou somente ler.



estrutura mecânica sendo acionada.



Antes da popularização da internet, no final dos anos 80, o disquete era o único meio de propagação de vírus, a exemplo do vírus Michelangelo, e uma das funções dos vírus eram infectar outros disquetes. A reportagem a seguir, mostra a preocupação dos especialistas com esse início de disseminação dos vírus de computadores.



Primeira reportagem sobre virus de computador



Atualmente, devido ao tamanho cada vez maior dos arquivos; armazenamento na nuvem e surgimento de mídias portáteis com mais capacidade, menor tamanho e mais resistência, por exemplo, pen drives, blu rays e HDs externos; o disquete se tornou um dispositivo obsoleto e caiu em desuso, raramente ainda são usados para atualizar BIOS em PCs e em algumas câmeras digitais.



Tabela que mostra a redução do custo e aumento da capacidade de dispositivos de memória.



Fontes:



http://www.pcguide.com/ref/fdd/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Disquete

http://www.pcguide.com/ts/x/comp/fdd/

http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2013/04/do-disquete-ao-pendrive-veja-evolucao-do-armazenamento-movel.html

http://www-03.ibm.com/ibm/history/exhibits/storage/storage_chrono20.html


Jornal PETNews - Edição: Rafael Rêgo - Revisão: Lívia Sampaio e Gleyser Guimarães
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