Entrevista com Pedro Lira, aluno do curso de ciência da computação da UFCG, a respeito de sua participação no evento RoboCup 2014.
Por Marcos Antônio Silva Nascimento
(marcos.nascimento@ccc.ufcg.edu.br)
Dando continuação as entrevistas do ano, o aluno do curso de ciência da computação da UFCG, Pedro Lira, fala a respeito de sua experiência adiquirida no evento RoboCup 2014, ocorrido entre os dias 19 e 25 de julho em João Pessoa.






Grupo PET - Olá Pedro Lira. Inicialmente, conte-nos um pouco a seu respeito.


Pedro Lira – Sou estudante do Curso de Ciência da Computação desde 2012. Atualmente trabalho com Suporte no Embedded Lab, porém, estou em vias de viajar pelo Ciência Sem Fronteiras. Tenho 20 anos e gosto de jogar críquete e polo nos tempos livres.


Grupo PET - Como surgiu o seu interesse pela Ciência da Computação?


Pedro Lira – Desde a 4ª séria eu dizia que ia ser um Analista de Sistemas, sem nem ao menos saber o que é isso. Eventualmente, pelo tempo no computador e video-games, entrei num curso técnico em Manutenção de Hardware e Redes no IFPB, onde meu interesse pela área foi crescendo. Desta forma, foi inevitável entrar no curso.


Grupo PET - Quais são suas expectativas profissionais para um futuro após conclusão da graduação?


Pedro Lira – Pela influência do curso técnico, sempre tive em mente trabalhar com gerenciamento de sistemas e redes porém mais recentemente o envolvimento com robótica me trouxe o desejo de trabalhar com outras áreas, como inteligência artificial. Não existe um caminho que seja 'O Caminho' mas em robótica eu posso trabalhar com todas as subáreas que um dia eu pensei em trabalhar. Estou fortemente inclinado para isso.


Grupo PET – Como surgiu a oportunidade e o que o motivou a participar do RoboCup 2014?


Pedro Lira – No Embedded Lab eu trabalho sobre a orientação do Professor Kyller Gorgônio. Um certo dia, ele me chamou para dizer que um professor de Elétrica estava precisando de alguém de computação que tivesse alguma experiência em programação voltada a redes e sockets. Foi assim que cheguei ao eRobótica, que é o laboratório do DEE voltado para estudos da robótica, sob a orientação dos Professores Antônio Marcos e Marcus Morais.


Grupo PET – Como foi a participação no RoboCup 2014? Que experiências essa oportunidade te proporcionou?


Pedro Lira – Nosso time participou na liga de simulação, na categoria de resgate virtual simulado, que consistia em desenvolver uma aplicação que controlasse um time de robôs, em um ambiente de virtual de catástrofe, onde esse time teria a missão de encontrar vítimas humanas e explorar o mapa. Nossa solução deveria estar de acordo com algumas regras e durante algum tempo de prova, os robôs teriam de funcionar autonomamente. Trazendo um pouco para nossa área, a minha participação nesse evento colocou em teste os conceitos aprendidos em aulas de P2/LP2/SI, LEDA/EDA, onde um algoritmo bem escrito e um projeto bem gerenciado e desenvolvido faz diferença na aplicação real. Vimos que times muito mais experientes que o nosso passaram pelos mesmos problemas que nós e que as soluções encontradas no ambiente de simulação foram válidas para robôs reais, no mundo real. Entrar em contato com esses times e professores que tem uma produção acadêmica de ponta nesse ramo foi um aprendizado muito importante para nós. Terminamos a competição em 4º lugar, na frente de um time japonês. Foi aquém do que queríamos, mas só de estar lá, competindo quase de igual para igual com os outros times que estão há 10 anos ou mais nessa área, realmente foi um aprendizado sem igual. Ano que vem, com muito trabalho e seriedade, certamente seremos um time competitivo o suficiente para ganhar a premiação.


Foto de todas as equipes na Liga de Simulação.


Grupo PET – Fale um pouco mais sobre o evento. O que mais te chamou a atenção?


Pedro Lira – O evento é o maior evento de robótica do mundo. Foram 45 países representados por suas equipes nas mais diversas categorias. Uma das minhas surpresas, e digo até do nosso time, é como o Irã é um país de vanguarda em robótica. Em quase todas as categorias tinha um time iraniano no top 3. Sem contar a sempre favorita participação dos chineses, japoneses e alemães. Todos os participantes, apesar de todas as diferenças culturais, estavam reunidos com um único objetivo de estudar e desenvolver mais pela ciência, assim, o ambiente era pacífico e sem igual, gente de todo o mundo interagindo entre si e tendo uma sinergia impressionante. Fazer esses contatos com pessoas de outros países foi muito salutar para descobrirmos como as pessoas do mundo pensam. Conheci gente do Irã, Estados Unidos, Eslováquia, Eslovênia, etc. De 'offtopic' o que mais chamou atenção foram os estrangeiros 'caindo de cara' no açaí. Era uma loucura.


Foto com Dr. Samir Abdir, um dos idealizadores da categoria de resgate virtual.


Grupo PET - Quais dicas você daria para alguém que está pretendendo participar dos próximos eventos do RoboCup?


Pedro Lira – O eRobótica ainda está se estruturando porém o laboratório dá toda a infraestrutura e apoio intelectual que o aluno precisa. Os professores sempre nos ajudam e nos recebem da melhor forma possível. Se você quer uma experiência um pouco 'fora da curva' que o curso de ciência da computação propõe, com experiência interdisciplinar, mas sem sair do campo de atuação, certamente você deve procurar nosso laboratório. A RoboCup definitivamente mudou minha forma de ver a graduação e o mundo.


Grupo PET – Pedro Lira, obrigado pela entrevista. O grupo PET deseja muito sucesso na sua vida profissional e no curso.


Pedro Lira – Eu que agradeço o convite e as felicitações. O dobro de sucesso para o Grupo PET e espero que eu tenha ajudado quem tem curiosidade. No mais, UFCG - Top 3 na RoboCup 2015 China!


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Jornal PETNews - Edição: Rafael Rêgo - Revisão: Lívia Sampaio e Gleyser Guimarães
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