Entrevista com Danilo Pimenteira, integrante do time da UFCG que disputará a fase mundial da competição de programação ACM/ICPC.
Por Marcos Nascimento
(marcos.nascimento@ccc.ufcg.edu.br)
Dando continuação as entrevistas do ano, o aluno da graduação Danilo Pimenteira, conta-nos um pouco sobre sua recente experiência de ser classificado para fase mundial da competição de programação ACM/ICPC.





Grupo PET - Olá Danilo Pimenteira. Inicialmente, conte-nos um pouco mais sobre você.

Danilo Pimenteira – Sou de João Pessoa, tenho 21 anos, estudei no Colégio GEO Tambaú. Vim para Campina Grande cursar Ciência da Computação na UFCG, atualmente curso o oitavo período.

Grupo PET - O que o motivou a participar de competições de Programação?

Danilo Pimenteira – Quem me motivou foi Phyllipe César, que participou de competições antes de entrar no curso, ganhou medalhas, etc. Começamos o curso juntos, e desde o primeiro período ele me incentivava a resolver os problemas da lista da disciplina de Programação 1, ou problemas simples de competições, da maneira mais eficiente possível, enquanto eu ainda estava aprendendo a programar. Daí em diante, comecei a achar divertido e desafiador resolver problemas de competições, então, passei a me dedicar bastante.

Grupo PET - Como e com que idade você aprendeu a programar?

Danilo Pimenteira – Durante o ensino médio eu não sabia qual curso eu iria seguir, passei em algumas engenharias em outras cidades, mas acabei optando por fazer Computação em Campina no dia da matrícula. Portanto, comecei a aprender a programar com 18 anos durante a disciplina de Programação 1 com o professor Dalton.

Grupo PET - Quais são suas expectativas profissionais para um futuro após conclusão da graduação?

Danilo Pimenteira – Contagiado pelo espírito empreendedor da famíla, espero, a longo prazo, conseguir ter meu próprio negócio, e continuar morando na Paraíba. A curtíssimo prazo, ficaria muito feliz de poder colher alguns dos frutos proporcionados pela maratona, e quem sabe, trabalhar em alguma grande empresa fora do país.

Grupo PET - Quais os benefícios das competições na sua vida pessoal e profissional?

Danilo Pimenteira – De cara, a maratona me ajudou a perceber que área da computação eu iria me interesar mais, servindo de pretexto para aprender diversas estruturas de dados e algoritmos avançados que eu não aprenderia na graduação. O treinamento para as competições me ajudaram a aperfeiçoar minhas habilidades de programação como: desenvolvimento de código mais rápido e a detecção de bugs de modo mais eficiente. Além disso, bons resultados nessas competições ajudaram a melhorar meu currículo. Já que, grandes empresas buscam profissionais com skills que estão presentes em bons maratonistas. São eles: trabalhar bem em equipe, trabalhar bem sob pressão e resolver problemas difíceis em um período curto de tempo.

Grupo PET - De que forma surgiu a ideia de participar da competição de programação ACM/ICPC? E como foi participar do evento?

Danilo Pimenteira – O professor Rohit incentiva a participar dessa competição desde a primeira semana de aula, e como eu e um pessoal da turma já estavamos treinando, o processo foi natural. Esse último em particular foi bastante interessante, tivemos uma fase emocionante na qual conseguimos passar dois problemas já na última hora de prova, para então conseguirmos nos classificar para a final brasileira. Na final, eu particularmente fiquei muito nervoso, a prova parecia ser mais difícil do que as que eu estava acostumado, não sei dizer ao certo. No geral a experiência foi gratificante, ganhar a medalha e ser classificado para a final mundial foi surpreendente.

Imagem da competição da ACM realizada em 10 de novembro de 2013 em Uberlândia, São Paulo. Danilo e sua equipe estão situados na mesa que contém a bandeira do Botafogo do estado da Paraíba na lateral da mesa.


Danilo e sua equipe após a classificação para a fase mundial da competição de programação ICPC.

Grupo PET - Como são os seus treinamentos para as competições?

Danilo Pimenteira – Meus treinamentos já envolveram várias pessoas, as quais tenho muito a agradecer, muitas delas que já me deram aulas ou tiraram muitas dúvidas como Abella, Diogo, Rigel, Mateus e principalmente Phyllipe. O professor Rohit tem um papel essencial nesse processo de treinamento para maratona, ele já trouxe diversos professores excelentes, de fora do país, para nos dar aulas. Os treinos individuais variam muito de acordo com o tempo que a universidade deixa, mas consistem basicamente em resolver problemas de competições passadas e estudar o que for necessário para resolve-los. Quando a data da maratona se aproxima, temos que intensificar também os treinos em equipe, de modo que os três integrantes do time, juntamente, simulem uma maratona completa passada, pelas mesmas 5 horas, algumas vezes na semana.

Grupo PET - Que dicas você daria para alguém que está começando a programar e quer ter sucesso em competições de programação?

Danilo Pimenteira – O começo é sempre complicado. Eu comecei resolvendo problemas de competições do ensino médio no juiz do Spoj. Mas existem dois bons livros para quem está começando: Competitive Programing e Programing Challenges. Participar de contests do codeforces.com é uma boa também, já que sempre são disponibilizadas as soluções para os problemas. Um fato importante é que todo mundo que se envolve com maratona está disposto a ajudar os outros de alguma forma, e hoje em dia temos vários maratonistas na universidade. Ultimamente estou demorando um pouco para responder os e-mails, mas no que eu puder ajudar pode falar comigo pelo email pimenteiramelo@gmail.com. Mas principalmente, nosso coach é a pessoa que mais se preocupa em ajudar nos treinamentos do pessoal da universidade, e ele está trabalhando um modo de ajudar quem está começando. Então, sugiro começar conversando com Rohit.

Grupo PET - Quais são as chances de uma possível obtenção de medalha na fase mundial da ACM/ICPC?

Danilo Pimenteira – Para ser bem sincero, as chances não são altas. É só dar uma olhada nos resultados de todas as finais mundiais passadas que vemos que os russos e asiáticos dominam a competição. Porém, a chance de um possível latino-americano é consideravelmente maior, e vamos treinar bastante para conseguir isso.

Grupo PET – Danilo Pimenteira, obrigado pela entrevista. O grupo PET deseja muito sucesso na fase mundial da ACM/ICPC e no curso.

Danilo Pimenteira – Obrigado.

Jornal PETNews - Edição: Rafael Rêgo - Revisão: Lívia Sampaio e Gleyser Guimarães
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