Computação e Eleição
Por José Iago Pereira Araújo
(jose.araujo@ccc.ufcg.edu.br)
O Brasil é conhecido mundialmente pelo seu sistema de votação e de apuração de votos, sua velocidade e praticidade. Na edição deste mês, conheça um pouco sobre a aplicação da computação no âmbito eleitoral brasileiro.

No início do seu período republicano, as eleições no Brasil eram manipuladas por ricos fazendeiros, chamados coronéis. Eles costumavam comprar o voto dos cidadãos mais

pobres, bancavam a prática do voto fantasma, assim como o desaparecimento de urnas e a alteração de votos.

Mesmo com o fim desse período, intitulado coronelismo, as práticas ligadas a fraudes eleitorais continuaram a existir em diversas regiões do território brasileiro.

Para conter o aumento dos índices de fraude eleitoral, surgiu em 1996 a Urna Eletrônica, uma invenção brasileira que possui três características essenciais:

- Votação, por meio da qual os eleitores, que atingiram o número de 135.804.433 nas eleições de 2010, escolhem anonimamente seus candidatos;

- Apuração, que permite a contabilização dos votos ao fim do horário de votação e

- Fiscalização, que garante a segurança do processo eleitoral.

O edital de concorrência para a confecção de urnas eletrônicas define as reponsabilidades que o software deve possuir, como o dever de intermediar a comunicação entre o hardware e os aplicativos, a tabulação dos votos dados a partir do teclado, além de muitas outras que estão relacionadas às características citadas acima.

No Brasil, os softwares que compõem o sistema são armazenados em flashcards, que são introduzidos nas urnas alguns dias antes da eleição, mas alguns ficam em um flashcard fixo que só pode ser acessado por meio do desmonte da urna.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu adotar uma prática chamada PDE (Política de Desenvolvimento Estanque) para garantir a segurança do sistema da urna, fazendo com que cada parte do sistema tenha conhecimento apenas do seu próprio funcionamento e desconheça o das outras partes. Assim, um único componente não poderia corromper todo o sistema e os riscos seriam controlados.

Diante disso, percebe-se que a importância da urna eletrônica não se resume apenas à contabilização de votos, pelo contrário, entre seus benefícios estão inclusos:

- Praticidade na hora do voto;

- Apresentação do candidato na tela ao ser digitado o seu número;

- Rapidez na apuração, com resultados matematicamente corretos;

- Segurança e confiabilidade.

Devido aos seus benefícios, esse sistema informatizado aplicado às eleições brasileiras vem sendo apresentado como modelo para diversos países do mundo, sendo também utilizado por alguns deles, como Argentina, Paraguai e Equador.

No Brasil, em todos os anos de eleição são feitas várias denúncias de fraude eleitoral, mas nenhuma delas foi comprovada, o que comprova ainda mais a eficiência da urna eletrônica utilizada no país.

Jornal PETNews - Edição: Jeymisson Oliveira - Revisão: Savyo Igor e Joseana Fechine
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