Entrevista com Cláudio Campelo, um dos mais novos professores contratados do DSC.
Por Ana Luiza Motta Gomes
(ana.gomes@ccc.ufcg.edu.br)
Dando continuação à série de entrevistas com os novos professores do DSC, neste mês o professor Cláudio Campelo conta-nos um pouco mais sobre sua experiência acadêmica e expectativas para a docência.

Grupo PET - Olá, professor Cláudio. Primeiramente, conte-nos um pouco mais sobre você.

Cláudio - Olá, eu obtive meu título de PhD em Ciência da Computação pela University of Leeds (Inglaterra). Fiz meu mestrado e graduação aqui mesmo na UFCG (ambos também em Ciência da Computação). Sou natural de Maceió (Alagoas), mas há muito tempo não moro lá. Além dos períodos em que morei fora do país, em Maceió e aqui em Campina Grande, vivi por vários anos em Recife (Pernambuco), onde parte da minha família reside.

Grupo PET - Como surgiu o seu interesse pela Ciência da Computação?

Cláudio - Desde criança eu gostaria de ter conhecimento em algo que me desse a capacidade de construir coisas (não triviais). Eu poderia ter escolhido ser médico, como meu pai. Os médicos conhecem os métodos para identificar e curar nossas doenças, mas o esforço de trabalho deles não resulta em algo concreto, como por exemplo um prédio, um chip, um material de limpeza ou um programa de computador. Como sempre tive facilidade com as ciências exatas, poderia cursar alguma engenharia, como por exemplo civil, elétrica, química ou de materiais. Mas duas outras coisas contribuíram para minha escolha. Sempre gostei de resolver problemas baseados em lógica (e tinha uma noção de que isso seria importante para eu gostasse de computação). Além disso, sempre tive um fascínio muito grande pelos computadores e muita curiosidade em saber como os programas eram desenvolvidos (desde o meu primeiro computador -- um IBM PC-XT, usado, com processador 8088 de 4.77Mhz e 128k de memória).

Grupo PET - Qual é a sua área de pesquisa?

Cláudio - Tenho interesse em quase tudo que se relaciona com informação espacial e espaço-temporal. Minhas atividades de pesquisa envolvem diferentes áreas da Inteligência Artificial (IA), bem como técnicas de modelagem e processamento de diferentes tipos e quantidades de dados. Na minha tese de doutorado, eu desenvolvi um modelo baseado em lógica para representação do espaço geográfico e de raciocínio automatizado sobre fenômenos naturais que ocorrem em tal espaço. Tenho interesse também em recuperação de informação geográfica e áreas correlatas; em classificação de imagens de satélite; no desenvolvimento de ferramentas diversas para melhoria dos sistemas de informação geográficas; em raciocínio espacial qualitativo aplicado a diferentes áreas, como por exemplo em visão computacional; em tratamento de informações incertas e vagas; dentre outras áreas relacionadas.

Grupo PET - Quais disciplinas você está ministrando agora? E quais teria disponibilidade em ministrar no futuro?

Cláudio - Estou ministrando Estrutura de Dados e Algoritmos, Laboratório de Estrutura de Dados e Algoritmos e Gerência da Informação. Poderia ministrar outras disciplinas que envolvem programação, banco de dados ou inteligência artificial, por exemplo.

Grupo PET - Já teve outras experiências como professor ou esta é a primeira? E por que escolheu esta profissão?

Cláudio - Fui professor de graduação em ciência da computação na rede privada em Recife antes de iniciar meu doutoramento. Gosto de ser professor pela flexibilidade que temos para pesquisar sobre o que é de nosso interesse e de desenvolver coisas diferentes, inovadoras. Além disso, temos a oportunidade de nos manter sempre aprendendo e de disseminar o conhecimento adquirido de várias formas, seja através das aulas, de publicações escritas, de palestras ou de orientação de alunos.

Grupo PET - Você teve alguma experiência profissional fora da universidade? Se sim, como foi?

Cláudio - Sim, tive algumas experiências. A mais relevante foi como Analista de Sistemas da Agência de Tecnologia da Informação de Pernambuco por aproximadamente 3 anos. Foi uma experiência muito importante para minha formação. Trabalhei no desenvolvimento de um sistema grande, contendo 34 subsistemas, atendendo a todo o estado nas áreas tributária, financeira, contábil e orçamentária. Neste projeto fui membro de uma equipe de mais de 100 pessoas (incluindo gerentes, diferentes tipos de analistas, desenvolvedores, etc). Tive oportunidade de vivenciar todas as etapas de um processo de desenvolvimento de software, incluindo a implantação e manutenção do sistema.

Grupo PET - Na sua opinião, qual é o perfil de um bom aluno?

Cláudio - O que diferencia um bom aluno é o interesse dele em ser um grande profissional. Todos que ingressam nos nossos cursos têm capacidade intelectual para se dar bem. O que vai ser decisivo é o grau de comprometimento com as atividades do curso.

Grupo PET - Professor, obrigado pela entrevista. O grupo PET deseja muito sucesso!

Cláudio - Foi um prazer. Gostaria de agradecer pelo convite e parabenizá-los pelo excelente trabalho.

Jornal PETNews - Edição: Rafael Rêgo - Revisão: Lívia Sampaio
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