O mundo possui cerca de 7 bilhões de seres humanos. Desse total, por volta de 10 a 12% da população tem algum tipo de deficiência, seja ela física ou intelectual. No Brasil, segundo o IBGE, esse número gira em torno de 25 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Essa é uma estimativa aceita mundialmente pelos institutos de pesquisa e principais órgãos de referência em saúde. Tendo em vista esta conjuntura, um dos grandes desafios para a computação e áreas afins é auxiliar as pessoas que possuem um certo tipo de deficiência, independente do grau, possibilitando que elas consigam desempenhar suas atividades diárias normalmente. Dessa forma, a tecnologia, além de agente facilitador para a população, de forma geral ela desempenha um papel de suma importância, proporcionando ou ampliando habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promovendo Vida Independente e Inclusão.
Preocupado com esse contexto no qual a sociedade está inserida, o Laboratório de Inteligência Artificial (LIA) da UASC-UFCG vem desenvolvendo um projeto no segmento da tecnologia assistiva, o LINCE. O projeto tem como foco auxiliar os surdos não mudos (pessoas que possuem um certo grau de deficiência auditiva mas têm a capacidade de falar a nossa língua) no processo de oralização usando recursos da Computação Gráfica.
Mas qual foi a motivação para criação do LINCE? Tudo teve início quando um grupo de alunos entusiastas dos estudos relacionados à computação gráfica, formado pelos então integrantes do Grupo PET Computacão Francisco Demontiê dos Santos Junior, Izabela Vanessa de Almeida Melo e Savyo Nóbrega da Nóbrega Santos Nóbrega, preocupados com a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade, procuraram dois professores da UASC, Profa. Dra. Joseana Macedo Fechine Regis de Araújo e o Prof. Dr. José Eustáquio Rangel de Queiroz para serem seus orientadores nesse projeto. Inicialmente, foi criado um site contendo tutorias e exemplos relacionados ao estudo da Computação Gráfica. Ele era atualizado à medida que os estudos sobre os conceitos básicos da Computação Gráfica avançavam. Com a evolução dos estudos, os pesquisadores decidiram, então, direcionar a pesquisa para um público-alvo. Então, decidiu-se que o projeto iria atuar no ensino da língua falada para surdos não mudos que apresentam, normalmente, dificuldade de comunicação, pois não têm consciência da intensidade com a qual sua voz é emitida durante o diálogo.
O projeto tem como ideia central a criação de uma animação, utilizando os conceitos estudados em Computação Gráfica, que interaja com os surdos ensinando-lhes a controlar a intensidade (energia) da fala adequada a ouvidos humanos. Além disso, o LINCE visa analisar também outros parâmetros do sinal de voz emitido por ele, tais como: freqüência fundamental, que determina se a voz é grave ou aguda, e a velocidade da fala, que mostra se o surdo fala rápido ou muito devagar.
A equipe ainda não definiu para qual tipo de plataforma o projeto será direcionado e nem se será open source. O software e os respectivos testes estão sendo desenvolvidos usando o MATLAB, um software interativo voltado para o cálculo numérico. Conheça mais do MATLAB aqui.
Além do LINCE, a UASC possui o Matraca, outra pesquisa voltada para a área de tecnologia assistiva, que tem por objetivo tornar possível o uso do computador por pessoas com deficiência visual. Para mais informações, entre em contato com o departamento pelo site oficial ou com o Grupo PET Computação pelo nosso site.
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