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              dias 7 e 8 de novembro ocorreu a Olimpíada de Programação 
              da ACM, etapa sul-americana (http://maratona.ime.usp.br/). 
              Este ano, tivemos três times que representaram o DSC/UFCG. 
              Obtivemos a décima primeira, a décima terceira e a 
              décima oitava colocações entre os 120 participantes 
              no Brasil .Alexandre Duarte foi o técnico dos times e quem se habilitou 
              a treiná-los, junto com o professor Dalton, para estas olimpíadas.
 PETNews 
              – Quando você começou a se interessar por olimpíadas 
              da programação? Alexandre 
              – Eu não lembro exatamente o ano, mas foi desde a primeira 
              Olimpíada de Programação do DSC. Acho que foi 
              em 99. No caso era a segunda Olimpíada de Programação, 
              a primeira tinha sido a muito tempo atrás, na época 
              que Fubica era da graduação, mas aí eu acho 
              que em 99 o pessoal retornou esta prática aqui e eu comecei 
              a participar desde essa época, juntamente com o pessoal daqui, 
              Osório quem também participou nessa época comigo. PETNews 
              - O que você achou do desempenho do pessoal nessa olimpíada? 
              Estava sendo esperada essa colocação? Alexandre 
              – Não, não estava, foi muito bom o desempenho, 
              foi o melhor que a gente já fez até agora. Nossos 
              três times ficaram entre os vinte primeiros e eu acho que 
              na média das universidades a UFCG ficou em primeiro lugar. 
              Você pegar, por exemplo, que muitas universidades levaram 
              três times, mas nenhuma delas ficou com os três times 
              entre os vinte primeiros. Foi o que a gente conseguiu, um em décimo 
              primeiro, um em décimo terceiro e um em décimo oitavo. PETNews 
              - Vários alunos que foram nessa olimpíada já 
              foram a outras e também já estão terminando 
              o curso, ou já terminaram. Há planos de se treinar 
              gente nova? Como será feita a escolha? Alexandre 
              – A gente começou ontem (18/11/2003) o treinamento 
              para a próxima olimpíada, no caso com o professor 
              Dalton, criamos uma disciplina optativa no DSC que é Algoritmos 
              Avançados. Temos vinte alunos matriculados que abrangem todos 
              os períodos do curso, tem gente desde do segundo período 
              até quem vai se formar agora. A seleção para 
              essa turma foi baseada em indicação dos professores. 
              O pessoal indicou quem achava que tinha aptidão para esse 
              tipo de coisa. Esse treinamento começou ontem e vai ser feito 
              até a próxima maratona em novembro do próximo 
              ano. E além disso a gente vai também realizar concursos 
              periódicos, a cada mês mais ou menos, para selecionar 
              mais gente que queira participar e não está matriculado 
              hoje. No caso vamos ter times aí para mais uns três 
              anos só com essa turma, eu acho. PETNews 
              – A partir dessa disciplina como é que vai passar a 
              ser feita a escolha para ir para a olimpíada da ACM? Antes 
              a escolha era feita pela classificação na olimpíada 
              local, ainda vai ser assim? Alexandre 
              – Ainda vai ser assim. A participação na turma 
              não indica que o pessoal que está lá vai representar 
              a universidade. É um treinamento pra que eles consigam tirar 
              boas colocações na seleção interna e 
              por isso venham a participar. Mas uma pessoa que não está 
              na turma, que se der bem na olimpíada interna pode vir a 
              representar a universidade. PETNews 
              – Aí eles vão passar, a partir daquele momento, 
              a assistir aulas com a turma para poder se preparar… Alexandre 
              – Exatamente. Pra poder pegar o trabalho em equipe, que a 
              olimpíada é em equipe. PETNews 
              – Qual seria o perfil de um aluno que participa de olimpíadas? Alexandre 
              – Primeiro o cara tem que ser doido por programação, 
              tem que programar de manhã, de tarde e de noite e nas horas 
              vagas também. Depois ele tem que ter interesse em aprender 
              muita coisa só, que a maioria das técnicas que você 
              usa nas olimpíadas, você vê uma noção 
              na universidade mas você precisa aprofundar muito e ver muitas 
              aplicações para conseguir resolver, logo, oito problemas 
              em cinco horas. Não é uma coisa que você sabe 
              como é e vai consultar em um livro para fazer. Você 
              tem que ter na cabeça aquilo, na memória cache, não 
              pode ser no disco rígido. PETNews 
              - Quais os assuntos mais abordados nas questões das olimpíadas? Alexandre 
              – Varia muito. Geralmente os problemas das olimpíadas 
              tentam refletir uma situação do cotidiano. O cara 
              quer fazer uma seleção de pessoas que vão entrar 
              em um restaurante ou que vão sair, uma busca de caminho mínimo 
              para chegar de uma cidade a outra. Sempre são problemas que 
              tem relação com a realidade e que podem ser solucionados 
              com uma das técnicas de programação como pesquisas 
              em grafos, programação dinâmica. Acho que esses 
              dois são os principais, o que mais cai é sempre pesquisas 
              em grafos e programação dinâmica. PETNews 
              - Que dica você daria para quem quer participar de uma olimpíada? Alexandre 
              – Faça o treinamento, a melhor dica é essa, 
              participe dos treinamentos ou como ouvinte ou como aluno matriculado 
              que a tendência é você se dar bem. PETNews 
              – Qualquer pessoa pode participar como ouvinte? Alexandre 
              – Acho que não tem problema nenhum participar como 
              ouvinte. PETNews 
              – Porque a pessoa pode, talvez, não ter a indicação. Alexandre 
              – É, matriculado a gente tem vinte pessoas, mas como 
              ouvintes… É porque a gente não vai ter aula 
              expositiva para essa disciplina, o pessoal vai estudar sozinho. 
              Ocasionalmente a gente vai se reunir para discutir algum assunto 
              de interesse de todo mundo, mas não vai ter toda semana aula 
              não. Vão ser passados problemas para eles resolverem 
              em casa e vão ter os simulados mensais. PETNews 
              – Agora quais seriam as considerações finais 
              que você gostaria de fazer sobre as olimpíadas e para 
              a galera da graduação. Alexandre 
              – Eu acho que é uma oportunidade que todo mundo devia 
              ter de poder participar de uma olimpíada como essa. Além 
              de ser enriquecedor para o currículo, você conhece 
              pessoas novas, você tem oportunidade de viajar para outras 
              universidades e conhecer outros ambientes, professores de outras 
              universidades. Você também enriquece seu conhecimento, 
              a partir do estudo mais avançado de outras técnicas 
              de programação que você talvez não visse 
              na graduação se você não participasse 
              de uma coisa desse tipo. Além disso você tem a oportunidade 
              de conseguir ir para a olimpíada mundial que, por si só, 
              vai te garantir um emprego na IBM ou na Microsolt e em qualquer 
              uma dessas empresas que patrocinam o concurso. Não vai ter 
              nada de prejudicial, tudo que você vai conseguir vai ser bom, 
              não vai ter nenhuma contra-indicação a não 
              ser que você fique viciado em programar. PETNews 
              – Bem, obrigada pela entrevista. |