O novo governo trouxe como uma de suas proposta a erradicação do analfabetismo no Brasil, que pretende alfabetizar 5 milhões de jovens e adultos em 2003, totalizando cerca de 20 milhões em quatro anos. O programa Analfabetismo Zero será implantado juntamente com o Fome Zero. Cada jovem ou adulto analfabeto total ou funcional, em situação de insegurança alimentar - que não consuma diariamente pelo menos 2.200 calorias, segundo critério da Organização das Nações Unidas (ONU) -, inscrito no Fome Zero, terá de alfabetizar-se, com a participação em cursos de três meses, como contrapartida ao recebimento de auxílio para a aquisição de alimentos.

        A presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara Esther Grossi (PT-RS) é responsável pelo Analfabetismo Zero. Além de um auxílio para o analfabeto carente de R$ 100, que seria pago para a compra de alimentos, o Analfabetismo Zero prevê, por aluno matriculado, o pagamento de R$ 100 ao professor, e outros R$ 150 para material didático, merenda, transporte e capacitação docente. "Com R$ 1,5 bilhão no primeiro ano, conseguiremos saciar não apenas a fome de pão, mas a fome de inteligência", disse Esther. "É possível realocar R$ 500 milhões já previstos no Orçamento para o programa em 2003."

        O programa que recebeu muitos elogios nacionais e internacionais ainda não decolou totalmente. O MEC afirma que faltam diretrizes claras de como será o programa que agora passa a se chamar Brasil Alfabetizado e o grande confllito é saber qual método pedagógico implantar. Entretanto, a Comissão Nacional dos Fóruns de Educação avalia que a demora é justificada pela criação de inúmeros convênios por todo país e que em breve o programa irá decolar.