Entrevista com Melina Mongiovi, estudante de Ciência da Computação da UFCG, premiada na competição internacional de pesquisas realizadas por alunos de graduação do SPLASH 2011.
Por Natasha Bezerra
(natashabs@gmail.com)
Com o trabalho intitulado, Safira: A tool for evaluating behavior preservation, Melina foi premiada como o segundo melhor no ACM student research competition na categoria aluno de graduação (undergraduate student), no Splash 2011 (Systems, Programming, Languages and Applications: Software for Humanity), realizado na cidade de Portland, nos EUA.
Melina Mongiovi.

Grupo PET – Olá Melina, fale-nos sobre você.

Melina – Olá, meu nome é Melina Mongiovi C. L. Sabino e sou natural de Campina Grande. Desde pequena já despertava muito interesse pela área de Computação. Sempre me espelhei no meu pai Giuseppe Mongiovi, que foi professor do Departamento de Sistemas e Computação (DSC) da UFCG. Com o incentivo dele, ingressei no curso de Ciência da Computação da UFCG em 2007.1. Concluí o curso em 2011.1 e ingressei no mestrado em setembro deste ano sob a orientação do professor Rohit Gheyi.

Grupo PET – Durante a graduação, foi monitora de disciplina ou trabalhava em projetos da área?

Melina – Eu não participei de atividades de monitoria, mas participei de projetos de desenvolvimento e de iniciação científica.  No segundo período (2007.2), entrei no Laboratório de Sistemas Distribuídos (LSD) para participar do projeto Auto-Test, na linha de qualificação de Software, sob a orientação do professor Dalton Serey. Durante os anos de 2009 e 2010, participei, no LSD, sob a orientação do professor Francisco Brasileiro, do projeto SegHidroII e do projeto OurGrid. No último período do curso,  iniciei um projeto de iniciação científica, sob a orientação do professor Rohit Gheyi, na área de refatoramentos e análise de impacto.  Esses projetos ajudaram a complementar tanto a minha formação acadêmica quanto profissional.

Grupo PET – Conte-nos a respeito da sua pesquisa premiada no SPLASH 2011.

SPLASH 2011.

Melina – Comecei o trabalho de iniciação científica no início deste ano sob a orientação do professor Rohit. Em junho, vimos que a ferramenta poderia ser submetida ao concurso. No trabalho, eu propus Safira, uma ferramenta para avaliar se uma transformação preserva o comportamento. A técnica é baseada em análise de impacto (para detectar os métodos que foram impactados pela mudança) e geração automática de testes apenas para os métodos impactados. Os testes gerados avaliam se a transformação preserva o comportamento do programa. A ferramenta pode ser utilizada na área de refatoramentos, para aumentar a confiança de desenvolvedores que o refatoramento preservou o comportamento ou para mostrar que ele é defeituoso. Também pode ser utilizada na área de teste de mutação para avaliar se um mutante é equivalente, ou seja, se tem o mesmo comportamento do programa original. Nesse trabalho, eu também propus uma técnica para testar ferramentas de teste de mutação utilizando o JDolly, um gerador automático de programas Java e Safira para detectar mutantes equivalentes. A ferramenta possui a versão linha de comando, utilizada na técnica de testar ferramentas, e um plugin para o Eclipse, para avaliar os refatoramentos.

Grupo PET – Quais foram as etapas na competição?

Melina – A primeira etapa é a submissão do artigo e do pôster. O evento seleciona 10 trabalhos de cada categoria (graduação e pós-graduação) para apresentar na conferência e participar da competição. A segunda etapa, é a apresentação do pôster, que é o primeiro round da competição. Cinco juízes avaliam quais trabalhos estão aptos para o segundo round, que é uma apresentação formal com slides. Finalmente, após a apresentação, são escolhidos 3 trabalhos de cada categoria para serem premiados. O vídeo da premiação pode ser visto aqui.

Apresentação do pôster.
Apresentação formal com slides.

Grupo PET – Como foi a experiência de participar de uma competição internacional?

Melina – Foi uma experiência bastante enriquecedora para mim que estou ainda iniciando na pesquisa. Proporcionou-me conhecer pesquisadores do mundo inteiro, participar de uma das melhores conferências na minha área, mostrar meu trabalho, receber opiniões de pessoas de alto nível e, de bônus, ainda ser premiada. Além disso, trabalhei como Student Volunteer, no qual tive a oportunidade de conhecer outros estudantes e ganhar alguns benefícios como inscrição do evento e as diárias no hotel da conferência.

Trabalhando no evento como Student Volunteer no registration.

Hotel da conferência.

Portland.

Grupo PET – Após essa premiação, qual o próximo passo?

Melina – Pretendo dar continuação ao trabalho durante o mestrado. Vou focar em aperfeiçoar a técnica da ferramenta e obter mais resultados. Meus planos são fazer um doutorado e continuar na área acadêmica.

 

Grupo PET – Qual a sua orientação para os alunos que desejam seguir a mesma área que você trabalha?

Melina – Assim como em qualquer outra área, devem estar preparados para trabalhar, se esforçar e encarar novos desafios. Em engenharia de software, ainda existem muitos trabalhos em aberto e os alunos que se interessarem por essa área serão bem vindos no nosso grupo SPG.

Grupo PET – Melina, parabéns pela conquista e muito obrigado por nos conceder esta entrevista.

Melina – Eu que agradeço a oportunidade de participar da entrevista.

Jornal PETNews - Edição: Caio Paes - Revisão: Janderson Jason e Joseana Fechine
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