Imagens que vão além das telas
Por José Iago
(joseiago.p.a@gmail.com)
A computação contribuiu para a evolução de uma tecnologia que virou febre no mundo inteiro, a tecnologia 3D. Na edição deste mês, conheça um pouco sobre essa tecnologia e algumas formas de entretenimento nas quais ela é utilizada.

O efeito 3D vem sendo amplamente utilizado e o suporte ao seu formato deixou de ser novidade, estando presente em cinema, televisores, Blu-ray players, video games e dispositivos portáteis. Embora muitos acreditem que é uma tecnologia recente, ela vem sendo desenvolvida e aprimorada desde o final do século XIX.

Em 1922, foi exibido o primeiro filme 3D, The Power of Love. Mas foi apenas na década de 50 que o gênero começou a fazer um grande sucesso por meio de filmes como Man in the Dark e Bwana Devil. Apesar de na época os cinemas não possuírem a tecnologia das salas atuais modernas, todos queriam viver a experiência de ver a imagem saindo da tela.

Friday the 13th Part III lançado em 3D em 1982.

Devido à precariedade dos cinemas com efeito 3D e ao desconforto e mal-estar causados pelo óculos de papel (uma lente vermelha e outra azul) utilizados para o ser humano poder enxergar os efeitos da época, a produção de filmes com essa tecnologia caiu bastante nas décadas seguintes.

Em 1980, o 3D voltou a fazer sucesso nos cinemas e a conquistar cada vez mais espaço com o surgimento de novas tecnologias e com o aprimoramento de ferramentas computacionais que propiciavam a utilização de efeitos visuais fantásticos e a produção de cenas consideradas, até hoje, memoráveis no cinema.

Mas como é feito o 3D? Graças a um fenômeno chamado estereoscopia é possível criar um efeito de terceira dimensão. Esse fenômeno trata-se da projeção de duas imagens, da mesma cena, em pontos de observação diferentes. As duas imagens devem ser filmadas ao mesmo tempo e softwares específicos são responsáveis pela redução de oscilações na imagem, tornando a composição mais realista.

O cérebro humano é responsável pelo alinhamento das imagens, em que uma é colocada em primeiro plano e outra em segundo plano. Com isso, é gerada uma sensação de profundidade, dando a impressão ao ser humano de que uma imagem está mais próxima de si que outra.

Embora o princípio da criação do efeito 3D seja o mesmo, existem maneiras diferentes de gerá-lo:

- Anáglifo, a partir do qual a imagem é formada por duas camadas de cores muito próximas para gerar o efeito de profundidade. Conhecida pela obrigatoriedade do uso de óculos com lentes de cores diferentes (azul e vermelha);

TV com 3D polarizado

- Polarizado, sendo as imagens geradas em ângulos diferentes. É amplamente utilizada em salas de cinema, em que os óculos não possuem lentes com cores diferentes;

- Ativo, cujos óculos possuem chips e cada imagem é exibida uma vez e não há sobreposição de imagens;

- Barreira Paralaxe, a qual dispensa o uso de óculos devido a uma barreira que é colocada sobre a tela para dividir as imagens em ângulos diferentes, sendo percebidas de maneira distinta por cada um dos olhos. Funciona de maneira semelhante aos óculos polarizados.

O aprimoramento cada vez maior da tecnologia 3D propiciou sua entrada nos lares das pessoas por meio de video games portáteis e televisores, os quais podem exigir o uso de óculos polarizados ou não (Barreira Paralaxe).

3D nos video games

Nintendo 3DS

Ao contrário do que ocorreu nos cinemas, os primeiros video games que utilizavam a tecnologia 3D não fizeram muito sucesso, e alguns foram um tremendo fracasso, a exemplo do Virtual Boy (1995) da Nintendo, que utilizava gráficos monocromáticos vermelhos.

Atualmente, video games desse gênero vem fazendo um grande sucesso por todo o mundo. O Nintendo 3DS é um bom exemplo disso, o qual traz consigo um visor 3D que gera games em três dimensões sem a necessidade do usuário usar óculos especiais para visualizar o efeito. Além disso, conta com um regulador de 3D e permite a sua alteração para 2D mantendo uma boa qualidade das imagens.

Salas IMAX

Com a tecnologia 3D adentrando cada vez mais nos lares, surgiu a necessidade de uma tecnologia que garantisse a superioridade dos cinemas perante os aparelhos domésticos. Diante disso, surgiu o IMAX (Image Maximum), uma tecnologia que pretende modernizar ainda mais o cinema.

Produzidas pela empresa canadense IMAX, as telas possuem 22 metros de largura por 16,1 metros de altura, bem superior às telas de cinema convencionais, as quais medem 12 metros por 5,1 metros.

Esse novo modelo de cinema, conta com um sistema chamado "rolling loop", duas faixas de filme correndo ao mesmo tempo no projetor na velocidade de 24 frames por segundo. Os óculos separam as imagens e o cérebro faz o processo de juntá-las novamente. Logo, a imagem não treme e nem borra, o que faz com que o efeito 3D seja ainda mais real.

Os efeitos visuais em 3D só tendem a ser ainda mais aprimorados de modo a conquistar ainda mais pessoas em todo o mundo, e a computação, atrelada ao aprimoramento de seus recursos, como o uso, por exemplo, da Computação Gráfica, contribui cada vez mais para a concretização desse fato.

Jornal PETNews - Edição: Jeymisson Oliveira - Revisão: Savyo Nóbrega e Joseana Fechine
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