Conheça o Jit Cloud e entenda como ele pretende melhorar a cloud computing.
Por Lucas Albuquerque
(lucas.ufcg@gmail.com)
A cloud computing já é uma realidade e tende a se tornar mais importante à medida que os serviços que fazem uso da cloud se popularizam. Pensando em uma forma de melhorar esses serviços, o projeto Jit Cloud tem a proposta de construir um analisador de tráfego e de anomalias que ajudará na melhoria da cloud computing.

O termo cloud computing, ou computação nas nuvens, começou a ser conhecido por muitas pessoas em meados de 2008 e, ao que tudo indica, ainda ouviremos falar muito a respeito. O principal foco da computação nas nuvens é permitir que o usuário utilize, em qualquer hora, qualquer lugar ou computador, programas ou ferramentas sem que esses estejam inseridos localmente no computador do usuário, ou seja, independente da plataforma que você usa, para dispor dos recursos do cloud computing basta ter um computador com acesso à Internet e um browser instalado, uma vez que todo o processamento e armazenamento de uma determinada informação é feito no servidor.

Diagrama esquemático da cloud computing.

Cloud computing já é uma realidade no nosso dia-a-dia, uma prova disso é que diariamente utilizamos aplicações como o Google Docs (editor de texto online da Google, semelhante ao Microsoft Office Word), Dropbox, além de outros serviços.

Inserido nesse contexto, na UFCG (Universidade Federal de Campina Grande) e no IFPB (Instituto Federal de Educação, Ciência de Tecnologia da Paraíba) vem sendo desenvolvido o projeto Jit Clouds, financiado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), cujo objetivo é o desenvolvimento de um analisador de tráfego e de anomalias para obtenção de informações sobre a troca de dados entre os elementos dos sistemas de cloud que, baseado nessas informações, indicará possíveis anomalias que ocorrem no sistema.

Segundo o pesquisador do Jit Clouds, Prof. Dr. Reinaldo Gomes, “a motivação para o desenvolvimento do projeto se deve ao crescimento em importância de aplicações que fazem uso do recurso de cloud computing, importância essa que se consolida ainda mais pelo fato dessas aplicações estarem se tornando cada vez mais populares, principalmente no que diz respeito ao oferecimento de serviços, para os quais não se deseja ter que montar toda uma infraestrutura e ser responsável por toda a aquisição/implantação/manutenção dos equipamentos”. Contudo, o professor afirmou que ainda existem muitas questões que continuam em aberto, a exemplo dos padrões de comunicação dos usuários com o sistema, ou até mesmo dos elementos diferentes do sistema que devem se comunicar para o oferecimento correto do serviço.

Mas onde entra o Jit Clouds nessa história? Para entender melhor as questões citadas acima, está sendo construído pela equipe do Jit Clouds um analisador de tráfego e de anomalias com o objetivo de obter informações a respeito da troca de dados entre os elementos dos sistemas de cloud que, baseado nessas informações, indicará possíveis anomalias que ocorrem no sistema. Porém, ainda não existe um número considerável de trabalhos desenvolvidos nessa área de análise de tráfego de cloud computing. Dessa forma, é preciso criar uma metodologia a fim de identificar o que seria uma anomalia para esse tipo de sistema.

Atualmente, a equipe está trabalhando na implementação de uma versão preliminar do analisador, com o intuito de que esse consiga detectar, inicialmente, anomalias relacionadas apenas ao desempenho esperado das aplicações dos usuários de acordo com o contrato que esse possui. Por exemplo, se um usuário contrata um link de 1Mbps, verificar se essa capacidade está sendo realmente oferecida e, caso o usuário tente enviar mais dados do que o permitido, deve-se informar essa situação. Além disso, a equipe está realizando coletas de tráfego sobre o acesso a serviços de cloud na UFCG para entender como as aplicações funcionam.

Mas como funciona esse analisador? “Inicialmente o analisador deve capturar os dados que forem transmitidos pela rede. Após obter esses dados, o software vai realizar a análise do tráfego para tentar identificar padrões nele que indiquem alguma determinada ação que está ocorrendo. Essas ações irão representar as anomalias que estamos procurando, e podem ser identificadas de acordo com as características que são verificadas nos pacotes (tamanho, informação contida em cada um deles, intervalo entre as requisições dos usuários, etc.). Normalmente, isso não é tão problemático, mas estamos trabalhando em um analisador que deve ser usado com links de alta capacidade (na casa de Gigabits por segundo) e, nesse caso, temos um requisito de desempenho extremamente importante, já que cada segundo sem conseguir processar os dados que passam pela rede representa uma quantidade enorme de dados perdidos e que pode gerar problemas ao funcionamento do sistema.” explica o pesquisador, Prof. Dr. Reinaldo Gomes.

O professor ainda nos informou que o Jit Clouds tem como objetivo futuro aprimorar o analisador, acrescentando novas funcionalidades, tais como, criação de uma interface gráfica a partir da qual será possível acompanhar os dados coletados em tempo real, além da criação de um gerador de tráfego que seja baseado nas coletas realizadas, a fim de que seja possível simular o funcionamento desse tipo de sistema em situações diferentes e ver qual a sua influência.

Na UFCG, o Jit Clouds é desenvolvido no LATEC e conta com a participação do Prof. Dr. Marco Aurélio Spohn (coordenador do projeto e professor da Universidade Federal da Fronteira Sul), Dr. Reinaldo Cezar M. Gomes (pesquisador do projeto), Mª Ana Cristina A. Oliveira (gerente de projeto) e mais dois auxiliares de pesquisa bolsistas, sendo um graduando e outro graduado. Além da UFCG, o projeto é desenvolvido em mais 17 instituições no Brasil e no exterior (C.E.S.A.R., IFPB, LNCC, PUC-PR, PUC-RJ, UFBA, UFCG, UFPB, UFPE, UFRGS, UFSC, UFSCAR, UNICAMP, UNIFOR, UNISINOS, Univ. do Minho, Univ. of Cambridge)

Caso tenha se interessado pelo assunto, entre em contato com os professores que fazem parte do projeto, a exemplo do Prof. Dr. Reinaldo Gomes.

Jornal PETNews - Edição: Jeymisson Oliveira - Revisão: Savyo Nóbrega e Joseana Fechine
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