15 anos depois...
Por Livia Sampaio
(sampaiolivia@gmail.com)
Dra. Livia Sampaio, professora do curso de Ciência da Computação da UFCG, nos conta seus passos, nesse ano em que comemora 15 anos de formatura da graduação.

Em 2012, estou comemorando 15 anos de formatura da graduação. Desde então, investi na pós-graduação e, hoje sou professora do curso de Ciência da Computação/UFCG, Campina Grande. Essencialmente, passei minha vida de estudante e profissional na UFCG, antes, UFPB, Campus II, o que permite testemunhar a evolução da universidade e, particularmente, do departamento de sistemas e computação ao longo dos anos.

Sou “filha” da turma 1994.1, auto denominada, modestamente, de DreamTeam. Essa denominação está muito ligada aos nossos anseios para o futuro e ao sentimento de time existente no grupo. Um time que quer crescer junto e colabora um com o outro para ter bons resultados. Ainda mantemos contato até hoje, através de listas de discussão na Internet, além de encontros anuais onde tentamos reunir o máximo de pessoas possíveis.

Imediatamente após a formatura, ingressei na pós-graduação na UFCG (ainda UFPB, campus II), com um intervalo de 1 ano entre mestrado e doutorado. Durante a pós-graduação, principalmente, no doutorado, tive muitas oportunidades, tanto em relação ao aprendizado técnico quanto pessoal, além de poder participar de eventos científicos em diferentes lugares do mundo. Das experiências fora do Brasil, destaco o doutorado-sanduíche realizado em 2005, no Institut de recherche en informatique et systèmes aléatoires – IRISA, Rennes, França, onde trabalhei com avaliação de desempenho de algoritmos distribuídos.

Logo quando finalizei o doutorado, tive a oportunidade de passar um período de 2 anos na UEPB/Patos, onde estava vinculada ao curso de Licenciatura em Computação. Foi, sem dúvida, uma experiência bem interessante, numa equipe de excelente qualidade. Nessa época, pude conhecer um pouco dos desafios da área de Informática na Educação, como, por exemplo, o ensino de computação nos níveis fundamental e médio. E isto continua sendo um tema desafiador. Recentemente, li um artigo de revista que remete para o “Pensamento computacional” (a matéria pode ser acessada aqui) como uma direção para introduzir computação como ciência para resolver problemas em diversas áreas e não somente como ferramenta. Conceitos básicos de computação como iteração, estado, pesquisa e eficiência devem contribuir em outras áreas. Uma outra experiência que quero enfatizar do período na UEPB foi a possibilidade de desenvolver trabalhos de extensão e com a colaboração de profissionais de diferentes áreas. Um desses projetos foi a I Mostra de Iniciação Científica e Extensão cujo objetivo era promover a interdisciplinaridade oferecendo oportunidades de debates, oficinas, painéis e atividades culturais para todos os cursos da UEPB/Patos. Esta interdisciplinaridade é bastante construtiva. Mesmo com todas as experiências positivas na UEPB, sempre houve o desejo de voltar para Campina Grande...

Então, em 2009 prestei concurso para a UFCG, Campus I, e voltei para a terrinha. Minha formação acadêmica é na área de sistemas distribuídos, e tenho desenvolvido minhas pesquisas no Laboratório de Sistemas Distribuídos – LSD. Minhas áreas de interesse incluem computação de larga escala, alocação de recursos, eficiência energética, algoritmos distribuídos e tolerância a faltas. Tenho pesquisas envolvendo eficiência de plataformas MapReduce, gerência de energia em sistemas distribuídos e uso de deduplicação em sistemas de backup, além de controle de concorrência em sistemas de armazenamento oportunistas. Tenho interesse também pela área de Educação em Computação (envolvendo o ensino de computação em diferentes áreas e níveis, inclusive na própria graduação em computação), nesse contexto, realizamos um trabalho junto aos alunos do curso, cujo objetivo foi desenvolver uma solução para auxiliar disciplinas de laboratório em programação (especialmente programação 2 e estrutura de dados). Espero que outras oportunidades nessa área apareçam em um futuro próximo. Outra área muito discutida atualmente e que tem motivado pesquisas em diversas áreas no DSC é de sistemas inteligentes. Particularmente, a ideia de cidades inteligentes com serviços autoconfiguráveis, aplicações bigdata e sistemas colaborativos, onde a participação do ser humano como agente da computação, parece uma realidade bem próxima.

Enquanto egresso do curso de Ciência da Computação da UFCG, tive ótimas oportunidades. Fico feliz em hoje poder colaborar para a formação de novos egressos desse curso, com um padrão de qualidade cada vez melhor.

Jornal PETNews - Edição: Jeymisson Oliveira - Revisão: Iago Araújo e Joseana Fechine
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