Até
pouco tempo atrás, ter em casa um computador de 64 bits para
muitos era uma realização tão distante quanto
possuir regularmente notas de cem reais. Mas a situação
está mudando muito, e para melhor! Empresas como AMD e Apple
estão avançando cada vez mais no intuito de facilitar
a chegada desta tecnologia aos PCs residenciais.
Por
que computadores de 64 bits são melhores que os atuais?
A
questão não está nos MegaHertz! É isso
mesmo. Os computadores de 64 bits não se diferenciam pela
freqüência e sim pela quantidade de informações
que a CPU recebe e pode processar por ciclo. Computadores como o
G5 da Apple (produzido pela IBM) e vindouro Athlon 64, da AMD, receberão
o dobro de dados por ciclo de processamento em relação
aos computadores atuais. Então, a vantagens nestes computadores
de 64 bits está no fato de que conseguem lidar com mais memória
e arquivos maiores.
Chips Intel ou AMD
conseguem lidar com 4 GB de memória (um Apple G4 lida com
2 GB), e esses 4 GB são divididos entre o sistema operacional
e os aplicativos. Logo, o máximo de memória que qualquer
aplicativo consegue usar é 2 GB. Por outro lado, um processador
de 64 bits consegue lidar com 16 exabytes de memória. Traduzindo:
são 16 bilhões de gigabytes.
As máquinas
G5 da Apple serão compatíveis com até 8 GB
de memória física, o dobro dos sistemas 32 bits. Isso
será suficiente para manter a CPU ocupada sem precisar diminuir
a memória virtual da máquina no disco rígido,
de acordo com Greg Joswiak, vice-presidente de marketing de produtos
da Apple. A AMD diz que o Athlon 64 será compatível
com até um terabyte de memória física e até
256 terabytes de memória virtual. Dito isso, as primeiras
placas-mãe do Athlon 64 virão com quatro slots DIMM.
Se os primeiros sistemas tiverem só dois slots, as máquinas
terão capacidade de lidar com até 8 GB de memória
instalada. Com isso, os gastos com memória podem ficar mais
altos do que o próprio PC.
Que
tipo de aplicação receberá beneficio com estes
novos computadores?
Segundo
a empresa AMD, muitas das aplicações nos dias de hoje
possuem algo em comum e cada vez mais freqüente: precisam manipular,
endereçar e processar grandes quantidades de dados no menor
intervalo de tempo possível.
Entre vários
exemplos que se encaixam nesse caso, estão as transações
financeiras seguras, a criptografia de dados, detecção
de fraudes, biometria, CRM, ERP, reconhecimento de voz, modelagem
de dados, manipulação de vídeo e até
jogos com suas simulações de realidades alternativas.
(E como se pode perceber muitas áreas citadas estão
relacionadas com oportunidades em nosso curso ou com projetos desenvolvidos
por professores do DSC).
Seguindo esse raciocínio,
pode-se afirmar que qualquer programa manipulando grandes quantidades
de dados, que precisam ser processados e transferidos rapidamente
sem nenhuma interrupção, poderá tirar proveito
da arquitetura de 64 bits.
Isso quer dizer que você não sentirá diferença
alguma ao abrir seu Word. Mas um chip de 64 bits tem o poder para
melhorar notável e drasticamente a performance dos aplicativos
com mais demanda, como codificação de áudio
e vídeo.
De fato os computadores
de 64 bits já tinham sido lançados há algum
tempo atrás, mas o resultado não tinha se mostrado
tão devastador; não por uma questão de ineficiência,
e sim de falta de demanda compatível com a alta capacidade
existente neles.
Para os portadores
de PCs domésticos o baque poderá ser mais perceptível
nos jogos, que passarão a reproduzir detalhes cada vez mais
perto da realidade como por exemplo nas texturas de personagens
(no cabelo, pele e olhos) bem como na inteligência artificial.
Outro ponto que será bastante favorecido será a codificação
de vídeo com qualidade de DVD. Por que? O resultado será
mais velocidade referente a frames por segundo que na codificação
atual, aproximando assim a nova codificação como filmes
de verdade.
Quais
produtores de chips está na frente?
Acertou quem disse Apple em primeiro e AMD vindo logo atrás.
A nova geração de hardware da Apple, baseada no processador
G5, já chegou com tudo no mercado norte-americano e até
o final do ano no Brasil. E a AMD deve lançar os primeiros
desktops e notebooks com Athlon 64 a partir de setembro. Uma versão
do chip para servidores, chamada Opteron, já está
no mercado.
Mas para aproveitar
as vantagens desses sistemas de 64 bits não basta apenas
o computador: é preciso também um sistema operacional
compatível com a plataforma. Aqui, tudo fica mais complicado.
Os G5 nas lojas, eles vêem com uma versão atualizada
do Mac OS X, sistema operacional de 32 bits, também conhecida
como Jaguar. Essa nova versão do sistema é compatível
com aplicativos 32 bits e terá a capacidade de lidar com
pedidos de 64 bits do processador e, portanto não precisará
recompilar aplicativos de 32 bits para poder utilizá-lo.
Se a idéia
é ter maior performance com os 64 bits, não dá
para ter um monte de drivers de 32 bits atrapalhando as coisas.
Então, finalmente, virão as aplicações
nativas de 64 bits. A AMD admite que a transição dos
32 para os 64 bits nos desktops não vai acontecer do dia
para a noite. Mas ao colocar 64 bits nos futuros processadores,
a AMD se prepara para o futuro.
Enfim, a revolução
está feita. A transição dos 32 para 64 bits
é que está cada vez mais perto de se concretizar.
A Apple já está na frente neste quesito, mas teremos
que esperar ainda um pouco para a AMD nos dar o prazer de ver nas
prateleiras o fruto tão almejado. Que venham os 64 bits!
.E eles vêem em dobro!
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