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Entrevista com o professor Bernardo Lula Júnior |
Bernardo Lula Júnior, professor doutor associado da UFCG, concede entrevista ao grupo PET e fala sobre sua carreira. |
Prof. Dr. Bernardo Lula Jr.
Nesta edição, o Grupo PET Computação entrevista Bernardo Lula Júnior, professor do Departamento de Sistemas e Computação da UFCG. Vale a pena conferir curiosidades e experiências da carreira profissional do professor. Grupo PET - Qual sua formação? Em qual faculdade se formou? Bernardo - Eu sou formado em Engenharia elétrica, pela antiga UFPB, aqui em Campina Grande. Fui formado em 1974 e vim para fazer pós-graduação no final de 1976. Aliás, fiquei como professor contratado em 76 e iniciei meu mestrado em 1977. Terminei o mestrado, aqui em Campina Grande, em 1979. Grupo PET - O senhor já desejava fazer este curso desde adolescente? De onde veio o interesse? Bernardo - Inicialmente meu sonho era fazer engenharia mecânica. Eu gostava de automóveis... E fiz vestibular para isso. Naquela época, o curso daqui foi para João Pessoa. E, que eu me lembre, cursei o básico das engenharias e foi justamente no período que criaram o mestrado em engenharia elétrica, que vieram muitos professores de fora e eu acabei me transferindo para a Engenharia Elétrica. Grupo PET - Quais disciplinas ministra? Bernardo - Atualmente, aqui na graduação estou em um “sacerdócio”(risos), com Matemática Discreta e Teoria da Computação. Eventualmente, quando abrimos optativas, ensino Interface homem-máquina e Introdução à Computação Quântica (isso na graduação). Na pós, ensino uma disciplina básica (no primeiro período), chamada Modelos Computacionais e uma disciplina de períodos subseqüentes que é Formalismo para Interface Homem-Máquina. E, eventualmente, quando tem alunos, Computação Quântica. Grupo PET - Qual a diferença que o senhor vê em ministrar disciplinas para iniciantes ou para alunos já graduados? Bernardo - Havendo uma formação, é ótimo, porque a gente não precisa revisar algumas coisas e vai direto ao assunto. Enquanto para iniciantes, principalmente matemática discreta, que a gente recebe alunos sem nem se quer saber teoria dos conjuntos. Isso é terrível. Grupo PET - Quais laboratórios são coordenados por você? Bernardo - Eu sou coordenador do LIA (Laboratório de Inteligência Artificial). Antigamente, eu trabalhava em IA, e a gente tinha este laboratório com outros professores, que até já saíram. Depois veio Herman e a gente mantém o LIA funcionando aqui para o pessoal que trabalha em IA. Embora eu não tenha muito envolvimento com o LIA, meu envolvimento é maior com o IQuanta. ![]() Inauguração do Instituto IQuanta.
Grupo PET - Qual principal atividade do IQuanta? Bernardo - O IQuanta é um instituto privado, mas sem fins lucrativos, criado para trabalhar em computação quântica. Ele tem uma missão: coordenar todas as atividades ligadas à computação quântica aqui na universidade, quer de ensino, pesquisa, divulgação e etc.. Grupo PET - O que há de mais fascinante na computação quântica? O que o fez optar por esta área? Bernardo - Bem, primeiro é a possibilidade de você ter uma computação num nível mais alto do que a computação atual. Há uma idéia de que a gente pode conseguir um nível de eficiência computacional maior do que na clássica. Mas isto ainda é promessa, pois apenas alguns algoritmos quânticos foram mostrados ser mais eficientes do que os atuais clássicos. Mas ainda não foi provado que você não consiga uma eficiência melhor classicamente. Outro fator fascinante é o fato de ela lidar com a mecânica. Grupo PET - E se algum aluno da graduação se interessar pela Computação Quântica e quiser participar do IQuanta? Bernardo - Estaremos de braços abertos. Nós até procuramos alunos também da engenharia elétrica, física ou aqui da computação, mas como a gente ainda não tem projetos em Computação Quântica, por não ser aplicada em canto nenhum, não temos recursos pra bolsas, tornando difícil concorrer com os demais projetos aqui da universidade e aliciar os alunos para esta área. O que nós gostaríamos era de formar o aluno desde o começo. Conseguimos isto, com alguns alunos, como por exemplo, Cheyenne, que começou com iniciação científica, fez mestrado e agora entrou no doutorado. Elloá começou agora. Estamos desenvolvendo iniciação científica com ela e esperamos que ela prossiga. Mas é muito difícil conseguir algum abnegado que queira seguir nesta área. Grupo PET - Então não existe uma seleção específica? Bernardo - Não, eu procuro mostrar nas minhas aulas um pouco de computação quântica, mas são muito poucos os alunos que vêm. Mas o instituto está aberto a quem se interessar. Grupo PET - E na sua opinião, qual o algoritmo para um bom aluno ser bem sucedido em ciência da computação ou até mesmo na computação quântica? Bernardo - Determinação, querer. Como se diz que querer é poder. Todo mundo que entra aqui, tem uma capacidade. Alguns podem ter tido uma formação não muito boa no curso secundário, mas já entraram aqui e mostraram que tem capacidade. Então, é necessário: mirar, focar e ter consciência de que sua vida ou seu futuro vai depender de sua formação. Acho que é isso. Grupo PET - Gostaria de dar alguma declaração final, professor? Bernardo - Sim. Estou muito satisfeito com meus monitores, monitores voluntários. (risos) O Grupo PET agradece a cordialidade e alegria com a qual o professor Bernardo nos atendeu. |
Por Maria Isabel Farias |