A terra do Tio Sam pede socorro
Dia 29 de agosto, às 7 horas da manhã, os Estados Unidos conheceram uma face da natureza que estava esquecida. Com um lindo nome de mulher, o furacão Katrina devastou a costa americana com ventos de 230 km/h

 

      Katrina destelhou casas e arrastou tudo o que estava pela frente, principalmente nas cidades de Mobile, no Alabama e Nova Orleans, na Louisiana, além de parte do Estado do Mississipi, que escapou das enchentes.

      Milhares de pessoas ficaram desabrigadas e foram levadas para dois estádios, o Astrodome em Houston e o Superdome em Nova Orleans. Neste último, houve muitas denúncias de uso de drogas, espancamentos e estupros, tudo isso aliado às péssimas condições de higiene, escassez de água e comida. Os aeroportos ficaram lotados de doentes esperando ser transportados e hospitais foram improvisados até mesmo embaixo de pontes.

      Em Nova Orleans, só os telhados ficaram visíveis, 80% da cidade foi alagada, o que se transformou num enorme problema, pois a água tornou-se muito tóxica devido à presença de corpos presos a árvores ainda submersas. Ao menos dez pessoas já morreram por terem se contaminado. Mesmo assim, há quem insista em permanecer em suas casas, obrigando a polícia a utilizar até a força para retirá-los das áreas afetadas.

      As imagens divulgadas pela imprensa deixam evidente que boa parte dos desabrigados são negros, já que estes compõem três quartos dos quase 500 mil habitantes de Nova Orleans. Segundo os especialistas, é impossível prever em longo prazo o impacto da devastação, pois nem todos estão dispostos a esperar pela reconstrução da cidade, já que os engenheiros calculam que serão necessários mais de 24 dias para escoar toda a água e cerca de três meses para limpar a área atingida pelo Katrina.

      Mas é nessas horas que ajuda chega de todas as partes, até mesmo da área tecnológica. Empresas do Vale do Silício, na Califórnia, ofereceram dinheiro, equipamentos e conhecimento técnico para ajudar a reconstruir as áreas afetadas pelo furacão. Os equipamentos devem ajudar agências que prestam socorro, a localizar pessoas desaparecidas. Além disso, Intel, Microsoft, Cisco, SBC e Dell estão ajudando a Cruz Vermelha.

      Apesar dos estragos, o Katrina não foi o pior furacão a atingir os Estados Unidos. O Andrew, de categoria cinco, foi o que trouxe mais prejuízos, US$ 25 bilhões, devastou a Flórida em 1992 e matou 29 mil pessoas. Enquanto que o Katrina foi classificado como de categoria quatro e pode ter matado até 10 mil pessoas.

Por Mariana Romão do Nascimento