A Universidade como um local, também, para desenvolvimento pessoal
Por Lorena Lira
(lorenalir@gmail.com)
Lorena Lira, mestranda em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Campina Grande, mostra que a universidade também é importante para o crescimento pessoal.

Inicialmente, gostaria de agradecer aos integrantes atuais do grupo PET Computação e à tutora Joseana pelo privilégio de poder compartilhar o que ando fazendo após sair do grupo, bem como as minhas experiências durante a graduação. Sou egressa do grupo desde fevereiro de 2009. Entrei no curso de Computação no período 2006.1 (julho de 2006) e entrei no PET no período 2006.2, tendo, então, participado efetivamente durante dois anos.

Acho importante frisar que durante a metade inicial do meu curso estive envolvida nas atividades do grupo, na chamada “tríade” ensino, pesquisa e extensão. Dessa forma, avalio hoje que foi de extrema importância esse envolvimento com a realização de atividades dessas três naturezas, pois, em paralelo com o meu crescimento técnico a partir da graduação, principalmente por causa das atividades de ensino e extensão, eu pude desenvolver habilidades pessoais, como a oratória, escrita formal, melhor visão de mundo, bem como também pude devolver à sociedade um pouco do que ela estava financiando para que eu estivesse estudando na UFCG.

Além do grupo PET, também participei de monitorias, nas disciplinas de Laboratório de Organização e Arquitetura de Computadores (LOAC) com o professor Elmar e de Laboratório de Engenharia de Software (LES) com a professora Francilene. Após fevereiro de 2009, ao sair do PET, realizei algumas aventuras, fiz freelancer, me engajei em um estágio, que serviu como a disciplina de estágio supervisionado e no último ano de curso participei de um PIBIC e tive o grande prazer/desafio/trabalho de organizar a festa de formatura da minha turma (modéstia à parte, foi linda por sinal :-)).

Concluí o curso em julho de 2010, foram 9 períodos em 4 anos e com muitas atividades em paralelo à graduação, o que posso afirmar que pode ser bacana para a formação do aluno, desde que saibamos o nosso limite e eu assumo que às vezes eu exagerava. Mas, o importante é que eu nunca deixei de sair com os amigos e de praticar meu basquete (pelo menos até meados de 2009, depois ficou impossível mesmo).

Poucos dias antes de colar grau, iniciei dois processos de seleção para empresas, tendo obtido êxito e escolhido trabalhar na Accenture, empresa na qual estou até hoje (um ano e dois meses). Também iniciei uma pós-graduação, faço mestrado na Copin/DSC/UFCG na área de Interface Homem-Máquina. Sobre essa “dualidade”, trabalho e carreira acadêmica, confesso que ainda não decidi e acho que não se decide de uma hora para outra, acredito que eu preciso experimentar para não tomar a decisão precipitada.

Gostaria de finalizar essa conversa refletindo sobre o fato de que a Universidade é sim um local para formação de profissionais. Além da preocupação técnica, considero o desenvolvimento pessoal como um dos aprendizados/diferenciais mais importantes para a nossa formação e que eu pude perceber essa importância/diferencial após esses poucos um ano e dois meses de formada.

Precisamos aproveitar esse tempo na Universidade para desenvolver habilidades que parecem simples ou que pensamos “eu deixo para depois” (como se fosse fácil e rápido!), mas que nos são exigidas desde as primeiras funções em uma empresa ou desde o início da sua pós-graduação e relação orientando-orientador. Pró-atividade; postura e organização no modo de argumentar, agir e analisar problemas; responsabilidade sobre suas próprias ações tenham sido elas erradas ou acertadas; capacidade de assumir que tem dificuldade em alguma atividade; capacidade de trabalhar em grupo; capacidade de se adaptar às mudanças de planos; capacidade de escrever usando um bom português, com organização sintática e semântica, pois muito antes de “desenrolar” o inglês, o português é essencial.

Com certeza, existem outras características, mas eu cito as que mais o mercado e pós-graduação têm exigido das pessoas recém-formadas. Percebo que ter uma excelência técnica parece uma obrigação, pois o diferencial mesmo para galgar os cargos mai$ alto$ nas empresas, se tornar um mestre ou doutor e, até mesmo, conseguir seguir em frente com sua própria empresa é o desenvolvimento pessoal. Deparamo-nos na universidade com oportunidades e, muitas vezes, as julgamos “inúteis” ou não percebemos que é uma oportunidade de crescimento pessoal/profissional e essas surgem das mais diversas formas, até mesmo nas atividades das próprias disciplinas.

Jornal PETNews - Edição: Caio Paes - Revisão: Janderson Jason e Joseana Fechine
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