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Quem é Evo Morales? |
Onde Evo Morales nasceu? Por que ele apóia os esquerdistas? Qual a sua contribuição para a Bolívia? Conheça Evo Morales! |
Nascido num pequeno povoado mineiro do departamento (é o mesmo que Região, no Brasil) de Oruro, Juan Evo Morales Ayma fala como língua materna o aimará e, como segunda língua, o castelhano, à semelhança de muitos dos habitantes do planalto ocidental boliviano. É filho de Dionisio e de María, que chegaram a ter sete filhos. Devido às condições de vida precárias em que se encontravam, apenas três sobreviveram além dos dois anos de idade. ![]() Evo Morales quando servia ao exército
Nos anos 60, Morales mudou-se para o Chapare para cultivar frutas e verduras no monte ao leste do país. Em 1985, as barreiras foram levantadas e os produtos estrangeiros inundaram o mercado local. Aos camponeses de Chapare sobrou somente a folha de coca para gerar dinheiro. Na década de 90, Morales assumiu a presidência da Federación del Trópico de Cochabamba, uma federação de camponeses plantadores de coca que resiste aos planos governamentais para a erradicação desses cultivos, que considera que a plantação de coca é parte da cultura ancestral dos indígenas. Evo sempre desejou estudar e queria ter sido jornalista porque "eles sempre estão bem informados de tudo e estão no centro dos problemas". Desde muito pequeno escutava o rádio porque em seu povoado não havia televisão e nem chegavam os jornais. Morales terminou sua educação secundária e atribui a sua educação posterior ao que tem chamado de a "Universidade da vida", incluindo o seu serviço militar aos 17 anos de idade. Trabalhou também como pastor de lhamas (mamífero ruminante da América do Sul), pedreiro e músico. Em janeiro de 2002, Evo Morales foi destituído da sua posição no Congresso devido a uma acusação de terrorismo relacionada com uma onda antierradicação ocorrida naquele mês em Sacaba (na qual morreram quatro cocaleros, três militares e um policial), além da pressão da embaixada dos EUA: "Muitos acreditam que os Estados Unidos estejam por trás de sua expulsão.". Apesar disso, Morales apresentou a sua candidatura para as eleições presidenciais e legislativas que se realizariam em 27 de junho do mesmo ano. ![]() Presidente Lula durante encontro Evo Morales, em Chimoré, na Bolívia
Nas eleições presidenciais de dezembro de 2005, Morales conseguiu sair como vencedor ao obter 53,74% dos votos, frente a 28,59% de seu principal opositor, Jorge Quiroga. Pela primeira vez na Bolívia, um indígena sobe ao poder mediante o voto popular por uma margem considerável sobre o segundo postulante. Em seus primeiros discursos, declarou a necessidade da nacionalização dos hidrocarbonetos, cuja exploração se encontra em propriedade das petrolíferas transnacionais, principalmente a brasileira Petrobrás, a partir de concessões que catalogou como nulas de pleno direito. Metade do gás natural consumido em todo o Brasil é de origem boliviana. A Bolívia é, há muito tempo, um dos países mais pobres e menos desenvolvidos da América Latina, tendo feito progressos consideráveis no sentido do desenvolvimento de uma economia de mercado. Mas, a partir de 2002, o PIB (Produto Interno Bruto) começou a crescer, diferentemente de poucos anos atrás. Tem como base econômica a produção e exportação de gás natural, mineração, indústria manufatureira e a atividade agropecuária (fonte), e é, também, um dos grandes exportadores de cocaína, perdendo apenas para a Colômbia e para o Peru. (fonte) ![]() Morales contribui em diversos movimentos socialistas e tem uma grande atuação no MAS (Movimento para o Socialismo). Veja a sua citação sobre o capitalismo: ![]() Evo Morales e os outros representantes de um mundo socialista.
"O pior inimigo da humanidade é o capitalismo. Isso é o que provoca levantes como o nosso, uma rebelião contra o sistema, contra o modelo neoliberal, que é a representação de um capitalismo selvagem. Se o mundo inteiro não tomar conhecimento dessa realidade, que os estados nacionais não estão provendo nem mesmo o mínimo para a saúde,educação e o desenvolvimento, então a cada dia direitos humanos fundamentais estão sendo violados." Morales tem declarado o seu apoio às políticas dos presidentes de esquerda da América Latina: Fidel Castro, Luiz Inácio Lula da Silva, Néstor Kirchner e, em especial, do presidente venezuelano Hugo Chávez. Assim como Hugo Chávez, ele sempre foi oposto à política norte-americana. |
Por Delano Oliveira (delano@dsc.ufcg.edu.br) |