Guerra à sonegação fiscal
Em janeiro do próximo ano a Receita Federal utilizará um supercomputador e um novo programa que irão ajudar no combate a fraudes.

 

      Um supercomputador, chamado de T-Rex, e o novo software Harpia são as novas armas da nossa Receita Federal para combater a sonegação fiscal, a partir de janeiro de 2006. Com esses recursos a Receita poderá cruzar informações, com rapidez e precisão, de um número de contribuintes equivalente ao do Brasil, dos EUA e da Alemanha juntos. O Harpia, que está em desenvolvimento desde fevereiro por pesquisadores da UNICAMP e do ITA, vai permitir a identificação de operações de baixo e alto riscos para o fisco.

 

      Em princípio, o T-Rex e o Harpia atuarão na análise do setor de comércio externo, escolhido porque ultimamente vem crescendo muito o número de negócios entre o Brasil e o exterior, e este comércio apresenta um grande número de fraudes com prejuízos de milhões de reais para a nossa receita. Utilizando técnicas de inteligência artificial, o Harpia terá a capacidade de aprender com o “comportamento” dos contribuintes e assim detectar irregularidades. Espera-se que o sistema tenha a capacidade de identificar se um contribuinte negocia com “laranjas” ou empresas “fantasmas”.

      Com esse computador e software, a Receita espera ter uma análise de um contribuinte em poucos segundos, além de resolver, em uma semana, processos de empresas que atualmente podem levar até um ano.

      A Receita já realiza cruzamento de dados, mas ainda não possuía um serviço tão sofisticado para a análise de risco dos contribuintes. Na segunda etapa, a análise utilizando esta tecnologia será estendida a todos os contribuintes sejam pessoas físicas ou jurídicas. Informações como rendimento, movimentação financeira, gastos com cartão de crédito e aquisição de bens, como imóveis, carros, aeronaves e barcos, de pessoas e empresas serão analisadas com maior rapidez e facilidade. Isso irá gerar uma grande massa de dados com histórico dos contribuintes ao longo de anos. Setores como o de bebidas, cigarros e combustíveis, considerados campeões de sonegações, serão assim analisados de forma mais minuciosa.

Por Welmisson Silva