Entrevista com Lívia Sampaio, nova tutora do Grupo PET Computação UFCG.
Por Savyo Igor da Nóbrega Santos
(savyo.santos@ccc.ufcg.edu.br)
Na entrevista deste mês, a professora Lívia Sampaio conta um pouco sobre sua carreira e de que forma pretende atuar como tutora do Grupo PET Computação UFCG.




Grupo PET - Olá, Lívia. Primeiramente, conte-nos sobre sua formação.

Lívia Sampaio.

Lívia - Ingressei na universidade em 1994, como “fera” do período 1994.1 do curso de Ciência da Computação da, então, Universidade Federal da Paraíba, Campus II. Durante a graduação, mais precisamente de abril/1995 a fevereiro/1998, participei do grupo PET/Computação, na época denominado de Programa Especial de Treinamento. Das atividades desenvolvidas enquanto participante deste programa posso citar o Informativo Pet, que deu origem ao PetNews e um sistema web de apoio à disciplina de Sistemas Operacionais (LabSO).

Imediatamente após a formatura (1998), ingressei na pós-graduação na UFCG (ainda UFPB, campus II), com um intervalo de 1 ano entre o final do mestrado e início do doutorado. Minhas linhas de pesquisa na pós-graduação se concentraram na área de sistemas distribuídos.

Logo quando finalizei o doutorado, em 2007, tive a oportunidade de passar um período de 2 anos na UEPB/Patos como professora Adjunto, vinculada ao curso de Licenciatura em Computação. Então, em 2009 prestei concurso para professor Adjunto da UFCG, Campus I, onde permaneço até o presente momento.

Grupo PET - Como surgiu o interesse em participar do PET?

Lívia - Uma das minhas maiores motivações para a tutoria do PET/Computação refere-se a sua característica de enfatizar os 3 pilares da formação acadêmica, quais sejam: ensino, pesquisa e extensão. Como reflexo desta característica, o PET tem maior atuação na graduação, colaborando para a melhoria do curso e da formação dos alunos. Da mesma forma, a oportunidade de ter como fruto do programa ações dentro da sociedade em geral parece compensador. E aliar a tudo isso a pesquisa é, de fato, um desafio.

Eu pude vivenciar a filosofia de trabalho do PET, enquanto aluna do curso de Ciência da Computação (como petiana), em um momento bem diferente de hoje. Mesmo assim, acredito que esta experiência do passado pode ajudar na vivência como tutora, através do mais rápido entendimento de como o programa funciona e da priorização de atividades que, de alguma forma, sejam mais atraentes e relevantes para os petianos.

Grupo PET - O que a senhora fazia antes de participar da seleção de tutor do grupo PET Computação?

Lívia - Ingressei na UFCG em 2009, mais precisamente em novembro deste ano, assim, tenho quase 3 anos nessa instituição. Nesse período, minhas principais atividades envolveram participação em projetos de pesquisa, orientando alunos no mestrado e graduação (através do PIBIC), e colaboração no aspecto administrativo da instituição como coordenadora do programa de monitoria da UFCG no DSC e no CEEI. Além das atividades de ensino.

Grupo PET - De que forma foi esse processo de seleção?

Lívia - O processo de seleção incluiu duas etapas. A primeira, de caráter eliminatório, consistiu da análise do currículo Lattes para comprovar a atuação do candidato em atividades de ensino, pesquisa e extensão. Minha experiência em extensão, até então, foi decorrente de atividades desenvolvidas enquanto vinculada à UEPB, como participação na empresa júnior do curso de licenciatura em informática.

A segunda etapa da seleção, por sua vez, consistiu na pontuação do currículo Lattes, análise do memorial acadêmico do candidato (documento fornecido no ato da inscrição no processo seletivo) e entrevista. Esta etapa foi de caráter classificatório.

Achei o processo seletivo muito bem conduzido pelo Comitê Local de Acompanhamento do Programa de Educação Tutorial (CLA/PET), sendo suficientemente exigente para seu propósito.

Grupo PET - Como foi a primeira reunião a frente dos petianos? Como eles reagiram?

Lívia - Nossa primeira reunião foi em conjunto com Joseana (a antiga tutora). Isso é uma forma de ter uma "transição suave", garantindo o bom andamento das atividades planejadas para o grupo em 2012 e que ainda não foram finalizadas. Gostaria de ressaltar a participação de Joseana nesse processo de transição, sempre muito prestativa e comprometida com o PET, tanto o PET do nosso curso quanto o PET enquanto programa institucional da UFCG.

Em relação à reação dos petianos, eles têm sido muito receptivos. Vários deles já foram meus alunos, assim, já conhecem um pouco do meu temperamento e minha forma de trabalhar. É claro que toda mudança exige um tempo de adaptação e isso será respeitado.

Primeira reunião com os petianos.

Grupo PET - Quais serão as primeiras ações que a senhora vai por em prática como tutora do grupo?

Lívia - As primeiras ações ainda em 2012 incluem a Semana do Fera 2012.2, a participação na OPI e a comemoração dos 20 anos do grupo. Além disso, iremos nos concentrar no planejamento das atividades para 2013.

XI Fórum Paraibano dos Grupos PET em João Pessoa-PB.

Grupo PET - A senhora, atualmente, faz parte do Laboratório de Sistemas Distribuídos (LSD). Qual sua área de pesquisa?

Lívia - Tenho atuado em 3 linhas de pesquisa no momento que incluem eficiência energética, gerência automática de serviços e armazenamento distribuído. Em relação à eficiência energética, o objetivo desta pesquisa é investigar soluções para otimizar a execução de aplicações distribuídas/paralelas quanto ao consumo de energia. Esta investigação está diretamente relacionada com mecanismos para medição de energia, envolvendo, a caracterização do estado da arte, definição de métricas apropriadas para medição automatizada, elaboração de técnicas para o usuário tomar decisões considerando a melhor relação entre custo energético e métricas tradicionais de aplicações distribuídas, tal como tempo de resposta.

Já no contexto de gerência automática de serviços, o objetivo desta pesquisa é identificar situações em que a configuração automática de serviços possa ser aplicada, propor e avaliar soluções de configuração automática para tais serviços.

Em relação ao armazenamento distribuído, tenho desenvolvido pesquisas no âmbito do Beehive File System (BeeFS) que é um sistema de arquivos distribuído POSIX para redes locais cuja principal característica é o uso de espaço livre dos discos da rede para armazenamento dos arquivos do sistema. Tal característica torna a solução eficiente, barata e escalável. O objetivo desta pesquisa é desenvolver e validar soluções que favoreçam a evolução do BeeFS. Em particular, dois aspectos de evolução têm sido considerados: alocação de arquivos em múltiplos servidores e suporte a operações concorrentes.

Grupo PET – O que essa experiência poderá contribuir na sua formação pessoal e profissional?

Lívia - Acredito que o desafio de atuar em ensino, pesquisa e extensão é motivante, exigindo um olhar mais amplo sobre a ciência da computação e sua aplicação. Além disso, a possibilidade de interagir com grupos PET de outras áreas (na UFCG ou outras instituições de ensino) é uma forma de promover a interdisciplinaridade na formação dos alunos do PET/Computação e na minha própria formação.

Ser tutora de um grupo de alunos também contribui para minha formação, pela troca de experiências com os alunos e o exercício de gerenciar diferentes opiniões (em muitas situações) e saber direcionar para um ponto de convergência. Além disso, a preocupação em priorizar as ações que sejam importantes para a formação dos alunos do grupo, prezando também pelo bom andamento deles no curso, exige dedicação e atenção.

Grupo PET - E 2013? O que esperar desse grupo no próximo ano?

Lívia - O PET Computação tem atuado de forma positiva em ensino, pesquisa e extensão ao longo dos anos, como também colaborado para a formação de inúmeros petianos que já passaram pelo grupo.

Meu objetivo é dar continuidade a esse trabalho, enfatizando um pouco mais as atividades de pesquisa no sentido de estimular os alunos a divulgarem os resultados dessas atividades em conferências e revistas da área. Espero, assim, promover ainda mais o desenvolvimento dos petianos sobre a metodologia científica da pesquisa. Ao mesmo tempo que a leitura dos trabalhos publicados, seja no contexto de iniciação científica ou pós-graduação, tanto no cenário nacional quanto internacional, pode suscitar novas ideias de pesquisa além de expandir os nosso conhecimentos.

Também gostaria de valorizar uma iniciativa já existente que consiste nos grupos de estudo, através dos quais, alunos do pet e da graduação em geral, podem estudar uma determinada área o que também pode suscitar novas ideias de projetos em qualquer das 3 esferas: ensino, pesquisa ou extensão. Nesse contexto, uma área que poderia ser mais explorada é Educação em Computação, principalmente, sobre o impacto dos cursos online e educação à distância.

Enfatizo a importância da atuação do PET na graduação tanto através dos eventos promovidos ou apoiados pelo grupo (como a Semana Acadêmica e Semana do Fera) quanto através de iniciativas que promovam o aprendizado (como tutoriais, monitoria virtual, palestras) e a melhoria de serviços oferecidos para a própria graduação pela universidade (como informatização de processos institucionais, como a seleção de monitoria).

Grupo PET - Lívia, muito obrigado pela sua entrevista. O PET Computação agradece seu interesse em participar do grupo e deseja muito sucesso nos próximos anos.

Jornal PETNews - Edição: Jéssika Renally - Revisão: Tiaraju Smaneoto e Lívia Maria
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