Nascido em 15 de abril de 1912 em Pyongyang (capital e maior cidade da Coréia do Norte), numa família de camponeses, Kim II Sung recebeu uma educação cristã. Durante as lutas pela independência da Coréia, então pertencente ao Japão, a família de Kim mudou-se para a Manchúria, na China. Lá, Kim II Sung frequentou uma escola chinesa. Aos 15 anos, foi preso como membro da Liga da Juventude Comunista do Sul da Manchúria. Libertado em 1930, passou a integrar o Exército Revolucionário Coreano. Kim II Sung tornou-se líder de um grupo guerrilheiro.
Kim II Sung como presidente da Coréia do Norte.
Em 1945, a Conferência de Yalta permitiu que tropas soviéticas e americanas se instalassem na Coréia, dividindo o país em duas partes. O governo provisório da Coréia do Norte ficou a cargo de Kim II Sung. Oficialmente, líder do Partido dos Trabalhadores Coreano, Kim II Sung na realidade teve poder quase total sobre o país. Entre 1950 e 1953, Kim liderou os norte-coreanos na guerra contra a Coréia do Sul, protegida pelos Estados Unidos e pelas Nações Unidas.
Após o acordo de paz entre as duas Coréias, Kim II Sung intensificou um governo ditatorial baseado no culto à personalidade. Passou a ser tratado como "Grande Líder", enquanto seu filho Kim Jong II (atual governante da Coréia do Norte), designado como seu sucessor, passou a ser tratado como "Estimado Líder".
Estatua em homenagem a Kim II Sung.
A vida sexual de Kim Il Sung foi bem variada, ele desfrutou relações íntimas com inúmeras mulheres, incluindo atrizes de cinema, dançarinas, modelos profissionais, suas próprias secretárias, enfermeiras de boa aparência e "kisaengs" - o equivalente coreano da gueixa. Ele se casou com Kim Jong Suk, que aceitava com submissão o caráter mulherengo do marido. Após a morte de sua primeira esposa, casou-se com uma bela jovem, 20 anos mais jovem do que ele, que já estava grávida de um filho seu.
Apesar de ter sido educado segundo o cristianismo, Kim II Sung desenvolveu também uma filosofia de massas chamada "Juche", que significa auto-suficiência, verdadeira religião oficial. No final de sua vida, Kim II Sung passou a exigir transfusões de sangue de jovens virgens para si, na esperança de que sangue jovem lhe prolongasse a vida. Morreu em 1994, aos 82 anos, vítima de uma parada cardíaca. Quatro anos depois, seu filho Kim Jong II, atribuiu-lhe o título de "presidente eterno".
O regime comunista, ainda em vigor na Coréia do Norte, resultou numa imensa estagnação econômica que tem deixado a maior parte da população do país na miséria e a fome é um dos grandes males do país. Os recursos financeiros do Estado são direcionados para a área militar, inclusive com o desenvolvimento de armas nucleares.
Este presidente é considerado um Deus norte-coreano até hoje. No mausoleu onde está sepultado, têm empregadas do governo norte-coreano que choram 24 horas por dia.