Hoje, a humanidade está vivendo o desafio de conseguir suprir a demanda por energia, e em paralelo diminuir o impacto que o aumento do consumo provocará ao meio ambiente. Uma alternativa é substituir parcialmente os combustíveis fósseis.
No Brasil, o transporte de riquezas é feito em sua grande parte com veículos a base de derivados do petróleo. Segundo o Ministério de Minas e Energia, em 2003, 50 % da energia gasta no país teve o óleo e seus derivados como fonte e os transportes consumiram cerca de metade desse total.
Pensando em uma alternativa, o Brasil desenvolveu um tipo de biocombustível: o biodiesel, um combustível renovável a base de óleos vegetais como o girassol, a mamona, a soja, o babaçu e demais oleaginosas.
Há um ciclo que engloba a produção e o consumo que torna, do ponto de vista ecológico, a produção desse tipo de combustível interessante, uma vez que, as emissões de dióxido de carbono geradas pela queima desse tipo de combustível, é de certa forma compensada. Quando a biomassa utilizada na sua produção volta a crescer, através da fotossíntese realizada pelas plantas, é consumido dióxido de carbono contido na atmosfera. Isso pode gerar um equilíbrio entre a emissão e a dissipação desse gás na atmosfera.
Do ponto de vista econômico, assim como o álcool, o biodiesel pode representar um combustível mais barato, pois, pode ser produzido localmente.
Hoje um processo chamado de transesterificação é o mais usado para a produção do biodiesel. O processo consiste em uma reação química dos óleos vegetais com o álcool comum (etanol) ou metanol, sendo essa reação estimulada por um catalizador. No final do processo, além do biodiesel, são gerados outros co-produtos como a glicerina, torta e outros que pode constituir outras fontes de renda para o produtor.
A escolha de qual semente será usada na produção do biodiesel, deve ser feita a partir de uma avaliação das potencialidades de cada semente, em gerar óleo e também subprodutos. Além disso, deve-se levar em consideração características da região, a exemplo da sazonalidade. Enfim, com isso tudo em mãos é feita uma projeção de produção da região, e definido assim, o tamanho da unidade produtora e aspectos que envolvem a qualidade do biodiesel produzido na região.
O governo brasileiro instituiu que o biodiesel seja adicional ao diesel mineral em quantidades que serão gradativamente modificadas. A mistura B2 (2% de biodiesel e 98% de diesel) já está autorizada até 2008 e a partir dessa data será obrigatória. A partir de 2008 será autorizada a mistura B5 (5% de biodiesel e 95% de diesel), que será obrigatória a partir de 2013.
Não há previsão que os biocombustíveis venham a substituir por completo os derivados do petróleo. Entretanto, a intenção é que junto com o petróleo, constitua uma nova fonte de energia, que atenda a demanda mundial de forma sustentável. Assim, o uso de biocombustíveis proporcionará um equilíbrio entre o processo de crescimento dos países e a proteção ambiental, gerando, conseqüentemente, uma melhor qualidade de vida.