Coluna de Egressos por Kláudio Medeiros
Por Kláudio Medeiros
(klaudiohenrique.medeiros@gmail.com)
"Em um dos primeiros dias do ano de 2008 estava eu..."

Entrar no curso de Ciência da Computação é ter acesso a um universo de possibilidades. A mais atrativa para mim, no momento em que entrei, foi a de aprender a mexer no Excel desenvolver jogos, embora eu não tivesse a mínima certeza de que era o que faria no futuro. Pela inexperiência na área, minha postura inicial foi a de descobrir durante o curso o que eu queria, dando uma chance para o que aparecesse.

Meu primeiro período foi marcado pelo sofrimento com cálculo (quem não?) e também com os primeiros passos com programação, usando Python. E ainda como fera tive a oportunidade de desenvolver um jogo no projeto de programação... saí dele com o pensamento “Não quero fazer um jogo nunca mais! (jogar é tão mais divertido)”.

Além de passar meu tempo com meus colegas de computação, também acompanhava alguns amigos de elétrica, e por interesse / para me enturmar com eles, estudei C (a linguagem que eles estudam em Introdução à Programação). E estudar C no primeiro período me ajudou muito com o início de Programação II.

O segundo período foi bem interessante. Lembro de como gostei das disciplinas de Programação II e laboratório e também de como foi bom superar cálculo I (é, foi de segunda). Mas cursar a disciplina de novo teve suas vantagens: através dela me enturmei muito com os feras daquele período (2008.2). Em um dia, enquanto ajudava uma pessoa deste período com dúvidas de programação, pensei na possibilidade de fazer monitoria (na época de escola eu tinha uma vergonha enorme em lidar com pessoas, mas dentro da universidade tirar dúvidas de alunos parecia ser interessante).

Então, no terceiro período, me inscrevi na seleção de monitoria em Laboratório de Programação II (para poder ajudar os meus colegas / amigos de 2008.2) e fui selecionado! Lembro como se fosse hoje da euforia de receber o e-mail com o subject “Sejam bem-vindos, queridos monitores”. Como se não bastasse isso, eu marcava umas aulas e acompanhamentos com alguns alunos de 2009.1. Ajudar alunos sempre foi para mim uma forma de fazer amigos e de manter o conhecimento vivo com o passar do curso.

Realizei atividades de monitoria em diversos períodos e em algumas disciplinas. Contando este período, tenho oito desempenhando a atividade (dois em Laboratório de Programação II, um em Lab. De Estrutura de Dados, um em Análise e Técnica de Algoritmos, um em Lab. de Engenharia de Software e três em Laboratório de Programação I, sendo um destes períodos em Estágio Docência e um por “Professor, posso ser tutor desta turma?”). Disciplinas práticas sempre me foram mais interessantes, afinal o contato com alunos é maior e este é um fator muito motivante para mim.

Com o andamento do curso, decidi dar uma segunda chance aos jogos quando cursei a disciplina optativa de Empreendedorismo. A professora da disciplina nos encorajou a enveredar nesta área e os planos de negócio elaborados nesta disciplina e Empreendedorismo em Software eram voltados ao mercado de vídeo games. E os projetos de Projeto em Computação I e II também.

Passaram-se nove períodos de graduação e eu ainda estava sem ter certeza do que queria. Embora tenha sido monitor de disciplinas de programação várias vezes e tenha feito jogos em disciplinas de projeto, desenvolvimento de software nunca foi “minha praia”.

Até que em um dia, enquanto filosofava sobre a vida enquanto ia para casa, pensei “Pera... eu quero ser professor!” e “Por que não percebi isso antes???”. Lembrei de como as atividades de monitoria foram tão divertidas (é, sempre digo que monitorar alunos ou dar aulas é divertido) e decidi continuar com este caminho. Me inscrevi no processo de seleção de mestrado em Ciência da Computação na UFCG para 2013 e, felizmente, fui selecionado.

Minha trajetória acadêmica sempre foi traçada pelos temas “educação” e “jogos”. Fui apresentado em 2012 ao tema “gamificação” (ou gamification), que corresponde ao uso de elementos de jogos em aplicações que não são jogos, buscando trazer aspectos positivos dos jogos a estas aplicações. Desde então estou engajado nesta área, que vem sendo bastante mencionada e pesquisada atualmente. Não estou elaborando jogos, mas sempre estou próximo deles e usando a oportunidade do curso de mestrado para estudar como gamificação pode motivar e melhorar disciplinas de programação, sendo orientado pelo professor Dalton e contando com a ajuda de outros professores e importantes colegas.

O curso de Ciência da Computação foi para mim uma experiência excelente, cheia de altos e baixos, momentos de tensão e “calmaria”, que me lembrarei para sempre com muita alegria e satisfação. Nele, fiz muitos amigos, conheci excelentes profissionais e me tornei alguém mais capacitado pessoal e profissionalmente.

Jornal PETNews - Edição: Rafael Rêgo - Revisão: Lívia Sampaio e Gleyser Guimarães
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