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Diferenças cerebrais entre homens e mulheres |
Com o avanço da neurociência, decorrente principalmente do avanço do processamento computadorizado de imagens, diferenças comportamentais e de aptidão entre homens e mulheres passaram a ter fundamentação científica na diferenciação cerebral anatômica e funcional entre os gêneros de nossa espécie. |
Informalmente, e até mesmo folcloricamente, costuma-se atribuir diferenças comportamentais e de aptidão entre homens e mulheres. Muitas destas características diferenciadas entre os sexos ganharam respaldo científico ao serem apontadas na sociobiologia e comprovadas na neurociência. ![]() Pesquisas mostram que homens e mulheres têm
áreas diferentes do cérebro ativadas por um estímulo sexual. Edward O. Wilson ,o "pai" da sociobiologia, da Universidade de Harvard, afirmou que as mulheres tendem a ser melhores do que os homens em empatia, em habilidades verbais, sociais, e de proteção, dentre outras, enquanto que os homens tendem a ser melhores em habilidades de independência, de dominação, em habilidades matemático-espaciais, e outras características. Tais características foram, por muito tempo, identificadas como conseqüência da influência social. No entanto, as diferenças de gênero já se manifestam desde alguns meses após o nascimento, quando a influência social ainda é pequena. Como observaram Anne Moir e David Jessel, no livro "Brain Sex". E sendo assim, estas características distintas devem ser atribuídas às diferenças estruturais e funcionais existentes entre os sexos. A neurociência, diante de algumas descobertas realizadas, devido ao emprego e evolução de exames computadorizados, apontou que muitas destas distinções entre os organismos de homens e mulheres encontram-se em seus cérebros. ![]() Áres do cérebro relacionadas à linguagem.
Eis algumas destas descobertas:
Este lóbulo, uma área bilateral e localizada logo acima do nível das orelhas, é consideravelmente maior nos homens do que nas mulheres. E sendo o volume desta área, ao que tudo indica (devido à constatação de que o LIP foi encontrado mais desenvolvido em pessoas como Albert Einstein e outros físicos e matemáticos), correlacionado com as habilidades mentais em matemática, seria esta uma prova da melhor aptidão masculina para a matemática, como afirmou Edward Wilson. Ainda observando o LIP, constatou-se que nos homens, sua parte esquerda é mais desenvolvida do que a direita e que nas mulheres ocorre o contrário. E como o lado esquerdo está relacionado à percepção do tempo e do espaço e à capacidade de rotação mental de figuras tridimensionais, e o lado direito está relacionado à memória envolvida na compreensão e manipulação das relações espaciais e à percepção de nossos próprios sentimentos ou emoções, estas constatações ratificam o que foi dito por Wilson. Um estudo dirigido pelo Dr. Godfrey Pearlson, da Universidade Johns Hopkins University, constatou que estas áreas são significantemente maiores nas mulheres, fornecendo assim um motivo biológico para a notória superioridade mental das mulheres relacionada à linguagem. Outro aspecto que propicia um melhor desenvolvimento mental feminino para linguagem é que o cérebro das mulheres processa a linguagem verbal simultaneamente nos dois lados (ou hemisférios) do cérebro frontal, enquanto que os homens tendem a processá-la apenas no hemisfério esquerdo. De acordo com a Dr. Gabrielle de Courten- Myers, da Universidade de University of Cincinnati, as mulheres são mais propensas à demência (devido à doença de Alzheimer, por exemplo) uma vez que possuem menos neurônios do que os homens (constatou-se que os homens possuem mais células nervosas no seu córtex cerebral, em contra partida as mulheres possuem o neuropil, região onde ocorrem as sinapses, mais desenvolvido). É válido salientar, que o maior número de neurônios no homem é devido ao seu maior número de células musculares, decorrente do seu maior porte corporal. Dr. Simon LeVay descobriu que o volume de um núcleo específico do hipotálamo (terceiro grupo de célula no núcleo intersticial do hipotálamo inferior) é duas vezes maior em homens heterossexuais do que nas mulheres e nos homossexuais, o que pode ser revelado como uma possível existência de uma base biológica para a homossexualidade. Portanto, tais revelações indicam que a diferenciação cromossômica na determinação sexual dos humanos, distingue além da modelagem corporal e os sistemas reprodutores, órgão onde até então, acreditava-se ser igual em ambos os sexos, o cérebro. ![]() Ressonância magnética revela que fluxo de sangue na área do cérebro
que controla emoções de homossexuais é parecido com o do sexo oposto |
Por Jaquelyne Cruz (jcruz@dsc.ufcg.edu.br) |