Entrevista com o professor Rohit Gheyi.
Rohit Gheyi, Professor Doutor da UFCG, concede entrevista ao grupo PET e conta um pouco sobre a sua graduação, sua carreira e seus projetos atuais.
Professor Rohit Gheyi

Nesta edição, o Grupo PET entrevista Rohit Gheyi, professor recém-contratado do Departamento de Sistemas e Computação da UFCG, mas que já lecionava no departamento como professor convidado. Rohit fala sobre suas oportunidades enquanto aluno, como também, recomenda aos alunos formas para a escolha do caminho certo.

Grupo PET - Primeiramente, professor, de onde você é? Qual a sua formação?

Rohit - Primeiramente, agradeço o convite. Eu sou daqui mesmo de Campina Grande. Fiz minha graduação aqui na UFCG e terminei em 2001. Depois fui para a UFPE, onde fiz meu mestrado e doutorado. Terminei meu doutorado em agosto de 2007. Em 2008, comecei a lecionar como recém-doutor aqui e, em fevereiro, passei no concurso.

Grupo PET - Quando você ensinou Teoria da Computação, o pessoal dizia que você era indiano... Mas é sua família que é indiana, certo?

Rohit - Isso. Meus pais são indianos. Eu sou Treziano (campinense). (Risos)

Grupo PET - Qual sua área de pesquisa?

Rohit - Engenharia de Software. Meu mestrado e doutorado foram com ênfase em métodos formais. Hoje em dia, eu tento ampliar um pouco o tema. Geralmente, no doutorado se faz uma pesquisa mais aprofundada do tema, mas o que eu tenho mais interesse é Programação e Engenharia de Software.

Grupo PET - O porquê da escolha por esta área? Afinidade? Melhor remuneração?

Rohit - Foi bem engraçado, pois na minha iniciação científica eu trabalhei com Inteligência Artificial. Aí quando eu fui pra UFPE, estava tudo certo que eu ia fazer Inteligência Artificial com um professor de lá. Só que a carga dele estava bem complicada, daí ele me pediu que esperasse alguns dias e tal. Só que tinha um outro professor de Engenharia de Software com um projeto cujo tema eu gostei bastante, então comecei a me interessar. Estou nisso até hoje e foi uma coisa que eu não me arrependi.

Grupo PET - Você participa de qual laboratório de pesquisa?

Rohit - Eu trabalho no Grupo de Métodos Formais (GMF). Atualmente, estou com dois alunos de Iniciação Científica, Diego Cavalcanti e Arthur Marques, um trabalha na área de Testes e o outro trabalha na área de Programação Orientada a Aspectos.

Grupo PET - Já trabalhou em empresas ou fez outros trabalhos além de lecionar?

Rohit - Em empresas não trabalhei. Já fiz projetos que foram implantados na prática, mas não vinculados a uma empresa. Já dei aulas em uma universidade particular da cidade (da época que eu terminei o doutorado até aqui).

Grupo PET - Falando um pouco sobre sua graduação, participou de projetos e monitorias?

Rohit - Participei de Iniciação Cientifica, depois entrei no PET. Daí, fiquei como voluntário na Iniciação Científica. Na época, havia um PCT (Programa de Capacitação Tecnológica) da Motorola, eu participava como voluntário. Então, foram estes três projetos nos quais eu trabalhei do segundo ao sétimo período.

Grupo PET - Quanto tempo ficou no PET? Quem era o tutor na época?

Rohit - No PET eu entrei em 2000 e fui até 2001. Comecei com o professor Jacques, depois a tutora passou a ser Francilene.

Grupo PET - O que a participação nestes projetos lhe adicionou como ser humano e profissional?

Rohit - Uma experiência importante de se ter. Cada um tem um perfil. O PET tem um perfil (que eu vejo) que se complementa muito com o perfil que eu pude adquirir na parte de pesquisa. Então, eu acho que quem puder se envolver neste tipo de projeto, é muito importante para complementar a formação que a gente já tem da graduação. Terminar a graduação e ter uma formação mais sólida.

Grupo PET - Antes do concurso você já participava como professor convidado. Quais disciplinas você ministrou?

Rohit - Inicialmente, por o professor Bernardo ter tido um problema de saúde, assumi a disciplina de Teoria da Computação (apenas no último estágio) e depois, em 2008.1 e 2008.2, lecionei Estrutura de Dados. Me envolvi um pouco com Algoritmos Avançados também, mas devido ao concurso, quando chegou perto, não pude participar muito ativamente.

Grupo PET - E quais disciplinas ministrará neste período?

Rohit - Estrutura de Dados e Algoritmos Avançados. Então, a idéia que eu estava tentando implantar em Algoritmos Avançados período passado, parte consegui colocar e agora vou dedicar mais tempo a ela.

Grupo PET - Certa vez, um amigo fez a seguinte colocação: "AA não é a cadeira para alguém que gostaria de aprender a programar, se você tem este intuito, vai se desapontar." Isto é verdade?

Rohit - Bom, eu acho que aprender, a gente sempre aprende. Eu acho que uma coisa que a gente nunca vai deixar é de aprender a vida toda. Você vai terminar a graduação e sempre vai ter uma coisa para se aprender. O que é que pode ter de algo a mais neste comentário é que talvez um pouco mais preparação para cursar a disciplina, tendo o aluno praticado um pouco mais. Por exemplo, eu estou tentando dar oportunidade ao pessoal de Estrutura de Dados de tentar tomar gosto pelas maratonas, colocando os exercícios como parte da nota da disciplina. Então, eu acho que foi mais ou menos neste sentido que esta pessoa quis dizer. É interessante ter um pouco de bagagem, ter um pouco de conhecimento, participar. Então, algumas destas maratonas, eu vou tentar deixar que o curso todo participe, veja como é, veja suas deficiências ... E isso que é importante. Quem quer aprender, vai ser muito bem-vindo na disciplina. Este é o maior intuito.

Grupo PET - E sobre as maratonas, foi maratonista de programação durante a graduação?

Rohit - Participei de duas. Participei em 2000 e 2001 pela UFCG.

Grupo PET - É interessante que o aluno de ciência da computação desperte para esta atividade?

Rohit - Participar das maratonas foi uma experiência bem bacana que tive na graduação. Não só a parte da preparação que me ajudou a ver partes do conteúdo que eu precisava me aprofundar mais, como também, o clima da competição, o fato de conhecer novas pessoas ... Na época, não existia segunda fase. Era já a última fase, então, tinha gente de várias outras universidades como Pernambuco, Rio Grande do Norte ... Acho que isso vale muito à pena.

Grupo PET - E a pergunta de praxe: Qual a fórmula do sucesso para um profissional/estudante de computação, ou seja, o que ele tem que ser ou fazer para ter sucesso?

Rohit - Esta é uma pergunta difícil. Acima de tudo, você tem que ver seu perfil. Não é porque uma pessoa está se dando bem na maratona que você precise ter aquele perfil. Tem gente que tem o perfil de competir e dedicar mais tempo se aprofundando naquela área. Tem gente que gosta de lecionar, tem o dom de ensinar. Mas tem outras pessoas que têm o perfil de pesquisa. O que eu acho interessante é tentar ver um pouquinho de cada e ver no que você se afeiçoa mais. E a partir daí, tente trabalhar em profundidade, não só ver muita coisa e não ter como fazer bem feito todas elas. Por isso, veja qual é o seu foco e a partir daí, quando você terminar, terá uma grande bagagem e eu acredito que a tendência de mais portas se abrirem naquilo que você viu (que é o seu perfil) é muito maior.

O grupo PET Computação agradece a contribuição, além da simpatia e consideração sempre expressadas pelo professor Rohit.

Por Maria Isabel Farias
(isabel@dsc.ufcg.edu.br)