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Augusto dos Anjos, paraibano do século XX |
“A mão que afaga é a mesma que apedreja”, Augusto dos Anjos. |
![]() Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no Engenho Pau d'Arco, no município Cruz do Espírito Santo, Paraíba, no dia 20 de abril de 1884. Filho de Alexandre Rodrigues dos Anjos e D. Córdula de Carvalho Rodrigues. Poeta precoce, escreveu os seus primeiros versos aos sete anos de idade, recebeu a educação primária de seu pai e ingressou no ensino secundário no Liceu Paraibano, onde viria a ser professor em 1908. Em 1900, compõe o seu primeiro soneto “Saudade”. Em 1901, publica um soneto no jornal O Comércio. Em 1903, matricula–se na Faculdade de Direito de Recife, formando-se em 1907. Em 1905, morre o pai do poeta e Augusto publica três sonetos em O comércio, que serão posteriormente publicados no seu livro “Eu”. Após concluir o curso de Direito, Augusto dos Anjos transfere-se para João Pessoa – PB. Formado, não advogou, ministrava aulas particulares de português. Em 1910, casa-se com Ester Fialho, demite–se do Liceu Paraibano e embarca com sua esposa para o Rio de Janeiro.
![]() No Rio de Janeiro, após um ano desempregado e o nascimento da sua filha, o escritor lecionou Geografia na Escola Normal, depois no Instituto de Educação, no Ginásio Nacional e no Colégio Pedro I, todos sem ter sido efetivado como professor. Em 1912, Augusto, com a ajuda de seu irmão, custeia a impressão de 1.000 exemplares do seu livro “Eu”, que não foi bem aceito pela crítica da época. Em 1913, nasceu seu segundo filho e no final deste ano toda a família muda-se para Leopoldina–MG, onde assumiu a direção de um grupo escolar e continuou ministrando aulas particulares. Em 1914, publicou “O lamento das coisas” na Gazeta de Leopoldina. Com o tempo, o poeta tornou-se um dos mais lidos do país, sobrevivendo às mutações de cultura, acabou sendo aceito pela população crítica. Vitimado pela pneumonia aos trinta anos de idade, morreu em 12 de novembro de 1914. A viúva Ester, atendendo ao pedido do esposo, retornou à Paraíba, mas como não conseguiu emprego nem condições satisfatórias para a criação dos filhos, mudou-se novamente para Leopoldina.
Em 1920, seu amigo Orris Soares organiza uma edição chamada “Eu e outras Poesias”, que incluía poemas até então não publicadas pelo o autor, e o publica pela imprensa Oficial da Paraíba. Em 2001, foi eleito, por votação popular, o paraibano do século XX. |
Por Priscilla Vieira (pvieira@dsc.ufcg.edu.br) |