Saiba mais sobre vulcões e sobre o vulcão Eyjafjallajokull
Fique sabendo um pouco mais sobre a origem do mais poderoso e devastador desastre natural do planeta e sobre o vulcão Eyjafjallajokull da Islândia.
A Oficina de Vulcano, pintada por Diego Velázquez.

A palavra "vulcão" foi derivada do nome do deus do fogo na mitologia romana, Vulcano.

Segundo a vulcanologia (ciência que estuda vulcões), um vulcão é uma estrutura geológica criada quando o magma, gases e partículas quentes (cinzas, entre outras) escapam para a superfície terrestre, e são frequentemente considerados causadores de poluição natural.

As conseqüências de erupção de um vulcão chegam a ser planetárias, podendo resultar em um grave desastre natural. Infelizmente, as erupções são imprevisíveis e causam danos naturais, como destruição de florestas, e danos indiscriminados, como a desvalorização de  imóveis localizados em suas vizinhanças e consumo de renda pública e privada em reconstruções. Por outro lado, os arredores atingidos pela lava arrefecida, tendem a ser solos férteis para a agricultura.

Erupção do vulcão Tvashtar em Io,
lua de Júpiter.

Os vulcões podem ser encontrados em outros planetas, como Marte, Vênus e Júpiter, este último possui o corpo mais vulcânico de todo o sistema solar em sua lua chamada Io, devido à interação de forças com Júpiter.  As suas lavas são as mais quentes conhecidas no sistema solar, com temperaturas que podem ultrapassar os 1500 °C. Em fevereiro de 2001, a maior erupção de que há registo no sistema solar ocorreu em Io.

No nosso planeta, os vulcões tendem a se formar junto às margens das placas tectônicas, mas existem exceções como os vulcões que ocorrem em zonas chamadas de hot spots (pontos quentes).

Não existe um padrão entre os vulcanologistas para definir se um vulcão está "ativo", pois ele pode estar “ativo” e aparentemente estar dormente ou extinto. O tempo de vida de um vulcão pode ir de alguns meses até milhões de anos. São considerados dormentes aqueles vulcões que não se encontram atualmente em atividade, mas que poderão mostrar sinais de perturbação e entrar de novo em erupção. Os vulcões que são pouco prováveis de entrar em erupção de novo são denominados extintos.

Raios sobre o vulcão Eyjafjllajokull, com origem ainda
não explicada pelos cientistas.

Neste mês, o mundo inteiro está olhando para a Islândia, lar do vulcão que provoca o maior apagão aéreo da história. A súbita erupção do vulcão da geleira Eyjafjllajokull, localizado no sul da Islândia, que estava inativo há mais de 200 anos, provocou o maior apagão da história da aviação, superando até mesmo o caos do 11 de setembro de 2001.

"Eu acho que a Europa está provavelmente experimentando a maior perturbação às viagens aéreas desde o 11 de setembro. Em termos de fechamento de espaço aéreo, é pior do que o 11 de setembro. A perturbação é pior do que qualquer coisa que já vimos." - Porta-voz da Autoridade de Aviação Civil britânica.

A crise área teve início por causa da fuligem provocada pelo vulcão, que chegou a subir até 16 mil metros, acima inclusive da rota dos aviões intercontinentais. A suspensão dos vôos se deve à ameaça que as cinzas, com partículas, representam para a segurança dos aviões. Na história da aviação, temos o exemplo do vôo da British Airways, em 1982, que perdeu toda a potência dos motores ao atravessar uma nuvem de cinzas, proveniente de um vulcão em erupção, sobre a Indonésia.

Aeroportos Lotados na Europa.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) afirma que o fechamento do espaço aéreo europeu estaria causando um prejuízo diário de US$ 200 milhões. Segundo um porta-voz da IATA, o fechamento aéreo não poderia vir em um pior momento para a indústria, pois as empresas aéreas da Europa têm enfrentado uma enorme prova financeira, suportando US$ 2.2 bilhões de perdas este ano.

Essa crise imprevista é o que os especialistas chamam de “atos de Deus”, assim como terremotos, maremotos e tsunamis. Os casos de erupção de vulcões, principalmente quando não há sinais externos, como o Eyjafjllajokull, são praticamente impossíveis de prever, segundo os geólogos.

Agora, só nos resta esperar que este vulcão fique dormente para retornarmos as atividades normalmente, o que poderá demorar mais uma semana ou poderá bater o recorde. Enquanto isso, os “atos dos homens” precisam ser repensados para preservar o nosso planeta e só termos desastres naturais.

Márcio de Carvalho Saraiva
(marcio@dsc.ufcg.edu.br)