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O mundo e todo o seu conhecimento sobre epidemias |
Nosso planeta já vivenciou diversos momentos como o atual, o surgimento de uma nova doença de proporções mundiais. |
O termo epidemia está relacionado à propagação, em um determinado lugar, de uma doença, onde a velocidade de propagação é elevada, considerando um curto espaço de tempo. Pandemia é uma epidemia com proporções mundiais, com diversas ocorrências em vários continentes. A mídia, obviamente, está sempre em alerta, com suas câmeras ligadas para monitorar essas ocorrências. Já é de se esperar, então, que, com o aparecimento do novo vírus, chamado Influenza A (H1N1), mundialmente conhecido como a gripe suína, a cada minuto matérias, escritas ou televisionadas, são divulgadas alertando a população sobre os países onde o foco da epidemia é maior, casos suspeitos, os cuidados que se devem tomar e como proceder ao primeiro sinal de um espirro. ![]() Imagem extraída da Bíblia de Toggenburg,
retratando os efeitos da peste bubônica. Acontece que casos de epidemias como este já são velhos conhecidos da população mundial. Durante as aulas de história, várias epidemias são mencionadas, entre as quais: a praga ateniense, em épocas de conflito entre Atenas e Esparta; a propagação da lepra, na Europa Medieval; a famosa peste bubônica, em meados do século XIV, percorrendo toda a Europa; a cólera, que se propagou no início do século XIX; e a gripe espanhola, surgida durante a Primeira Guerra Mundial. Algumas das epidemias ocorreram antes de Cristo, a exemplo da praga ateniense, no ano de 430, durante o início da guerra do Peloponeso, entre Esparta e Atenas, na cidade de Atenas. A doença se propagou rapidamente, resultando na morte de cerca de 30% da população. Cerca de 1.500 anos depois, entre 1.000 e 1.350 d.C., toda a Europa sofreu com a hanseníase, popularmente conhecida como lepra. Seu nome foi dado em homenagem ao descobridor do agente causador da doença, Gerhard Hansen, famoso médico norueguês da época. Devido ao poder exercido pela Igreja Católica, os leprosos eram perseguidos, devido ao fundamento religioso de que as lesões proporcionadas pela doença simbolizavam impureza. ![]() Em 1918, a gripe espanhola espalhava terror
entre soldados da Primeira Guerra Mundial (acima). Nos dias atuais, a gripe suína já possui quase 6.500 casos confirmados. Na mesma época, a população européia já sentia novos sintomas, que deram vida a mais famosa das epidemias mundiais, a peste bubônica, também conhecida como peste negra (tal denominação se deve ao aparecimento de manchas negras pelo corpo do doente). Ela teve sua propagação acelerada devido às rotas marítimas da época, chegando a diversos países vizinhos, como a China e a região do Oriente Médio. A doença, cujo principal sintoma consistia no aparecimento de bubões, inchaços que se espalhavam por todo o corpo, deixou, aproximadamente, 75 milhões de mortes. No início do século XIX, os indianos sentiam os primeiros sintomas da cólera, doença que afeta o país até hoje. A doença se propagou, ao longo dos anos, para as demais regiões do planeta, chegando primeiro aos países da Ásia, e, em 1831, à região européia, deixando quase 30 mil mortes somente no Reino Unido. A gripe espanhola foi mais um dos problemas enfrentados pelos soldados, durante a Primeira Guerra Mundial, uma gripe fatal, que aparecia repentinamente. No Brasil, aproximadamente 65% da população foi vítima da gripe, matando 17 mil pessoas na região Rio - São Paulo. Embora ainda não possua números tão assustadores quanto as epidemias que a precedem, a Influenza A causa, decerto, grande pânico na população mundial. No entanto, vale salientar que, diferente de épocas passadas, a tecnologia unida à medicina atual já é capaz de controlar de forma efetiva a epidemia, evitando que ela se alastre exageradamente, a partir da realização de um trabalho preventivo. |
Por Danielle Chaves (danielle@dsc.ufcg.edu.br) |