"Eu estava com a corrida nas minhas mãos", afirmou Barrichello. Aos olhos dos torcedores brasileiros, o pódio parecia mesmo ser verde e amarelo. Mas, uma mudança de estratégia da equipe fez com que o panorama da situação fosse alterado. O piloto Jenson Button fez apenas duas paradas nos boxes, enquanto Barrichello, que liderava a corrida, permaneceu com a estratégia de três paradas. Esta mudança teria sido proposital? A intenção real era favorecer o Button? Rubens Barrichello estaria mais uma vez condicionado à prata?
Todos nós acompanhamos a trajetória do piloto, quando este era membro da Ferrari: foi vice - campeão nas temporadas de 2002 e 2004 e venceu nove GPs. Mas, algumas vezes, foi obrigado a renunciar o pódio para favorecimento do seu companheiro de equipe, Michael Schumacher. Nesta época, o piloto brasileiro assistiu Michael vencer cinco dos sete campeonatos dos quais participaram. Um dos episódios mais polêmicos foi a ultrapassagem de Schumacher nos últimos metros do Grande Prêmio da Áustria, em que Rubens cedeu sua posição para ele. A situação foi tão constrangedora, que ao subir ao pódio, o alemão cedeu a sua posição de primeiro lugar para o brasileiro.
Contratado por uma nova equipe, o cenário parece não ter mudado muito. Jenson é um forte candidato ao título. De cinco corridas, o inglês triunfou em quatro. Porém, a Brawn GP nega favorecimento a Jenson Button. O chefe da equipe, Ross Brawn, afirmou que as voltas lentas após o seu segundo pit stop teriam comprometido a vitória de Rubinho: "Se você olhar os tempos de volta comparados aos pneus e à quantidade de combustível, existiu um período na corrida em que Rubens era mais lento do que o esperado. E isso lhe custou a corrida porque Jenson era mais rápido com tanque cheio. Espero que ele não pense que houve favorecimento. Não fizemos isso. A largada foi a maior prova disso. Rubens saiu bem e passou Jenson. Adoraria vê-lo ganhar e a festa de seus mecânicos. Seria bom. Não existe prioridade na equipe."
É notória a decepção de Rubinho com relação a esta mudança de estratégia, pois, realmente, o seu segundo lugar foi consequência disto. O fato é que o seu companheiro de equipe atual está se mostrando um rival tão difícil quanto o anterior, o que implicará em mais esforço e competência para conseguir a liderança do campeonato, como também uma maior credibilidade da mídia, pois o piloto tem sido alvo de muitas críticas negativas, como um reflexo, talvez, da insatisfação da torcida brasileira, por ter assistido tantos episódios como este. Porém, o Brasil não pode se esquecer das grandes conquistas que Rubinho já teve, como: ter subido 62 vezes ao pódio, ter marcado 13 pole positions e 15 voltas mais rápidas. Talento ele tem (e de sobra). O que nos resta, como brasileiros que somos, é continuar torcendo, esperando ansiosos para ver nossa bandeira na posição mais alta do pódio. Vai RUBINHO!!!!
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(isabel@dsc.ufcg.edu.br)