Síndrome dos Tempos Modernos
Trabalhar até a Exaustão, um dos sintomas da Síndrome de Burnout.

O filme Tempos Modernos, do diretor, roteirista e ator Charles Chaplin, do ano de 1936, apesar do tom de comédia, tentava retratar uma preocupação social que se iniciava com o avanço das indústrias: a preocupação com o lado humano. De forma mais enfática, ilustrava o trabalhador em uma jornada exaustiva, quase escrava, que culminava em um colapso nervoso (http://www.youtube.com/watch?v=qDnDaDYZ2AQ).

Apesar de ter sido feito há tanto tempo, o filme começa a mostrar problemas que ainda temos dificuldades em lidar nos dias atuais. Um deles refere-se ao trabalho excessivo, que culmina na exaustão.

A Síndrome de Burnout (“Burn out” do inglês, “chama que se extingue”), é o termo psicológico que descreve um estado de exaustão prolongado, uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto, excessivo e estressante com o trabalho, e que provoca a diminuição de motivação e interesse, em particular, com relação ao trabalho, de tal forma que as coisas deixam de ter importância e qualquer esforço pessoal passa a parecer inútil.

Inicialmente, esta síndrome foi identificada em profissões relacionadas a um contato interpessoal mais exigente, a exemplo de médicos, professores, etc. Atualmente, já atinge um perfil abrangente de profissionais, em particular, aqueles que lidam com problemas de outras pessoas, que obedecem a técnicas e métodos mais exigentes, fazendo parte de organizações de trabalho submetidas a avaliações, dentre outros.

Uma pergunta muito freqüente é a seguinte: até que ponto é caracterizada uma situação de estresse ou existe a sintomática desta síndrome? A diferença essencial entre a Síndrome de Burnout e o estresse é que o primeiro pode ser visto como uma conseqüência depressiva do estresse desencadeado pelo trabalho. O estresse em si costuma se constituir apenas em um esgotamento e cuja interferência não é tão intensa na vida pessoal do sujeito quanto a Síndrome de Burnout.

Algumas medidas podem ser tomadas para evitar a síndrome:

  • Identificação dos agentes causadores do Burnout;
  • Avaliação de possíveis mudanças em relação ao trabalho e a relação com os agentes causadores do Burnout;
  • Estabelecimento de limite, tanto em relação a si próprio quanto em relação à disponibilidade para com colegas de trabalho (“não se doe demais”);
  • Definição de prioridades: Ajudam a focar e motivar o dia no trabalho;
  • Não perder de vista quais as suas prioridades da vida - família, estudos, trabalho - o que vem primeiro?
  • Aproveitar os momentos de descanso, evitando tocar em assuntos relacionados ao trabalho;
  • Cuidar de si próprio: praticar exercícios, fazer meditação, cuidar da beleza, a fim de manter a auto-estima elevada.

De um modo geral, a síndrome de Burnout pode ser evitada com uma rotina de trabalho sadia, com a qual o funcionário esteja sempre motivado, mas sem ser consumido pelas atividades, tanto em quantidade quanto em esforço necessário para executá-las. O que é fundamental é tentar encontrar o equilíbrio, uma prática que previne esta e outras doenças dos “tempos modernos”.

Por Elloá Barreto