“Olha pro céu meu amor...” Opa! Céu não! TV!
Neste ano, junto com o São João, o mês de Junho vem recheado de jogos, emoções e clássicos de nível internacional. Isto porque, no dia 11 deste mês, se iniciou a Copa do Mundo de Futebol, um evento que reúne as melhores seleções mundiais do momento. Na matéria Saúde deste mês, veja como os jogadores da seleção brasileira se prepararam para este evento, assim como entenda o que é PRP.

A cada 4 anos, desde 1930 (exceto nos anos de 1942 e 1946 devido à Segunda Guerra Mundial), seleções de diversos países se reúnem para participar da maior festa mundial de futebol que é promovida pela FIFA e todas as atenções ficam voltadas para o país sede, neste ano, a África do Sul. Este é o tempo em que o mundo inteiro foca nos melhores jogadores do mundo à espera de belas jogadas e confrontos de tirar o fôlego.

Mas, para que tudo esteja perfeito, é preciso que os personagens deste evento (jogadores) estejam preparados fisicamente para atingir às expectativas dos apaixonados pelo esporte. E com a seleção brasileira não é diferente.

Todos os jogadores convocados pelo técnico Dunga no dia 11 de maio de 2010 (exceto Júlio César, Lúcio e Maicon que competiram na final da Liga dos Campeões da Europa) estão desde o dia 21 de maio concentrados juntamente com a equipe técnica. Primeiramente, eles ficaram em Curitiba, no centro de treinamento do Atlético Paranaense. Depois, viajaram para Juanesburgo no dia 27 de maio, onde estão concentrados.

Neste período de concentração, os preparadores físicos da seleção brasileira, Paulo Paixão e Fábio Marseredjian, trabalharam para preservar a saúde física de todos os jogadores. Alongamentos, relaxamentos musculares, musculação e exames médicos, além de treinos diários, foram cuidados tomados para evitar situações inesperadas e/ou indesejadas.

Neste ano, a preparação física foi feita com toda cautela e atenção possível. Isto porque, craques de diversas seleções ficaram fora desta copa por conta de lesões ou outros motivos. São mais de 20 jogadores (26, especificamente) de 17 equipes diferentes. A seguir, uma lista de alguns jogadores lesionados e suas respectivas situações na Copa do Mundo deste ano.

Jogador Seleção Tipo de lesão Situação na Copa

Ferdinand

Ferdinand

Inglaterra
Lesão nos ligamentos do joelho esquerdo
Fora

Ballack

Ballack

Alemanha
Lesão no tornozelo direito
Fora

Beckham

Beckham

Inglaterra
Ruptura do tendão de Aquiles
Fora

Cabanas

Cabañas

Paraguai
Tiro na cabeça
Fora

Drogba

Drogba

Costa do Marfim
Fratura no cotovelo
Confirmado

Pirlo

Pirlo

Itália
Estiramento na panturrilha esquerda
Dúvida

Veja mais jogadores lesionados aqui.

Preocupados com as frequentes lesões e com o tempo de recuperação dos jogadores, médicos de todo o mundo estudam um novo método chamado PRP (Plasma Rico em Plaquetas) que promove uma recuperação em um espaço de tempo menor.

O PRP foi desenvolvido há oito anos na cidade de Barcelona (Espanha) por dentistas. Depois disso, começou a ser usado por ortopedistas, chegando ao Brasil por volta de 2005 pelas mãos do médico baiano Roberto Dória. Hoje, um de seus maiores entusiastas no eixo Rio-São Paulo é o ortopedista Carlos Henrique Bittencourt.

Pessoas como Cláudia Raia, Glória Menezes, Tarcísio Meira, Isabella Garcia, bailarinos como Cecília Kerche, além de centenas de atletas como Lucila Silva (handebol), Elias (jogador do Corinthians), Marcos (goleiro do Palmeiras) já fizeram o uso deste tratamento.

A ideia consiste em coletar uma pequena quantidade de sangue do paciente e processá-lo em uma centrífuga de alta velocidade que separa os glóbulos vermelhos das plaquetas (responsáveis por liberar as proteínas e outras partículas envolvidas no processo de cura que o corpo mesmo conduz). Essa segunda parte, chamado de plasma rico em plaquetas, é injetada diretamente na área danificada.

Este método consegue melhorar, acelerar a recuperação e até curar a grande maioria das lesões ortopédicas como, por exemplo, tendinites, lesões musculares, consolidação de fraturas, podendo evitar a necessidade de cirurgia. Além de diminuir o tempo necessário para a recuperação do paciente, com o PRP não há chance de rejeição ou de reação alérgica visto que o material injetado vem do próprio corpo do paciente. E, por ser injeção, o risco de infecção é muito menor do que uma incisão, além de não deixar cicatriz.

Como os estudos sobre este método ainda estão em andamento, muitos preparadores físicos e médicos especialistas em lesões de atletas preferem utilizar os métodos tradicionais e só nos resta torcer para que a bruxa não volte a ficar solta e atrapalhe ainda mais o espetáculo da Copa do Mundo.

Izabela Vanessa de A. Melo
(izabela@dsc.ufcg.edu.br)