A Copa do Mundo de Futebol já começou e parece que os jogadores ainda não se acostumaram com a Jabulani, a polêmica bola construída especialmente para a Copa da África do Sul. Desde o período de preparação, o que se ouve são os jogadores reclamando dos efeitos estranhos que ela proporciona. Segundo Luís Fabiano, jogador da seleção brasileira, a bola é "sobrenatural" e se torna "mais um adversário" para os jogadores. Diante de tantas reclamações, decidimos fazer uma busca sobre as bolas que foram desenvolvidas para as Copas do Mundo de Futebol.
A verdade é que, desde a primeira edição de uma Copa, a "gorduchinha" causa polêmica. Na final de 1930, o time do Uruguai queria jogar com uma bola mais pesada, enquanto os argentinos preferiam uma bola mais leve. Decidiu-se, então, que cada tempo do jogo seria jogado com uma bola diferente.
Até 1938, as bolas eram feitas de couro, marrons, pesadas e com a costura final externa (com aberturas e cadarço), dificultando muito a cabeçada dos jogadores. Quando chovia, elas chegavam a ficar com o dobro do peso.
A primeira modificação foi projetada na bola usada na Copa de 1950, cuja costura tornou-se interna e não havia mais aberturas. Para a infelicidade dos jogadores, até 1962, as bolas não sofreram alterações em sua produção. Dessa forma, continuavam pesadas e duras nos pés. Em 1968, foi lançada a bola chamada de Special Edition, composta por 24 gomos.
Somente a partir de 1970, o design das bolas evoluiu radicalmente. A bola projetada para a Copa de 1970, batizada de Telstar, era composta por 32 gomos costurados à mão, tornando-se mais redonda e com ótimos fluidos de movimentos. Além disso, foi muito importante na transmissão ao vivo pela televisão, pois era branca com pentágonos pretos, facilitando sua visualização. A bola de 1974 possuía estas mesmas características.
A Tango, bola da Copa de 1978, possuía em seu design triângulos vazados, arredondados, formando pequenos círculos. Em 1982, a bola ganhou pregas que dificultavam a penetração de água e, consequentemente, minimizavam o aumento de peso. Na Copa de 1986, a bola Azteca possuía detalhes que lembravam o povo asteca e foi a primeira bola a ser construída com material sintético. Já em 1990, os detalhes da bola remetiam aos etruscos, daí o nome Etrusco Unico. A bola de 1994 manteve o mesmo estilo das anteriores.
A primeira bola de mundiais multicolorida foi a de 1998, que trazia traços com as cores da bandeira da França. Em 2002, a bola, que tinha como nome Fevernova, era composta por um sistema de camadas de espuma sintética que formava micro balões, preenchidos por gás bastante comprimido, e seu estilo era inspirado em temas orientais. Já a bola de 2006 possuía uma esfera perfeita, formada por 14 gomos, tornando-se a bola mais lisa desenvolvida até o momento.
Em 2010, tem-se a Jabulani, que significa "Celebrar", possui 11 cores, que representam os dialetos e etnias diferentes da África do Sul. É formada apenas por 8 gomos.
Diante de tanta evolução ao longo dos anos, não se torna estranho afirmar que a Jabulani é "sobrenatural". O que se espera agora, com toda tecnologia aplicada, é que os efeitos causados por Jabulani não "decidam um jogo", mas sim, permitam aos jogadores melhorar a condução da bola, chutes e jogadas incomuns. Será que até o final desta Copa a Jabulani não será elogiada pelos jogadores?
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