Quem é Manu Chao?
Conheça um pouco deste artista da música latina.

Jose-Manuel Thomas Arthur Chao, mais conhecido como Manu Chao, nasceu em Paris em 1961, após seu pai, Ramon Chao, emigrar da Galícia (comunidade espanhola autônoma com estatuto de nacionalidade histórica) para escapar do regime do ditador Francisco Franco.

Manu Chao

A educação bilíngue e a influência intelectual de seu pai, um pianista, jornalista e escritor, fizeram com que Manu Chao pudesse ter uma formação bem eclética a ponto de conseguir unir elementos do gênero punk com o rockabilly, a exemplo do seu primeiro sucesso: Mala Vida.

Ainda na adolescência, Manu integrou a banda Hot Pants que, apesar de ser bem recebida pela crítica, não teve repercussão. Saindo deste grupo, ele montou a Mano Negra, grupo com influências da música francesa e espanhola. Em seu primeiro singleMala Vida, alcançou um sucesso tal que o grupo conseguiu um contrato com uma gravadora de renome internacional, a Virgin Records. O primeiro contato de Manu Chao com a América Latina se deu em 1992 a partir de uma turnê em que a Mano Negra viajava de barco tocando em cidades portuárias. Um dos momentos mais importantes desta turnê ocorreu no Rio de Janeiro durante a convenção da Eco-92.

Em 1995, quando a banda se mudou para a Espanha, Chao decidiu montar um projeto paralelo com outros integrantes, o Radio Bemba Sound System. Tal atitude culminou no fim de ambos os grupos.

Capa do CD “Clandestino

Manu Chao estava sem grupo musical e decidiu retornar à America Latina. Viajando por vários lugares pesquisando sons e culturas locais, Chao compunha e gravava sem compromisso. O fruto desta viagem foi o álbum Clandestino lançado em 1998 com composições em inglês, espanhol, francês, galego e português mesclando elementos do reggae, toques eletrônicos, rock e outros. O CD obteve grande sucesso, tanto na França quanto na América Latina, em especial no Brasil, onde a música Clandestino (mesmo nome do disco) tocou bastante nas rádios, além da música cantada em galego e português Minha Galera.

Desde então, Manu Chao tem se apresentado e lançado CDs em carreira solo. Sua relação com a música brasileira tem sido boa, tendo a participação dos Paralamas do Sucesso em um dos seus álbuns (Próxima Estación: Esperanza, em 2001). Dividiu o palco com Gilberto Gil no Fórum Cultural Mundial, em 2004.

Manu Chao ainda gravou canções (Me Llaman Calle, 5 Razones e outras) para a trilha sonora do filme espanhol Princesas, lançado em 2005, do diretor Fernando León de Aranoa. Naquela ocasião, Chao ganhou o Goya Award (premiação da Spanish Academy Awards) na categoria de “Melhor Canção Original”.

Confira a discografia de Chao:

  • Clandestino (Virgin - 1998)
  • Próxima Estación: Esperanza (Virgin - 2001)
  • Radio Bemba Sound System (live album) (Virgin - 2002)
  • Banylonia en Guagua DVD (Virgin - 2002)
  • Sibérie m'était contée (Autoproducido - 2004)
  • La Radiolina (K Industria - 2007)
  • Estación Mexico (live album - 2008)

Desde 2008, quando seu último CD foi lançado, Manu Chao tem feito shows pela América Latina e Europa. Aqui no Brasil, ele tocou no carnaval de Recife e Olinda tanto em 2009 quanto em 2010 e no evento Virada Cultural Paulista em 2010. 

Como se não bastasse os shows, Manu Chao tem dado palestras em universidades, a exemplo da UECE (Universidade Estadual do Ceará) este ano, na qual ele tocou trechos de suas músicas e, também, duas músicas marcantes da cultura nordestina: "Asa Branca" e "Assum Preto", ambas de Luiz Gonzaga. Chao tem participado de campanhas pacíficas como "Rumbo a Gaza" (em prol de ajuda humanitária aos povos da Faixa de Gaza) e "Atenco Libertad!" que obteve sucesso ao propor a libertação de 12 presos políticos em Atenco (México). Dentro da esfera da cultura, Chao incentiva e participa de iniciativas culturais como o Festival Internacional de Cine en Guadalajara (México).

Pode-se dizer que Manu Chao é um artista diferenciado pois não se limita a compor e interpretar canções bonitas, também apoia iniciativas pacíficas e culturais dentro e fora do mundo latino.

Por Tales Tenorio de Souza Pimentel
((tales@dsc.ufcg.edu.br))