Carreira acadêmica na informática
Para os que também buscam estabilidade, a carreira acadêmica pode ser uma boa solução.

São cada vez mais eminentes as dificuldades para ingressar no mercado de trabalho e conseguir um emprego de qualidade. Outro problema (este bastante comum entre as empresas privadas) ocorre quando a vaga que um profissional ocupava passa a ser ocupada por outro, geralmente mais novo. Esses problemas não se fazem tão presentes na área da computação, na qual existem vagas de empregos sobrando e a experiência é bastante valorizada. Porém, assim como em outras áreas, estes profissionais buscam também cada vez mais a estabilidade. Por isso, os concursos para empregos públicos são uma saída escolhida por muitos. Dentre os ramos existentes no emprego público, a carreira acadêmica atrai muitos candidatos.

A estabilidade presente na carreira acadêmica está presente no ensino público de modo geral. Isto ocorre porque os direitos destes profissionais não são regidos pelo CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), que é aquela para os profissionais “celetistas” (aqueles que trabalham com registro em carteira de trabalho), mas pelo Regime Jurídico Estatuário que liga, sobretudo, os servidores públicos com a administração pública federal, estabelecendo seus direitos e deveres.

Para seguir uma carreira acadêmica, geralmente, são exigidos alguns pré-requisitos, tais como pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado), publicações, pesquisas realizadas, etc. Por mais que o conceito do curso de pós-graduação na CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) ou no CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) não influencie de forma direta na seleção de candidatos ao preenchimento de uma vaga no corpo docente de uma instituição (seja ela pública ou privada), é importante buscar um curso que proporcione aprender e produzir bem. Na UFCG, os cursos oferecidos pela COPIN (Coordenação de Pós-graduação em Computação), sendo estes: mestrado e doutorado, com notas 6 (a nota máxima é 7) e 4, respectivamente, na CAPES, estão sendo cada vez mais procurados.

Ao contrário do que muitos pensam, um profissional que segue a carreira acadêmica não vai apenas lecionar. Na área da computação, por exemplo, é muito comum se trabalhar com pesquisa e/ou desenvolvimento de software e hardware em projetos. Isso faz com que o profissional nunca se afaste da prática e, para os que têm vocação, pode ser aliado ao ensino, levando mais experiência para a sala de aula.

Além disso, existe um plano de carreira para este tipo de profissional baseado no tempo de vínculo à instituição e nos títulos. Este plano de carreira de docentes possui cinco classes, sendo estas de professor auxiliar, assistente, adjunto, associado e titular. Cada uma dessas classes, excetuando-se a de professor titular, possui 4 níveis. A tabela abaixo mostra os requisitos para o ingresso na carreira para cada classe.

Requisitos para ingresso na carreira
Cargo Requisitos nescessários
Professor Auxiliar diploma de graduação em curso superior
Professor Assistente grau de mestre
Professor Adjunto título de doutor ou de livre-docência
Professor titular portadores do título de doutor ou de livre-docente, professores adjuntos ou pessoas de notório saber

A progressão entre as classes ocorre a cada dois anos (a partir do ingresso) por meio de avaliação funcional e/ou aquisição de títulos, de professor auxiliar até adjunto. Para progredir à classe de professor associado é necessário estar a, no mínimo, dois anos no nível 4 de professor adjunto, possuir título de doutor ou livre-docente e ser aprovado na avaliação de desempenho acadêmico. Mais informações aqui.

Assim, a carreira acadêmica pode ser uma boa decisão para os que buscam estabilidade financeira e para os que não pretendem trabalhar em empresas. Para quem pretende seguir esse caminho, é importante ingressar numa pós-graduação e produzir bastante.

Por Francisco Demontiê dos Santos Junior
(demontie@dsc.ufcg.edu.br)