O MLST e a invasão ao Congresso
O Movimento de Libertação dos Sem-Terra promove um quebra-quebra generalizado no Congresso Nacional causando um prejuízo estimado em R$ 102 mil.


         Se até o dia 06/06 desse ano, raríssimas pessoas sabiam do que se tratava o MLST, agora sabem que o Movimento de Libertação dos Sem-Terra é o responsável pela invasão e o quebra-quebra ao maior símbolo democrático do país, o Congresso Nacional. Inicialmente, justificava-se a ação selvagem do movimento à reação dos vigilantes do parlamento, e que não foi algo planejado, mas depois foi revelada uma fita de vídeo que contradizia a justificativa deles e mostrou uma invasão devidamente articulada.

          A invasão ao congresso Nacional

 

         O MLST nasceu de uma articulação política de Bruno Maranhão (e que também fez parte da direção nacional do PT) em 1997, e segundo o professor de geografia brasileira Marco Antonio Mitidiero, da UFPB, o MLST é um movimento "muito radical", com um discurso em defesa da revolução socialista. Apesar disso, o movimento não costuma agir com violência, é pequeno e atua somente em Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. 

          Vídeo que comprova o planejamento da invasão

 

         De qualquer forma, a maneira de agir foi reprovável. Se o movimento, por si só, não for um instrumento que usa uma ideologia de igualdade para promover líderes políticos como Bruno Maranhão (as descobertas de doações do Governo Federal e do PT para o MLST reforçam essa idéia), a confusão que foi gerada escondeu o que seria o principal propósito disso tudo: a liberação de R$ 2 bilhões do orçamento da reforma agrária.  

         Protestos com resultados efetivos podem ser feitos sem violência, historicamente isso é comprovado. Por isso que Gandhi foi um exemplo, por isso que as Diretas Já foram tão importantes, um exemplo até mais próximo é o próprio PET, que já foi à Brasília protestar pacificamente em prol das suas reinvidicações e conseguiu. A violência gerada pelo MLST acaba até denegrindo a imagem das próprias origens, o MST. Depois de toda a baderna, os resultados foram acusações de destruição do patrimônio público (R$ 102 mil), formação de quadrilha e até tentativa de homicídio, além de muita, muita visibilidade na imprensa, mesmo que seja de uma forma negativa. 


Por Clerton Ribeiro de Araujo Filho