Haiti: “A união faz a força”.
Saiba como o mundo está ajudando o país mais pobre das Américas, depois do terremoto de 12 de janeiro.

No dia 12 de janeiro, às 16h53min (19h53min, horário de Brasília), o Haiti sofre com um terremoto, de magnitude 7 (o maior da história foi 9.5, clique aqui para obter a fonte), que devastou o país. Pelo menos 200 mil pessoas morreram, 300 mil ficaram feridas, 4 mil foram amputadas e há um milhão de desabrigados. Dentre as pessoas mortas, já foram confirmados 21 brasileiros. A cidade mais destruída foi a capital, Porto Príncipe (clique aqui para obter a fonte).

Haiti antes do terremoto.

O Haiti possui 27.750 km², o tamanho do estado de Alagoas, e possui 8 milhões de habitantes. Foi colonizado pela França em 1697 e produzia muito açúcar, cacau e café. Era a colônia francesa mais rica de toda a América, possuía um solo muito fértil. Sua independência foi declarada em 1804 e só foi reconhecida 21 anos depois. Hoje, o país é considerado o mais pobre das Américas, com 42,2% de sua população analfabeta.

No mundo, muitas pessoas se comoveram ao ver a tragédia e algumas instituições se organizaram para arrecadar dinheiro e mantimentos para o Haiti. A American Red Cross, a Oxfam America e a ONG Viva Rio, que possui sede no Haiti, estão recolhendo dinheiro. Em vários lugares do mundo, estão sendo recolhidos alimentos e roupas. Representantes brasileiros e norte-americanos da ONU estão distribuindo tudo que está sendo arrecadado.

As doações brasileiras de alimentos, medicamentos e água potável para a população do Haiti já chegam à casa das mil toneladas, informou o subchefe do Comando e do Controle do Estado-Maior de Defesa, Paulo Zuccaro. As doações são resultado do uso de estoques públicos do governo e do recolhimento de alimentos e água em postos da Defesa Civil, supermercados e em entidades privadas (clique aqui para obter a fonte).

Tipo O que o Brasil enviou ao Haiti desde o terremoto*
Aviões 60 voos da FAB
Navios 1 navio
Suprimentos 56 toneladas de água
Remédios 225 toneladas de medicamentos
Alimentos 220 toneladas de alimentos
Voluntários 1000 pessoas transportadas
Vítimas 3.039 atendimentos no hospital de campanha brasileiro

*Dados do dia do terremoto até o dia 03/02.

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti. A missão de paz foi criada em 2004.

Haiti depois do terremoto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai anunciar no Haiti, no próximo dia 25, um pacote de ajuda para reconstrução do país. Segundo o embaixador Antônio Simões, membro do gabinete de crise do governo brasileiro que monitora a questão, os projetos que serão anunciados pelo presidente serão financiados pelo governo brasileiro. Segundo ele, ainda não é possível listar os projetos nem os valores do pacote a serem investidos.

O Haiti se inspira em uma cidade colombiana, que passou por um terremoto há uma década. Para reconstruir a capital, será criado um órgão público semelhante ao Forec, que foi criado pela Colômbia, para melhor coordenar e canalizar a ajuda internacional, estatal e privada.

O terremoto chamou a atenção de muitos países para o Haiti, que depois da independência foi desvalorizado. Mas, agora, o país tem um grande apoio do Brasil e dos EUA, muitos investimentos virão e ele poderá se tornar novamente valorizado. Espera-se que o lema do Haiti prevaleça, “A união faz a força”.

Delano Oliveira
(delano@dsc.ufcg.edu.br)