Entrevista com o Professor Carlos Eduardo Pires
Um dos mais novos professores do departamento, Carlos Pires, concede entrevista ao PETNews de fevereiro, conta um pouco sobre sua carreira, disciplinas que vai lecionar e dá conselhos para a graduação.

Grupo PET – Boa tarde, professor, o senhor é natural de qual cidade?

Carlos – Boa tarde. Eu nasci em Recife-PE.

Grupo PET - Qual a sua formação? Quando se formou? Em qual faculdade se formou?

Professor Carlos Eduardo Pires

Carlos - Fiz graduação em Ciência da Computação, na antiga UFPB Campus II, hoje UFCG Campus I. Entrei em 1993 e concluí em 1997. Em 1998, comecei mestrado na mesma instituição e concluí em 2000. De 2000 até 2004, trabalhei em empresa privada, na área de Banco de Dados, em Recife. Fiz doutorado na UFPE de 2005 a 2009. Tive como orientador de Iniciação Científica e mestrado o Prof. Marcus Costa Sampaio. No doutorado, minha orientadora foi a Professora Ana Carolina Salgado (UFPE).

Grupo PET - Então o senhor veio pra Campina Grande muito novo ainda. Nasceu em Recife, mas é quase Campinense? Ou só veio na faculdade?

Carlos - Devido à profissão do meu pai (Geólogo), eu já morei em muitas cidades: Recife, Arcoverde, Fortaleza, Campina Grande e até Nancy, na França. A primeira vez que morei em Campina Grande foi de 1982 até 2000. Nesta época, fiz colégio, graduação e mestrado. De 2000 a 2009, morei em Recife. No final de 2009, passei no concurso para Prof. da UFCG e voltei para Campina Grande. Entre 2007 e 2008 eu morei um ano em Paris, no período do doutorado sanduíche.

Grupo PET - Hoje, qual a sua área de pesquisa dentro da UFCG?

Carlos - Sou ligado ao Grupo de Sistemas de Informação e Banco de Dados, onde também fazem parte os Profs. Ulrich Schiel e Cláudio Baptista.

Grupo PET – Quais motivos o levaram a escolher esta área?

Carlos - Desde criança, sempre gostei de anotar as coisas. Anotava resultados de futebol e tinha até um jornalzinho onde trocava informações com correspondentes no Brasil inteiro. Se fosse hoje, isso aconteceria usando a Internet, antes eu enviava cartas pelo correio mesmo. Enfim, de alguma maneira eu me ligava ao gerenciamento de dados e não sabia. Deve ter sido por isso que, na graduação, eu sempre gostava mais das disciplinas ligadas à área de banco de dados. Minha IC foi nessa área, mestrado e doutorado também.

Grupo PET – Durante a graduação, já foi monitor de disciplina ou trabalhava em projetos da área?

Carlos - Não fui monitor. Isso eu fiquei devendo na graduação. Na época de minha graduação, não existiam tantos projetos de pesquisa como hoje. Por isso, fiz apenas a IC e estágio supervisionado. Minha IC foi ligada ao mestrado de Ana Isabel Pinheiro que, infelizmente, faleceu recentemente devido à tragédia da Tsunami.

Grupo PET - Você era um “nerd”?

Carlos - De maneira nenhuma, mas existiam muitos na época (risos). Sempre soube dividir meu tempo entre estudos e lazer.

Grupo PET - O senhor conheceu algum outro professor do departamento durante a sua graduação?

Carlos -  Estudei com Franklin e Lívia, atuais professores do DSC. Aliás, me formei com eles. Rohit e Raquel foram de turmas depois da minha.

Grupo PET - Já teve outras experiências como professor ou esta é a primeira?

Carlos - Sim, já ensinei na Faculdade Salesiana (Recife), Faculdade Maurício de Nassau (Recife), AESO (Olinda) e IFPE (Recife). Na AESO, eu lecionava no Curso de Pós-Graduação em Banco de Dados. Fui também instrutor oficial Oracle entre 2001 e 2004.

Grupo PET - Como foi a experiência de trabalhar fora do meio acadêmico?

Carlos - É bem mais estressante do que na academia (risos). No entanto, posso dizer que aprende-se bastante. É lá que se vê os problemas de verdade. Problemas até demais (risos)! O trabalho é sempre em cima de prazos que não podem ser adiados. Um adiamento pode significar perda de lucro e isso ninguém quer. Hoje agradeço por ter tido essa oportunidade. Posso repassar essa experiência para os alunos. Isso dá um diferencial às aulas.

Grupo PET – Nesse ano, o senhor vai lecionar quais disciplinas?

Carlos - Confirmadas até agora Banco de Dados II e Gerência da Informação. Administração de SGBD, como é optativa, vai depender do número de alunos interessados. Isso só saberemos daqui a algumas semanas.

Grupo PET – Alguma novidade nas aulas, como recursos, provas, forma de abordagem ou assunto?

Carlos - As aulas de BD2 serão práticas e teóricas. Usaremos laboratório para as práticas. A de GI tem um objetivo de abrir um pouco a cabeça do aluno, tentando fazer um elo entre computação e outras áreas (administração, marketing, etc). São mais aulas teóricas, onde discussões são úteis para dar uma dinâmica maior ao grupo de alunos. Serei o professor dessas disciplinas do início ao fim do semestre.

Grupo PET – Dentro do LSI, o senhor é orientador de quais pesquisas?

Carlos - Como entrei no final de 2009, devo começar com alguma orientação de mestrado. Fui convidado para participar do Projeto SAD, que será finalizado daqui a alguns meses.

Grupo PET – Qual a sua orientação para os alunos que desejam seguir a mesma área que o senhor trabalha?

Carlos - Bem, meu conselho é dar o máximo de si na graduação, estudando bastante para ter um bom coeficiente, ser monitor, participar de projetos de pesquisa, etc. Isso tudo abre as portas para um mestrado. Estagiar e tirar certificações também pode ajudar bastante. Outro diferencial: ler bastante, aprender a interpretar e saber escrever. Em português e inglês, no mínimo. Desejável francês ou alemão. Experiências fora do país contam muito.

Grupo PET – E para os demais alunos? O que devem fazer para serem bons alunos e terem mais oportunidades no curso e depois de formados?

Carlos - Quem quer trabalhar no mercado, procurar boas empresas. É preciso ter disposição para morar em outras cidades. Quem quer crescer é assim mesmo. Além disso, conhecer outras pessoas, outras cabeças, outras idéias ajuda muito.

Grupo PET - Para finalizar, gostaria de deixar uma mensagem para os nossos leitores?

Carlos - A mensagem que deixo é nunca desistir no primeiro problema. Nossa área (computação) é cheia deles e estar sempre preparado para encarar um novo desafio é um diferencial.

Grupo PET - Professor, mais uma vez, muito obrigado pela sua participação no PETNews desse mês.

Carlos - Eu é que agradeço. Foi um prazer.

Por Márcio de Carvalho Saraiva
(marcio@dsc.ufcg.edu.br)