A Moeda e sua Casa no Brasil
No dia 11 de fevereiro, comemora-se o Dia da Criação da Casa da Moeda. Conheça um pouco mais sobre a origem da moeda e a Casa da Moeda do Brasil, além das novidades referentes ao Real.

Os povos mais antigos utilizavam a troca direta de mercadorias (como gado, sal, etc.) entre as pessoas. Por não haver, necessariamente, uma equivalência de valor para as trocas, foi instituída a moeda, geralmente em metal (como ouro e prata). Seu surgimento remonta à Lídia, atual Turquia, no Século VII a.C..

Por motivos de segurança, muitos negociantes de ouro e de prata se responsabilizaram em guardar as moedas de seus clientes, entregando-lhes recibos escritos das quantias que passavam a guardar. Esses vieram a servir como forma de pagamento, e, assim, originaram-se as primeiras cédulas ("papel moeda").

O local onde são produzidas as moedas e cédulas de cada país é o que se denomina Casa da Moeda. No Brasil, a Casa da Moeda surgiu no tempo colonial, por volta de 1644, objetivando fornecer meio circulante à colônia e arrecadar tributos. Com a descoberta do ouro em Minas Gerais, a abundância do metal justificou a criação, em 8 de março de 1694, de uma Casa da Moeda na Bahia. A cunhagem das primeiras moedas permitiu a progressiva substituição das moedas estrangeiras que circulavam no Brasil.

As atividades da Casa da Moeda encerraram-se, na Bahia, em 1698, quando foi transferida para o Rio de Janeiro e, em 1700, para Pernambuco, onde permaneceu até 1702, quando voltou ao Rio de Janeiro, onde permanece até hoje. Em 1843, a Casa da Moeda fez do Brasil o terceiro país do mundo a emitir um selo postal, imprimindo o selo "Olho de Boi", parte da história do Brasil e dos colecionadores de selos mundialmente.

Casa da Moeda do Brasil,
vinculada ao Ministério da Fazenda.

Em 1984, devido ao crescimento da economia brasileira, foi inaugurado, para abrigar a instalação da Casa da Moeda do Brasil, um novo complexo no Distrito Industrial de Santa Cruz (Zona Oeste do Rio de Janeiro), que hoje representa um dos maiores do gênero no mundo. As modernas instalações ocupam uma área de terreno de cerca de 500 mil metros quadrados, com cerca de 110 mil metros quadrados de área construída.

Além de suprir o meio circulante nacional, a Casa da Moeda do Brasil vem conquistando um expressivo segmento do mercado gráfico de segurança, destacando-se em novos segmentos, como no caso dos documentos de identidade com impressão de imagens e dados variáveis por meio do computador. Ademais, a alta qualidade dos produtos da Casa da Moeda e a confiança conquistada em mais de 300 anos de atividade a tornam competitiva no mercado externo, exportando seus produtos.

As unidades industriais dispostas a atender à demanda dos clientes da Casa da Moeda do Brasil são o Departamento de Cédulas (responsável pela impressão das cédulas), o Departamento de Moedas e Medalhas (responsável pela cunhagem de moedas de circulação, comemorativas, com acabamento especial, medalhas comemorativas e comendas), o Departamento de Gráfica Geral (responsável pela produção dos produtos gráficos de segurança, como selos fiscais, postais comemorativos, passaportes, bilhetes magnetizados para transporte, cédulas de identidade civil, carteira nacional de habilitação, e cartões indutivos para telefonia) e o Departamento de Projeto de Produto e Desenvolvimento de Matrizes (que combina a expressão da arte dos projetistas  gráficos e gravadores com recursos avançados de computação e programas de elaboração de fundos de segurança).

A moeda brasileira atual, o Real, mantém o mesmo modelo da série de notas de seu lançamento, em 1994. Entretanto, no último dia 4, a Casa da Moeda do Brasil e o Banco Central lançaram a segunda série com o objetivo principal de tornar o dinheiro brasileiro ainda mais seguro. Além disso, busca atender à demanda dos deficientes visuais, uma vez que, agora, as notas terão marcas em relevo aprimoradas, e tamanhos diferenciados, assim como o Euro, facilitando a identificação tátil.

As novas cédulas terão tamanhos diferentes: a de R$ 2,00 é a menor,
a de R$ 5,00 um pouco maior, e, assim, sucessivamente.

Algumas características atuais serão mantidas, como a efígie da república, os animais e as cores, mas, para agregar segurança e facilitar a autenticação, as novas cédulas conterão tintas magnéticas e oticamente variáveis, com elementos visíveis apenas sob lâmpadas especiais.

Neste primeiro semestre de 2010, as modificações serão introduzidas nas cédulas de R$ 100,00 e de R$ 50,00, por demandarem maior segurança contra falsificações. No primeiro semestre de 2011, serão lançadas as cédulas de R$ 20,00 e de R$ 10,00, e até 2012 deverá estar em circulação toda a nova família de cédulas do Real. A substituição das notas atualmente em circulação será feita à medida que essas forem retiradas em decorrência do desgaste natural.

Com um investimento de R$ 400 milhões em seu parque fabril para a fabricação da nova família do Real, espera-se que o índice de falsificações diminua bastante, e que, assim, a Casa da Moeda do Brasil, como empresa pública, continue mostrando sua importância no cenário nacional, e até mundial, além de marcar, mais uma vez, a história do país.

Mais informações, acesse: http://www.casadamoeda.gov.br.

Por Janderson Jason Barbosa Aguiar
(jason@dsc.ufcg.edu.br)