Grails: desenvolvimento web sem grandes dores de cabeça
Conheça o Grails, o "santo graal" do desenvolvimento web que tem se popularizado na comunidade de desenvolvedores nos últimos tempos.

Na edição desse mês, vamos fugir um pouco das nossas discussões habituais sobre tecnologias recentes e tratar de um assunto bem próximo do nosso maior público-alvo. Vamos falar sobre o Grails, um framework para desenvolvimento de aplicações web com alta-produtividade e sem grandes dores de cabeça.

O Grails foi lançado em Março de 2006 e vem ganhando cada vez mais notoriedade na comunidade de programadores web. O foco do Grails é tornar o desenvolvimento web tão simples quanto possível. Com ele, é possível criar, em minutos, código que funciona, sem perder a qualidade.

Embora pareça contraditória essa noção de qualidade e rapidez andarem juntas, percebe-se que isso é possível com frameworks como o Grails. A explicação decorre de dois fatores: a estratégia de convenção sobre configuração (convention-over-configuration); e a utilização de tecnologias open-source bem difundidas e de qualidade comprovada, tais como Hibernate e Spring.

Com a estratégia convention-over-configuration, o programador não precisa perder tempo configurando o óbvio. Ele, simplesmente, foca em escrever código que satisfaça aos seus requisitos, sem necessitar estar investindo tempo em configuração "pesada" (por exemplo, configuração de arquivos XML) e, ainda assim, o seu sistema estará utilizando todo o poder do Java e de tecnologias conhecidas (Spring, Hibernate, Sitemesh, Quartz e outras).

Além disso, o framework ainda se propõe ser de fácil aprendizado para programadores acostumados com Java, pois ele opera sobre a linguagem de programação Groovy, que também roda na JVM. Dessa forma, é possível uma boa integração com Java e também com projetos antigos feitos nessa linguagem.

A figura abaixo ilustra como o Grails se relaciona com algumas das tecnologias citadas.

Relação do Grails com outras tecnologias

Na UFCG, temos laboratórios (por exemplo, o Embedded) e alguns alunos, em disciplinas como LES, que estão utilizando o Grails para desenvolver suas aplicações. O que se espera é que a comunidade cresça ainda mais e acompanhe essa nova onda de desenvolvimento ágil que está se expandindo. Não só com Grails, mas também com diversos outros frameworks que seguem filosofias parecidas (por exemplo, Ruby on Rails, Django, etc.).

Apesar de nosso foco, nessa edição, ter sido o Grails, a ideia que buscamos trazer é que é possível utilizar tecnologias de qualidade sem trabalho excessivo e sem ter que reinventar a roda. Assim, é possível focar mais no processo de desenvolvimento e gerenciar melhor os requisitos.

Se você conhece algum outro framework (ou ainda, linguagem de programação ou tecnologias em geral) que tem tornado sua vida mais fácil, nos mande um e-mail relatando sua experiência. Quem sabe não falaremos dele nas próximas edições?

Se desejar saber mais sobre o Grails, há bastante informação no site oficial do projeto. Para conhecer sites que foram feitos utilizando essa tecnologia, é possível conferir os casos de sucesso listados.

Por Diego Cavalcanti
(diegot@dsc.ufcg.edu.br)