Um carnaval profundamente festivo!
Frevolidade: carnaval de olinda

Em seus primórdios, a história do carnaval de Olinda confunde-se com a história da folia no Recife e em Pernambuco, originária do antigo entrudo - festa pagã européia, que chegou ao Brasil com os colonizadores portugueses. Hoje o carnaval de Olinda é considerado uma das maiores e mais autênticas festas populares do Brasil, atraindo todo ano milhares de foliões de vários recantos do país e do exterior. A interação com a rica diversidade cultural do Nordeste, representada por troças, clubes, caboclinhos, maracatus e bonecos gigantes, aliada ao calor do frevo e à descontração e alegria do povo da cidade, tornam a folia olindense irresistível para um contingente considerável de foliões.

Juntamente com os carnavais do Rio de Janeiro e de Salvador, o carnaval de Olinda é um dos mais famosos do Brasil. Entretanto, pode-se afirmar que o carnaval de Olinda é o mais popular, no sentido de que os festejos são protagonizados pelo povo. Subindo e descendo suas ladeiras estreitas, pulando e cantando, encontram-se pobres e ricos, velhos e moços, turistas e nativos, todos embalados ao som do frevo, com um único objetivo: se divertir.

O carnaval de Olinda não é somente popular, como dá outra dimensão à palavra: lá não se paga para pular, não há cordões de isolamento, não há sambódromos: todas as ruas são tomadas pelo povo, não há trios elétricos: a animação e o ritmo são mantidos pelos populares, que formam grupos de todos os matizes, com variados instrumentos e tocando as músicas que desejarem e não há programação: há apenas um dia para começar e outro para terminar. A animação é resultado da alegria dos moradores, e da sua vontade de festejar o carnaval.

Uma das marcas do carnaval de Olinda são os bonecos gigantes que arrastam milhares de foliões freviocas. Anualmente, dezenas deles invadem as ruas e ladeiras da Cidade Alta e dão um colorido especial à folia. Os bonecos chegam a medir mais de três metros de altura. O mais famoso desses gigantes é o Homem da Meia-Noite, que está nas ruas desde 1932. Ele abre oficialmente o carnaval de Olinda à zero hora do sábado de Zé Pereira. A partir de 1967, ele recebeu a companhia da Mulher do Dia. Além dos bonecos gigantes, mais de 500 agremiações registradas oficialmente alegram a cidade durante os dias de Momo.

Como não há censura de nenhum tipo, as sátiras políticas são absolutamente normais no carnaval de Olinda. As sátiras se concretizam tanto na forma de marchas, como na forma de bonecos e fantasias. Todos os anos, clones de Presidentes, políticos e outras personalidades do momento comparecem ao carnaval de Olinda. Enfim, há de tudo para ver, sentir, participar. A irreverência, criatividade e alegria tornaram o carnaval de Olinda um dos maiores carnavais do mundo.

Por Michelly Guedes de Oliveira