Verão + suas férias = festa do mosquito da dengue
Durante o verão, os casos de dengue aumentam. Veja os cuidados a serem tomados antes de sair para o veraneio...

O final do ano está chegando e daqui a alguns dias a estação mais quente, e mais propícia à propagação da dengue, também vem contemplar os nossos meses de férias, o verão. Exatamente nesse período, os índices de dengue explodem em comparação com outras estações do ano.

Mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti.

A dengue é uma doença trazida para o Brasil, provavelmente, durante a sua colonização. Ao longo de quase todos os meses do ano, as temperaturas e os dias ensolarados oferecem ao Aedes aegypti (Vetor da dengue) boas condições de reprodução e sobrevivência. Mas, para a felicidade do mosquito transmissor, durante as férias dos brasileiros, que são exatamente no verão, as condições climáticas se tornam ainda melhores para sua propagação. Outro fator determinante para o aumento dos casos de dengue no verão, é o aumento dos focos de criação da larva do mosquito. Como as casas ficam fechadas, se existirem locais com água limpa e parada, os mosquitos também aproveitarão as férias.

No Brasil foram identificados três tipos de dengue. Em todos os tipos, ofensivos, os sintomas começam a aparecer entre dois e sete dias após a picada do mosquito, e normalmente demoram de cinco a sete até a cura.

  • Dengue clássica:

      É a forma mais leve e comum da doença. A pessoa infectada tem febre alta, chegando a 40ºC, dores de cabeça (região atrás dos olhos), cansaço, dores musculares e nas articulações e manchas vermelhas na pele.

  • Dengue hemorrágica:

      No início os sintomas são semelhantes aos da dengue clássica, mas por volta do quarto dia começam a ocorrer hemorragias (nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas). Essas hemorragias ocorrem por alterações na coagulação do sangue. Além das hemorragias, a pressão sanguínea cai quando a febre passa. Por isso, este tipo de dengue é considerada uma doença muito grave, e pode levar à morte.

  • Infecção inaparente:

      Clinicamente a pessoa está infectada, mas a cada dez pessoas, apenas uma demonstra os sintomas.

Os últimos balanços parciais revelados pelo Ministério da Saúde, revelam que os casos de dengue sofreram uma redução de 46,3 % nas 30 primeiras semanas de 2009 em comparação com o mesmo período de 2008. Foram registrados 406.883 casos em todo o Brasil. Apenas os estados do Acre, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sofreram aumentos nos casos de dengue. A Paraíba é o estado nordestino com o menor número de casos detectados. Foram 884 em 2009, contra 8.349, em 2008.

Veja alguns cuidados que podem ser tomados antes de sair de férias:

  • Trocar a água dos vasos de planta e de seus pratos por areia;
  • Deixar baldes e latas virados para baixo (nunca se sabe quando pode chover);
  • Pedir a um vizinho que troque a água do cachorro e lave a bacia;
  • Denunciar aos órgãos competentes, o acúmulo de água e entulhos em outros imóveis ou em terrenos baldios.

Estes cuidados podem e devem ser tomados por toda a população. Fazendo a nossa parte, o que resta é cobrar dos poderes públicos que estes façam a sua parte também, a exemplo de investimentos em saneamento básico, abastecimento de água e tratamento adequado ao lixo e uma assistência hospitalar digna para a sociedade, quando for necessário.

Recentemente, o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, reconheceu a dengue como sendo uma das grandes questões de saúde pública a ser tratada em 2010. Ele garantiu que a estratégia de combate à doença está pronta. “Nosso grande desafio é não só diminuir o número de casos, mas reduzir o número de casos graves e de óbitos”, afirmou.

Por Caio César Meira Paes
(caiocm@dsc.ufcg.edu.br)