Entrevista com Camilo Lelis
O PET entrevista Camilo Lelis, ex-coordenador do Departamento de Sistemas e Computação, e candidato a vice-diretor para o CEEI.

 

      Este mês, como entrevistado, o PET contou com a participação do professor Camilo, agora ex-coordenador do curso de computação, já que irá compor, como vice-diretor, a chapa que pleiteia a direção do CEEI (Centro de Engenharia Elétrica e de Informática), um dos três centros resultantes da divisão do CCT. Como candidato a diretor se apresenta o professor Wellington Mota do departamento de Engenharia Elétrica.

 

PET- Professor Camilo, como foi formada a chapa?

 

Camilo: O nosso centro fez uma formatação de chapa totalmente diferente dos outros novos centros. Aqui em computação foi convocada uma reunião com os professores para discutir a instalação do novo centro. Nessa reunião, depois de muita discussão, o pessoal do DSC entendeu que deveríamos, nesse primeiro momento, fazer todo o esforço possível para que a gente tivesse uma chapa de consenso nos dois centros, para evitarmos brigas internas por motivos políticos ou de política partidária. O pessoal que estava presente na reunião entendia que saindo unido o centro teria condições de evoluir muito mais rapidamente do que se saísse com divisões internas. Porque na hora em que você tem duas ou três chapas isto é importante pelo debate de idéias, mas também pode haver resultados desastrosos, como pessoas que não sabem perder, ficam desgostosas e acabam por fazer oposição sistemática, oposição por oposição, e isso é obviamente ruim para o centro.
    Daqui de Computação, depois de uma reunião, entendeu-se que o vice deveria ser ou o professor Fubica ou eu. Fubica entendeu que deveria ser eu, etc, resumindo, o departamento entendeu que eu seria um nome que poderia compor esta chapa tranquilamente e preferencialmente para vice, já que elétrica tem um departamento bem maior (são cerca de 50 professores, contra 27 do DSC). Na Engenharia Elétrica houve alguma coisa parecida. Na Elétrica, também depois de uma reunião, chegaram a uma situação que apontava dois nomes de possíveis candidatos. Um deles (Antônio Marcos) achou que seria mais importante, para manter a unidade no seu departamento, que fosse candidato a chefe de departamento (cargo agora denominado coordenador administrativo) e não a diretor de centro. O outro possível candidato era o professor Wellington. Nós nos damos muito bem, há bastante tempo, e a gente conversou e conclui que podia montar uma chapa. Bom e daí, formou-se a chapa. Dessa forma, tanto o DSC como o departamento de Elétrica estão caminhando no sentido de ter unidade internamente.

PET- Então se caminha para uma chapa única?

 

Camilo: Bem, na Computação o pessoal está caminhando para ter possivelmente uma chapa única. Isso não está definido ainda. Na verdade não seria nem uma chapa única, seria na realidade uma chapa consensual. Até hoje pela manha (12 de agosto), nós não tínhamos nenhuma outra chapa inscrita e eu não sei se nesse tempo alguém formou outra chapa diferente da acordada. Havendo outra chapa é bom pelo debate e que vença o que tiver mais voto. De modo contrário, havendo uma chapa só, isso indica, pelo menos, que não houve desunião. É de outro lado desanimador para um eleitor dizer – “Mas eu não tenho nem o direito de escolha?”. Bem, é essa a nossa situação. Nos outros centros novos me parece que cada um terá três chapas.

PET- Quais as propostas? E com elas quais as previsões para o novo centro?

 

Camilo: Nós conversamos com pessoas do departamento, com pessoas da Elétrica, com pessoas de muita experiência, e nossa idéia é de primeiro, uma estrutura light, uma estrutura extremamente simples, que seja ágil com poucas pessoas na direção (pessoal de apoio). É importante notar qual papel queremos para o centro. Queremos um centro que dê apoio, mas apoio no sentido de fomento, incentivo, às atividades das unidades acadêmicas. Nesse sentido, esperamos conseguir apoiar todas as atividades acadêmicas, e aí estão equipe de departamento, de graduação, pós-graduação e atividades de extensão, para que elas realizem seus trabalhos da maneira mais eficiente e melhor possível. Por exemplo, recentemente obtivemos quatro estrelas na avaliação do guia do estudante. E por aí professores perguntam: “O que vamos fazer para buscar a quinta estrela?”. Ótimo. Quer dizer, em épocas passadas, coordenadores até tentavam, mas esbarravam na demanda de diversos outros setores. Agora nós temos um centro relativamente pequeno, com duas unidades acadêmicas, dois cursos de graduação, dois mestrados, dois doutorados, e então se tornou um grupo muito mais unido no sentido de, se sabemos que temos uma determinada necessidade na Computação ou na Engenharia Elétrica então vamos brigar, vamos atrás de recursos para resolver essa necessidade. Então eu acredito que quem quer que vá para uma direção do Centro de Engenharia Elétrica e Informática tem, primeiro a obrigação, e depois condições de apoiar as atividades das unidades acadêmicas. Por exemplo, a Miniblio hoje é mantida basicamente com recursos da pós-graduação e de convênios. Então, será que não há nada que a gente possa, institucionalmente, fazer para melhorar a biblioteca? Eu acredito que sim. Hoje, a universidade recebe uma verba que, se dividida igualmente, dá pouco mais de 1.000 reais para cada curso de graduação. E isso depois de muita luta do Reitor. Em nossa área, em que os títulos bons são importados, dá pra comprar o quê? Cinco, seis títulos, e olhe lá. Eu falo de biblioteca, mas isso se aplica da mesma forma a laboratórios. Por exemplo, nós temos laboratórios hoje funcionando graças a projetos. As máquinas novas do lcc foram conseguidas graças ao trabalho do professor Walfredo. E não faltou esforço da coordenação junto à universidade. Quando a universidade compra, por exemplo, 50 computadores, depois de dividido para todos, nos sobra uma máquina, e colocar uma única máquina num laboratório não vai fazer diferença. E nos resta correr atrás desses recursos. Como nós vamos estar unidos, trabalhando em bloco, em busca desses recursos, eu acredito que nós vamos ter mais condições e agilidade para obtê-los. Por exemplo, hoje nós não temos um horário mais decente, e mais salas de aula porque não temos a sala. Então, questões como salas de aula, laboratório, biblioteca e diversas outras coisas, são motivos para nos debruçar sobre elas e procurar soluções. E questões até mais simples, que vínhamos brigando por elas há algum tempo, e acredito que não está muito longe de conseguirmos, visto que outros setores já se sensibilizaram. Por exemplo, questão de horário. O nosso que é de 7:00 as 13:00, porque temos que muitas vezes nos adequar ao horário de outros departamentos. Então estamos defendendo junto à administração superior que o horário da Universidade Federal de Campina Grande, pelo menos o campus I, passe a funcionar de 7:00 as 11:00 da manhã, hoje é de 8:00 as 12:00, e os cursos que quiserem utilizam o horário de 11:00 às 13:00, com isso passamos a ter todas as disciplinas em duas horas e melhora pra todo mundo. E dessa forma, com coordenadores, chefes de departamento e diretoria correndo atrás, eu acredito que consigamos isso. Nesse sentido a divisão de CCT se torna extremamente benéfica pra gente. Não é que com a divisão do centro teremos mais recursos, e sim que ficamos mais unidos para brigar por eles. Dessa forma se tem mais liberdade para buscar e gerir recursos, aplicando-os diretamente no que se quer.

PET- Um dos objetivos da divisão do CCT é promover a expansão da universidade. Quais as medidas para se conseguir isto?

 

Camilo: Eu estive falando com Wellington e notamos a necessidade de crescimento de fato. Agora a gente tem de deixar bem claro o que é esse crescimento. A chapa vai propor a criação de novos cursos, articulados com os departamentos? Não sei. Isso vai depender muito das condições que tivermos para tanto. Primeiro nós devemos manter os cursos já existentes funcionando da melhor maneira possível. Nesse ponto pode se pensar que já estamos bem, Computação conseguiu 4 estrelas, Elétrica cinco. As nossas quatro têm sabor especial, pois nós temos no Brasil mais de 250 cursos de Ciência da Computação, dos quais uns 15 com quatro ou cinco estrelas. Então nós estamos aí entre os melhores cursos. Cursos de Elétrica há bem menos obviamente, mas é um curso tradicional e mantém-se aí firme com as suas cinco estrelas. Além do quadro de professores, altamente qualificado. Dessa forma o crescimento não deve ser feito apenas no sentido físico ou de criação de mais cursos, e sim um crescimento primeiramente qualitativo. Estamos bem, mas se é possível melhorar então vamos melhorar. Então, para promover esse crescimento qualitativo, no que depende da direção de centro, pode-se basear em ações simples, como apoio. Se há algum lugar para conseguir os recursos então nós vamos atrás. O segundo ponto é: Devemos criar novos cursos num espaço de tempo pequeno? Eu diria que pequeno não. No médio prazo talvez sim. As pessoas vêem ações do Governo Federal, do Ministério da Educação, para expansão da universidade pública e muitas vezes nos perguntam – “Por que vocês só oferecem 70 vagas por ano, 35 por período?”. Eu respondo que nós só oferecemos 35 porque só podemos oferecer 35. Então, o que se precisa para aumentar essas vagas? Muito pouco. Precisamos de algumas máquinas a mais e, ou mais dois professores ou um ambiente físico maior. E digo ou, e não e. Por exemplo, as nossas salas maiores são a CD107 e a RE08 , em que a gente matricula 48, no máximo 50 alunos. Ambas trabalham no limite. Acontece que com 10, 15 cadeiras a mais, nós teríamos nosso problema resolvido, pois não precisaríamos de um nova turma, as existentes já absorveriam o aumento de alunos. Ou seja, precisaríamos de mais cadeiras e de mais alguns metros de área. Coisas simples. O problema de máquinas sempre vai existir, mas é progressivo, ou seja, se aumentarmos mais 15 alunos, não é necessário que imediatamente aumentemos nosso laboratório em mais 15 computadores. Ou seja, deve-se ter um plano estruturado para expansão. Por exemplo, se vai criar novos cursos, então que seja um curso noturno. Nós temos uma estrutura cara, pesada, que é relativamente subutilizada. Por exemplo, o uso do lcc pela manhã é pequeno, poderia ser melhor utilizado, nesse horário, por uma turma noturna. Para um curso noturno teríamos uma outra modalidade, não um curso de Ciência da Computação ou uma Engenharia, até mesmo porque não é possível, já que o MEC não recomenda. Seriam cursos como bacharelado em Sistemas de Informação, curso de Informática, ou algo nessa linha. Criação de cursos desse tipo atenderia uma demanda social e aproveitaria a estrutura que temos. É claro que para criação de um novo curso um projeto de expansão deve ser muito bem planejado. E como a política do governo federal é de expansão, possivelmente conseguiríamos recursos para implantação desses cursos. Deixamos claro que esse não é o objetivo para um primeiro momento, mas quem sabe depois de discussão podemos trabalhar nesse sentido.

PET- Como proposta para expansão o senhor citou a criação de cursos noturnos. Há demanda para esses cursos?

 

Camilo: Eu não tenho nenhuma dúvida de que um curso noturno seria um sucesso em termo de demanda. Claro que o perfil do aluno é outro. Quando se pensa em um curso noturno se vai atender principalmente o pessoal que trabalha e quer uma formação complementar. Nesse sentido, o CCT só oferece o curso de Licenciatura em Matemática. Dessa forma a UFCG peca em não oferecer cursos noturnos. A decisão de implantação de um curso não vem de uma única pessoa, seja diretor, vice-diretor ou coordenador, e sim de um colegiado. É claro que na hora da discussão pode ser que o pessoal veja problemas na implantação de um curso noturno e diga: “Não, nós vamos abrir mais um curso diurno.”. Dessa forma, qual seria o curso? Eu não sei lhe dizer. Mas tenho opiniões minhas que não representam a opinião da chapa, enfim, por exemplo, O professor Camilo acha que não deveríamos ter um curso de Engenharia da Computação. Daí eu tenho minhas convicções para isso. No Brasil nós temos menos de dez cursos de Engenharia da Computação. Daí se pergunta: “Mas tendo tão pouco não seria bom criar um curso? Haveria muita procura etc.”. Aí a questão é complicada. Há tão pouco porque não existe demanda para o profissional que sai desses cursos. Claro que essa é uma opinião minha, e se a idéia para a implantação de um curso desse surgisse deveríamos pensar direito a respeito. Se um centro tem um curso de Ciência da Computação e de Engenharia Elétrica muitas vezes ele tem capacidade de ter uma Engenharia da Computação. Base de competência instalada nós temos para isso. Pra parte de Hardware temos o pessoal da Elétrica que é afiadíssimo. Temos aqui também Elmar, Eustáquio e Joseana que formam um time de primeiríssima linha, que onde chegarem fazem bonito. A preocupação, e daí como eu sou muito pragmático, é sempre o mercado. Não podemos formar um profissional que o mercado não esteja procurando. Ou, seja, devemos ver que temos uma dívida para com a sociedade que nos paga. Mas claro que para isso deveríamos ver dados atualizados etc. É só uma opinião minha. Eu preferiria muita mais uma Engenharia de Telecomunicações, um curso de Tecnólogo em Telecomunicações, alguma coisa mais prática.

 

PET- das propostas, informadas na carta de candidatura, assinada pelo senhor e pelo professor Wellington, é a criação de um centro com estrutura leve. Como seria esse centro?

 

Camilo: É um centro com uma estrutura o mais simplificado possível. Trata-se da manutenção de uma estrutura ágil, com poucas pessoas e que se possa com isso ganhar tempo na resolução dos problemas. De certa forma nossa idéia é criar uma estrutura o menos burocrática possível.

 

PET- Um centro com estrutura deste tipo não seria, de certa forma, enfraquecido?

 

Camilo: Não diria enfraquecido. Mas o diretor, ou vice-diretor de um centro com uma estrutura leve certamente ficaria menos “importante” diante de seus pares, sejam coordenadores ou chefes de departamentos, do que um diretor de um centro com estrutura dita pesada, em que tudo dependa dele e etc. A gente quer é que as unidades sejam o mais independente possível. Mas claro que há diretrizes gerais que são tratadas pela direção e o que for relativo às unidades que seja tratado pelas unidades. Do ponto de vista do “poder” em si, há uma diminuição do poder certamente.

 

PET- Dessa forma, como seriam as decisões que deviam sair diretamente do CEEI, não sendo necessariamente tomadas nas unidades acadêmicas?

 

Camilo: Há coisas das quais nós não podemos fugir, digamos, da direção. Determinadas decisões, estatutariamente são decisões coletivas, decisões tomadas por um conselho. Por exemplo, nós temos vários conselhos em cada centro. Aqui nós temos o CEPE, que é o Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão. Desse conselho fazem parte, além da direção, os coordenadores de graduação, pós-graduação e de Extensão de cada centro. E cada centro tem seu CEPE. Há muitas coisas na universidade que são regulamentadas pelo conselho, ou seja, as várias células da universidade não têm que funcionar do mesmo jeito. Então, na medida do possível, as decisões que forem coletivas, no que precisarem da posição da diretoria, certamente nós vamos encaminhar para que elas sejam certamente as mais simples. Vamos tentar, logicamente respeitando as normas da instituição, transferir para a base o poder de decisão. Por exemplo, recentemente o colegiado do curso autorizou três alunos a se matricularem em mais créditos do que poderiam. Ou seja, o colegiado analisou e chegou à conclusão que isso seria importante. Esses alunos tiveram o pedido indeferido pela Pró-reitoria de graduação. Com este exemplo quero mostrar que o colegiado do curso perde o poder de decisão sobre aspectos que são inerentes ao curso. Não há dúvidas que o colegiado do curso conhece muito melhor a realidade dos alunos e do curso do que alguém que analisa friamente apenas documentos. Ou seja, se concluímos que algo não fere regimento, não fere estatuto, e que pode ser resolvido por uma distância de nível inferior então será decidido lá. Outro exemplo é quando um professor de um dado departamento precisa apresentar algum trabalho científico em um congresso. Ele precisa entrar com um processo altamente complicado, que requer diversos documentos, e com antecedência de 90 dias, o que nem sempre é possível. O processo, passa pelo departamento, passa pelo conselho de centro e pela administração superior para que o professor seja oficialmente liberado. Ou seja, a tramitação poderia ser muito mais simplificada. Se o departamento em que ele é lotado entende que o trabalho é importante e pode custear passagem e estadia, então que a autorização seja concedida pelo departamento.

 

PET- Em se tratando de uma administração descentralizada há a necessidade de uma fiscalização. Como seria realizada?

 

Camilo: Como o centro é relativamente pequeno esse tipo de acompanhamento é fácil de fazer. Têm-se as reuniões de conselho, o que torna o trabalho simples e fácil de fazer, além de necessário.

 

PET- Ao se falar de recursos, e sabemos na prática disto, não podemos esperar apenas pela ação do governo. Dessa forma, como agiria a direção em relação às parcerias?

 

Camilo: Os departamentos de Engenharia Elétrica e Computação possuem um histórico de parcerias com empresas, com outras universidades públicas e privadas e dessas parcerias sempre tiramos proveitos interessantes. Por exemplo, ao comparar o aluno que formamos hoje com o aluno que formávamos há 15 anos, observamos uma diferença imensa. Enquanto o aluno formado há quinze anos saía daqui com a visão que o professor pegava de livros e com um pouco de experiência que alguns adquiriam em empresas - e essa ainda é a realidade de, diria 90% ou mais, dos cursos brasileiros da área de Computação - hoje, muitos de nossos alunos estão envolvidos em projetos, o professor que é responsável por um projeto está trabalhando com um assunto que é atualizadíssimo, e que existe um parceiro por trás, que é uma empresa que desenvolve tecnologia, altamente interessada no resultado daquele produto. Então ensinamos em sala de aula baseados na vida real. Isso trouxe um outro patamar para o nosso curso. Em uma parceria dessa, uma pequena verba fica para a universidade, que ainda é dividida, parte para a reitoria e parte para as unidades acadêmicas. E trata-se de uma briga para que a parcela menor fique com a reitoria e a maior fique com as unidades acadêmicas. Esse é um papel certamente do diretor de centro. È graças às parcerias que possuímos a estrutura atual e que não é a que queríamos, pois é o nosso desejo um ambiente muito mais agradável para todo mundo. É através de parcerias que se consegue recursos que de outra forma não conseguiríamos de jeito algum. E não apenas parcerias com empresas, mas também com outras universidades. Agora, com a aprovação do novo estatuto da universidade foi criada, para cada setor, para cada unidade acadêmica, uma coordenação de extensão. Com isso a possibilidade de parcerias aumenta muito, seja através de cursos para empresas, cursos pra especialização em parceria com outras universidades, cursos para a comunidade entre outras atividades. Ou seja, trata-se de um trabalho voltado para a manutenção e expansão de parcerias com universidades, empresas e o estudo extensivo.

 

PET- Pela carta de candidatura, ficou implícita a idéia do “pensar e repensar coletivamente”. Pra terminar, quais as palavras do senhor sobre isto?

 

Camilo: Na verdade, aqueles que forem instalar o centro, seja Wellington, Camilo, ou quem quer que seja, serão responsáveis por tocar uma política maior que tem que sair aqui da base mesmo. Não adianta pensar que Wellington vai implantar um modelo de gestão que ele tem na cabeça ou que Camilo vai implantar o que ele pensa. Na realidade, até pelo tamanho do centro, com cerca de 75 professores, pessoas que se vêem todo dia, então quem está lá em cima está muito mais como representante desse grupo e implantando o que for melhor para a maioria. É claro que quando o recurso é curto devemos pensar juntos e decidir qual é a prioridade, fazer bem a relação demanda/recurso. É claro que administrar um centro, mesmo que pequeno, significa criar atritos muito frequentemente, mas nós somos conscientes disso e vamos fazer o que estiver ao nosso alcance. E se não deu, paciência, certamente não se consegue agradar a grande maioria, mas pelo menos boa parte a gente consegue. Nosso compromisso é sempre o de tentar melhorar, e se a gente persegue isso todo dia e toda noite as chances de obtenção de sucesso são bem boas.

 

Por Edigley Pereira Fraga