O que é um lixão?
Saiba o que é, como se forma e os problemas que um lixão causa.

Quando se fala em saneamento básico, nos deparamos com um grande problema: a deposição de lixo não tratado em áreas cujo solo não teve o devido preparo para recebê-lo. Os resultados deste tipo de prática são conhecidos popularmente como lixões.

De acordo com a última pesquisa de saneamento básico do IBGE, realizada em 2000, a coleta de lixo domiciliar corresponde a 125 milhões de toneladas por dia (lembrando que uma tonelada são mil quilogramas). Em Campina Grande, este número é de 370 toneladas, que são depositadas diariamente no bairro do Mutirão, que fica após o bairro das Malvinas, seguindo pela Av. Floriano Peixoto.

Lixão localizado no bairro do Mutirão em Campina Grande

Esta falta de controle acarreta em inúmeros problemas de ordem ambiental e social, além do fato de animais como urubus, moscas, insetos e ratos serem atraídos para o local. Sem falar no mau cheiro que se propaga pelo bairro e ainda há os efluentes líquidos de cor preta que escorrem destas áreas – o chorume – que são de grande atividade poluente, penetram no solo levando substâncias contaminadas para o lençol freático. Outro grande problema de ordem ambiental é a poluição atmosférica causada pela emissão de metano e CO2.

Como se não bastassem os problemas ambientais, ainda há o fato de existirem famílias que se mantêm catando papelão, plástico, vidro e metal no lixão. Segundo Fátima Araújo, professora do Departamento de Serviço Social da UEPB, existem aproximadamente 400 catadores que sobrevivem tirando sustento do lixão de Campina Grande. Alguns ainda criam animais como porcos, que se alimentam neste ambiente.

Uma possível solução para minimizar este cenário, seria manter um aterro sanitário. Neste, o lixo seria depositado sobre camadas impermeáveis de PVC, o chorume teria um destino específico, o qual, a partir de um dreno, seria removido e diariamente o lixo seria coberto por uma camada de argila e grama.

Desenho esquemático de um lixão

Uma outra possível solução, bem mais barata e eficaz, seria fazer a população aderir ao sistema de coleta seletiva. Neste caso, o lixo é jogado em coletores diferentes de acordo com sua composição (papel, plástico, vidro, metal e etc.). Assim, o lixo de cada coletor é encaminhado para uma usina de reciclagem específica. Depois de processado pela usina, o material está pronto para ser utilizado novamente pela indústria. Talvez esteja na hora de cobrarmos dos órgãos competentes, atitudes que visem incentivar e aproveitar a coleta seletiva a fim de acabar com este problema que atinge a vida urbana.

Por Tales Tenorio de S. Pimentel
(tales@dsc.ufcg.edu.br)