Nosso Choro
O choro hoje é considerado um valor cultural brasileiro, associados a este gênero temos grandes nomes de nosso música como: Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha
          Surgido no Rio de Janeiro, por volta de 1870, juntamente com o final da Guerra do Paraguai, o choro na verdade não era um gênero musical, mas sim um jeito brasileiro de tocar as músicas européias que aqui chegavam.
          Os primeiros chorões (nome dado aos intérpretes do choro) se reuniam nos fundos de quintais do subúrbio e geralmente eram, funcionários dos Correios, da Alfândega e da Estrada de Ferro Central do Brasil. Com o advento do cinema mudo tendo orquestra na sala de espera, da indústria fonográfica e do rádio, esses músicos foram se profissionalizando e deixando seus empregos públicos.
          A origem do termo choro é explicada de várias maneiras. Para o folclorista Luís da Câmara Cascudo, esse nome vem de xolo, um tipo de baile, realizado do tempo da escravatura, que reunia os escravos das fazendas; depois de se transformar em xoro, o termo teria finalmente chegado a choro. Por outro lado, outros dizem que o termo liga-se à corporação musical dos choromeleiros, muito atuantes no período colonial. Hoje o choro também e conhecido como “chorinho”. A composição inicial do choro girava em torno: da flauta (solista), cavaquinho (centro) e violão (baixaria).
          Vários músicos e compositores contribuíram para que esse jeito de tocar se transformasse em gênero. Autor da polca “Flor Amorosa”, que até hoje é tocada pelos chorões, Joaquim Antonio da Silva Callado foi professor de flauta do Conservatório de Música do Rio de Janeiro. No seu grupo estava a pioneira maestrina Chiquinha Gonzaga, que não foi apenas a primeira chorona, mas também a primeira pianista do gênero. Em 1897, Chiquinha escreveu para uma opereta o cateretê “Corta-Jaca”, uma das maiores contribuições ao repertório do choro.
          O genial, Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, contribuiu diretamente para que o choro tivesse uma forma definida. Ele teve a iniciativa de introduzir elementos da música afro-brasileira e da música rural nos ritmos europeus tocados pelos chorões. Pixinguinha gravou, em 1928, dois inovadores choros, “Lamentos” e “Carinhoso”, que eram semelhante ou jazz quanto a sua estrutura. Isto gerou revolta de críticos da época. Depois disso, outros chorões também uniram o choro ao jazz.
          O choro hoje é considerado um valor cultural brasileiro, que representa parte do que há de melhor e mais autêntico na nossa música. Há talentos despontando em vários lugares, grupos gravando e compondo coisas novas, e muito importantes. Temos também um público jovem e interessado, que muitas vezes dança ao som do choro. Músicos, entre outros, como Paulinho da Viola, Paulo Moura, Isaías, Hamilton de Holanda e também os conjuntos Época de Ouro, Água da Moringa, Trio Madeira Brasil, mantêm em atividade essa manifestação musical brasileira que os grandes centros urbanos do nosso país produziram e produzem.
Por Welmisson Silva