Na convocação dos jogadores para integrar a seleção brasileira que irá disputar o mundial da Alemanha, a comissão técnica da seleção levou em consideração a atual condição técnica e física dos escolhidos. Pelo que parece este foi o motivo do goleiro Marcos (um dos heróis do penta) ter ficado de fora da lista de Parreira. Marcos sofreu uma contusão em fevereiro deste ano, e desde então não vem jogando, então a comissão técnica da seleção achou melhor não arriscar com sua convocação.

         Sem querer fazer críticas à convocação de nosso técnico, o que importa mesmo é a condição física, técnica e psicológica dos jogadores antes de entrarem em campo nos gramados alemães. A história das Copas mostra bons resultados de nossa seleção mesmo com jogadores que foram convocados estando com problemas pouco tempo antes da competição.

Na conquista do primeiro título mundial, em 1958 na Suécia, Pelé se machucou pouco antes do embarque do Brasil para a Copa do Mundo, isso fez com que o jogador ficasse de fora nos dois primeiros jogos da seleção. Ele só entrou em campo a partir do jogo contra a seleção da antiga URSS, e foi de fundamental importância para a conquista de nossa primeira estrela.

Na copa de 70, no México, nossa desconfiança era o jogador Tostão que sofreu um deslocamento de retina seis meses antes da competição. Poucos acreditaram em sua recuperação a tempo, entre estes estava o então técnico de nossa seleção, João Saldanha, que declarou que esperaria pelo jogador até o último minuto. Tostão foi para o México e se tornou um dos destaques na conquista de nosso tão lembrado tri.

Quem não lembra do gol de falta de Branco durante o jogo contra a Holanda, nas quartas-de-final na copa de 94, nos EUA? A partida estava empatada e este gol garantiu a classificação do Brasil para a próxima fase. Muitos criticaram a convocação de Branco para aquela Copa, falavam que era arriscado, pois o jogador era veterano, já era sua terceira Copa do Mundo e ele sofria de problemas nas costas. Mesmo convocado, Branco ficou no banco de reservas até a partida contra os Estados Unidos, quando o titular Leonardo foi expulso por falta contra um jogador da seleção dos EUA, só depois disso Branco assumiu seu lugar e passou a ser titular até o fim da competição.

Durante a campanha do nosso penta, Ronaldo era considerado por muitos como acabado para o futebol, o atacante se recuperava de um período de 17 meses sem jogar, devido a problemas em seu joelho direito. No entanto, na Copa de 2002 o “Fenômeno” mostrou que todos estavam errados. Ronaldo foi o artilheiro da competição, com 8 gols, 2 deles contra a Alemanha garantindo nossa quinta estrela.
Além de Ronaldo, outra dúvida em 2002 era o atacante Rivaldo, que sofreu uma contusão no joelho e a comissão técnica da seleção brasileira não permitiu que o jogador sofresse uma cirurgia, como era o desejo dos médicos do Barcelona, clube em que Rivaldo atuava na época. O jogador se recuperou sem cirurgia e foi o companheiro de Ronaldo no ataque na conquista do penta.